Infectologista do Ipsemg reforça atenção aos sintomas da dengue

Manifestações leves podem demandar acompanhamento ambulatorial e casos mais graves necessitam de internação hospitalar

Os números de casos confirmados de dengue em Minas Gerais vêm acendendo um sinal de alerta para os cuidados e medidas de prevenção para o combate da doença.

Com o objetivo de conscientizar a população, a médica infectologista do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Renata Lanna Maciel, reforça o que é preciso fazer diante dos sintomas da doença.

A infectologista explica que o vírus da dengue é transmitido pela picada de mosquitos fêmea, principalmente, da espécie Aedes aegypti, a qual possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e podem produzir sintomas que vão desde grau mais leve até grave, que podem levar ao óbito.

“A pessoa que está em regiões de risco ou onde há uma grande incidência de casos confirmados de dengue, precisa ficar atenta aos sintomas como febre, dor de cabeça, dor ao redor dos olhos, erupções geralmente de cor avermelhada que aparece na pele, dores musculares e articulares, prostração, náusea e vômitos. É muito importante ressaltar que a febre não é obrigatória, assim, em alguns casos, pode não ocorrer”, explica.

A médica acrescenta ainda que “a qualquer sinal ou sintoma da doença, a pessoa deve buscar imediatamente atendimento médico, para que seja feita a classificação da gravidade do caso e estabelecimento de conduta direcionada, sendo que sintomas leves podem demandar acompanhamento ambulatorial e casos mais graves necessitaram de internação hospitalar”, reforçou.

Prevenção

Entre as principais medidas de cuidados destacadas pela especialista estão a eliminação do armazenamento de água em recipientes como vasos de plantas, pneus, limpeza periódica da caixa d’água e cuidados com a higiene do quintal, evitando acúmulo de lixo e demais recipientes que possam armazenar água.

Todos esses ambientes são propícios para se tornarem criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Dengue em Minas Gerais

De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) divulgado na segunda-feira (5/2), Minas Gerais já soma 39.282 casos de dengue. No boletim anterior, de 29/1, o número de pessoas diagnosticadas com a doença era 23.389. O aumento foi de 68%.  

FONTE AGÊNCIA MINAS

Saiba quando é preciso levar as crianças ao pronto-socorro

Gerente médico do Hospital João XXIII mostra porque não levar os pequenos a uma unidade de urgência em determinados casos

Insegurança, preocupação e desconhecimento. Esses são alguns motivos pelos quais pais e responsáveis levam crianças a um atendimento de urgência, muitas vezes sem necessidade. Febre, tosse, diarreia, machucados leves e enjoos, que na maioria são problemas comuns, acabam expondo crianças e acompanhantes a doenças mais graves por estarem em um ambiente onde pacientes com diferentes condições médicas estão presentes e, por isso, propício à infecção por micro-organismos.

O fato de o pronto-socorro ficar aberto 24 horas por dia e a sensação de uma solução rápida, com exames feitos na hora, são outros motivos pelos quais crianças são levadas para a emergência. Mas, o pequeno poderá aguardar o atendimento por um bom tempo, já que nas portas de urgência os casos graves são priorizados.

“Tratando a criança em casa, antes de correr para o pronto-socorro, os pais evitam uma contaminação cruzada, além de colaborarem para que o local de atendimento não fique lotado de casos sem urgência. Os pais devem assumir a responsabilidade pela saúde dos seus filhos”, ressalta o gerente médico do Hospital João XXIII e cirurgião geral, Rodrigo Muzzi.

Traumas emocionais também podem ser desencadeados diante dessa situação, já que a criança é submetida a um ambiente de alto estresse, principalmente quando acontece com frequência.

“Não é raro que essa experiência seja o estopim para o medo de hospitais. Muitas crianças já têm um medo natural, já que é um lugar limitado, a espera muitas vezes é longa, com gente estranha ao redor. Eventualmente tem que tomar uma medicação venosa, ou fazer um exame de sangue. Se ficar indo muito, isso pode realmente gerar um desgosto em relação ao ambiente hospitalar”, avalia.

É importante lembrar que, para casos urgentes, mas de menor gravidade, as crianças podem ser direcionadas a uma unidade de pronto atendimento.

Hospitais devem ser uma opção somente em casos graves. Caso haja necessidade, a criança será transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) a uma unidade hospitalar.

Apoio do pediatra

De acordo com Muzzi, o recomendado é que se houver um profissional que acompanha a criança regularmente, os familiares sempre o questionem sobre o momento certo de levá-la ao pronto-socorro e, em caso de dúvida, acioná-lo.

“O pediatra é o médico que melhor conhece a criança e, em grande parte dos casos, saberá como agir para ajudar a reverter o quadro”, diz. O profissional lembra que o médico do pronto-socorro deve ser acionado somente para uma solução imediata.

Mas afinal, quando levá-los?

Febre: caso seja alta e não baixe em três dias – ou se a temperatura até cair, porém a criança continuar apática – é hora de levá-la ao pronto-socorro. Em geral, a febre é tratável em casa com um antitérmico, que normalmente leva até 50 minutos para agir.

“Se a febre persistir, e o remédio não estiver resolvendo, é o caso de levar – principalmente se houver um sintoma associado, como uma tosse forte expectorante, falta de ar, peito cheio e diarreia”, explica Muzzi.

Desidratação: o maior problema da diarreia é quando a criança fica desidratada. Caso isso ocorra, é necessário ir ao serviço de emergência.

Os sintomas mais tradicionais da desidratação são lábios e língua seca, diminuição e escurecimento da urina e olhos fundos. Observe também se o problema não vem acompanhado de vômitos, outro fator para a desidratação.

Quedas e ferimentos: vai depender da extensão da lesão e da quantidade de sangue perdido. É importante observar, após um tombo, se a criança apresenta sonolência, vômitos, dor de cabeça, abatimento ou qualquer anormalidade.

“Se a queda for de uma altura muito pequena, a criança não mudar o comportamento dela e se o ferimento não estiver aberto, com necessidade de sutura, não há necessidade de ir ao hospital. Caso seja observada alguma fratura, também deve-se dirigir ao atendimento de urgência”, opina Muzzi.

Problemas na respiração: nesses casos, é importante verificar se a criança fica ofegante ou parece “cansada” com tarefas do cotidiano. A fadiga excessiva levanta a suspeita para doenças respiratórias e infecções mais sérias, que justificam a ida ao pronto-socorro.

Intoxicação: sempre leve a criança diretamente à porta de urgência. Não induza vômitos e tente pegar o rótulo do produto para fornecer ao médico detalhes que poderão ajudar no tratamento.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Vício em trabalho pode provocar sintomas iguais ao da dependência de drogas

Pessoas acometidas pela Síndrome do Lazer, na qual não conseguem se desligar do emprego, podem ter fadiga, palpitações e dores de cabeça e musculares

Palpitações, nó na garganta, dores musculares, aperto no peito, problemas gastrointestinais e enxaqueca. Essa é uma lista de sintomas que podem acometer um dependente químico quando este tenta deixar o vício em drogas. Exatamente o mesmo pode ser sofrido por pessoas extremamente conectadas ao trabalho, as chamadas “workaholics”, quando tentam descansar após o expediente, conforme aponta o psiquiatra Bruno Brandão. “Do ponto de vista neurobiológico, não existe diferença entre o engenheiro que constrói um prédio em apenas um mês e uma pessoa que está na cracolândia, fumando crack o dia inteiro”, compara Brandão.

A diferença entre as duas situações, segundo o especialista, está em como a sociedade enxerga os tipos de dependência. Enquanto o uso de substâncias químicas é visto com maus olhos, a dependência do ofício é entendida como uma qualidade. “Ninguém estimula uma pessoa a usar drogas ou a ficar viciada. Mas o vício no trabalho é muito bem-visto. ‘Ah, meu filho está muito cansado’ ou ‘minha esposa é guerreira: cuida de quatro filhos, trabalha fora e ainda ajeita as coisas de casa’; são exemplos de situações não entendidas como ruins, mas que, pelo contrário, são estimuladas pela sociedade”, analisa. 

A dependência do trabalho ao ponto de não conseguir descansar pós-saída do emprego é chamada de “síndrome do lazer”. O termo foi criado pelo professor holandês Ad Vingerhoets, da Tilburg University, em 2002, após um estudo realizado com 1.893 apontar que 3% delas sentiram dor de cabeça ou enxaqueca, fadiga, dor muscular e náusea nos fins de semana ou nas férias. É importante destacar, no entanto, que o conceito não está listado na Classificação Internacional de Doenças (CID), como explica a psicóloga Carolina Franca. 

“Embora o conceito proposto pelo professor ofereça uma perspectiva interessante a respeito de como a pressão social da modernidade para sermos constantemente produtivos e ocupados pode nos causar danos à saúde; não podemos nomear como síndrome, pois, na literatura médica padrão, não existe esse reconhecimento nem possui status de uma síndrome ou transtorno. Mas, de fato, existem outros estudos que apresentam essa perspectiva de que, em momentos dedicados ao lazer, algumas pessoas experimentam desconforto ao ter esse tempo, sentindo culpa e incapacidade de relaxar”, salienta a especialista.

Origens da Síndrome do Lazer

Por trás da dificuldade de relaxar nos momentos de descanso está uma série de fatores, que vão desde as influências recebidas na infância até construções sociais. O psiquiatra avalia, por exemplo, que, quando uma criança recebe carinho e afeto dos pais sob condição do próprio sucesso dela, como ter boas notas na escola, há chances de, na fase adulta, desenvolver uma relação disfuncional com o trabalho. “A criança também pode ter um modelo de aprendizado copiando os pais. Se ela sempre viu os pais trabalhando, pode aprender que é esse o modelo que deve ser seguido”, estabelece Brandão. 

A psicóloga complementa. “Podemos dizer que a síndrome do lazer poderia ser vista como uma construção social que influencia o modo que os indivíduos percebem si mesmos em relação ao trabalho, lazer e autovalorização. A ansiedade ou culpa associada ao lazer é uma forma de controle social que reforça normas e valores específicos, perpetuando sistemas de poder e disciplina”, argumenta.

A longo prazo, os sintomas físicos provocados pelo comportamento podem “destruir o nosso organismo”, como explica o médico. “Nosso corpo funciona de maneira cíclica, e, quando há quebra desse padrão, há uma tendência de danificação cerebral em vários sentidos, além de aumentar a chance de hipertensão, doenças infecciosas, infertilidade em homens e mulheres. A própria produtividade cai, porque a capacidade de tomar decisões fica comprometida”, enumera Brandão.

“O corpo e a mente começam a dar sinais de exaustão, a fadigar por excesso de estímulo. E começa a falhar em seu funcionamento. A memória já não é mais a mesma, a atenção fica diminuída, e o corpo estressado começa a se sentir cansado. E, se não buscar o equilíbrio entre descanso e trabalho, o adoecimento pode ficar cada vez mais grave”, sugere Carolina.

Mas como alcançar o equilíbrio entre trabalho e descanso? A primeira coisa a fazer é entender o significado do emprego para si, aponta a psicóloga. “Apesar de culturalmente estarmos imersos no discurso da hiperprodutividade, é preciso também entender o que motivou a pessoa a colocar o trabalho como algo tão essencial que se afastar gera tamanho desconforto”, diz. Fazer esse movimento mental pode, inclusive, ajudar a pensar se o real problema em desconectar do serviço está no emprego em si. “Se desconectar-se do trabalho te coloca diante de outras questões, talvez o real problema não seja o trabalho, e este só esteja sendo usado para tamponar outro problema que você não quer ver”, indica.

Além disso, é primordial não “demonizar o trabalho”, alerta o médico. Brandão reitera a importância da atividade laboral para diversos aspectos da vida, tanto financeiro quanto de realização. “Nem de longe podemos falar: ‘Largue ou negligencie o seu trabalho’, não é essa ideia. E, a depender de quão enraizada está a dependência do trabalho, é possível que a pessoa não consiga sair dessa sozinha”, menciona o psiquiatra, ressaltando a importância de procurar um profissional da saúde mental quando o descanso se torna um problema.

FONTE O TEMPO

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Brasil terá onda de calor incomum e uma das mais intensas da história

Onda de calor que atingirá vários estados brasileiros será extraordinária com marcas jamais vistas em muitas cidades e que podem atingir 45ºC ou mais

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A MetSul projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas 10ºC a 15ºC acima da climatologia histórica em algumas tardes.

METSUL METEOROLOGIA

Os dados analisados pela MetSul Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima.

onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 40,4ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba.

Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962.

A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50.

Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez.

ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA

O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas.

Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

METSUL METEOROLOGIA

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado.

PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM

período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados.

Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude.

METSUL METEOROLOGIA

Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro.

Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes.

O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

RECORDES DE CALOR DE CAPITAIS PODEM CAIR

As ondas de calor de setembro e outubro, ambas excepcionais, derrubaram os recordes de temperatura máxima de duas capitais do Brasil. A onda de calor que começa tem potencial de estabelecer recordes de temperatura máxima em diversas capitais, inclusive naquelas que alcançaram novos recordes em setembro e outubro.

ECMWF

No evento de calor extremo do mês de setembro, Belo Horizonte teve a sua maior temperatura máxima desde o início dos registros em 1910 com 38,6ºC na Pampulha e 37,5ºC em Santo Agostinho. No mês passado, na segunda grande onda de calor, a cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, com dados desde 1911, chegou a impressionantes 44,2ºC. A marca na capital superou o recorde absoluto prévio de máxima de 44,0ºC de 30 de setembro de 2020.

A onda de calor de setembro foi tão fora do comum que motivou estudo de atribuição rápida por um time internacional de cientistas do clima da World Weather Attribution, que concluiu que o episódio teve um tempo estimado de recorrência de trinta anos e que as mudanças climáticas aumentaram o potencial de ocorrência da onda de calor extremo em cem vezes.

espantoso é que recordes de setembro e outubro podem cair de novo, poucas semanas de terem ocorrido. Isso porque o calor indicado para as capitais do Centro-Oeste o Sudeste na semana que vem e na metade do mês é muitíssimo intenso e fora do normal.

METSUL METEOROLOGIA

Modelos numéricos indicam a possibilidade de máximas ao redor de 45ºC ou mais para Cuiabá, o que derrubaria o recorde recém estabelecido de 44,2ºC. Campo Grande, cujo recorde absoluto de máxima é de 41,0ºC (5/10/2020), pode superar esta marca. Goiânia, com recorde de temperatura de 41,2ºC (7/10/2020) igualmente pode ter sua máxima absoluta ameaçada.

ECMWF

ECMWF

Belo Horizonte pode ter o recorde, semanas atrás alcançado de 38,6ºC, superado com máximas em torno de 40ºC. Também a cidade do Rio de Janeiro pode anotar máximas extraordinariamente altas com muitos dias acima de 40ºC.

A cidade de São Paulo, cujo recorde de máxima é de 37,8ºC em 17/10/2014, na estação do Mirante de Santana, é outra capital que pode ter seu recorde derrubado, uma vez que na semana que vem e no meio do mês as máximas na capital paulista podem atingir valores tão absurdamente altos quanto 38ºC ou 39ºC com alguns modelos apontando até 40ºC.

RECORDE NACIONAL DE CALOR TAMBÉM AMEAÇADO

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, na grande onda de calor daquele ano que teve uma primavera excepcionalmente quente como a de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C.

O recorde de calor do Brasil ficou a apenas 0,6ºC de ser batido nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia na onda de calor de outubro com os 44,2ºC da cidade de Cuiabá, mas desta vez, ao menos pelos dados existentes hoje, a probabilidade de que o recorde caia é maior, uma vez que os modelos projetam máximas acima do registro de 2020.

MAIS UMA BOLHA DE CALOR TRARÁ TEMPERATURA EXCEPCIONAL

Assim como nos episódios extremos de setembro e outubro, uma bolha de calor ou cúpula de calor será responsável pelas temperaturas extraordinariamente altas previstas para o Centro do Brasil. Uma área de alta pressão em altitude, típica de bolhas de calor, atuará entre o Sudeste e o Centro-Oeste enquanto no Sul do Brasil haverá enorme convergência de umidade com chuva extrema no Rio Grande do Sul.

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Uma bolha de calor, que se denomina também de domo ou cúpula de calor (em Inglês é chamada de heat dome) ocorre com áreas de alta pressão que atuam como cúpulas de calor, e têm ar descendente (subsidência). Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar.

Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela. Esta bolha de calor de agora vai estar com seu centro entre o Paraguai e o Centro-Oeste do Brasil.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor. À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Nunca na história de mais de um século da observação do clima mundial tantos recordes de calor de todos os tempos caíram por uma margem tão grande quanto na histórica onda de calor do final de junho de 2021 no Oeste da América do Norte, efeito de uma maciça cúpula de calor. Foi o segundo desastre climático mais mortal do ano com 1.037 mortes: 808 no Oeste do Canadá e 229 no noroeste dos EUA. O Canadá quebrou seu recorde nacional de temperatura de todos os tempos em três dias consecutivos em Lytton, British Columbia, que atingiu impressionantes 49,6°Cem 29 de junho, um dia antes da cidade ser incendiada em um feroz incêndio florestal alimentado pelo calor extremo. O antigo recorde de calor canadense era 45,0°C em 5 de julho de 1937.

Este foi o evento regional de calor extremo mais anômalo a ocorrer em qualquer lugar da Terra desde o início dos registros de temperatura. Nada se compara”, disse o historiador do clima Christopher Burt, autor do livro Extreme Weather. Apontando para Lytton, Canadá, ele acrescentou: “Nunca houve um recorde nacional de calor em um país com um extenso período de registro e uma infinidade de locais de observação que foi superado por 4ºC”, afirmou O pesquisador internacional de registros meteorológicos Maximiliano Herrera concordou. “O que vimos é totalmente sem precedentes em todo o mundo”, disse. “É uma cascata interminável de recordes sendo quebrados”, resumiu.

Um estudo de resposta rápida do programa World Weather Attribution descobriu que as altas temperaturas diárias observadas em uma área de estudo que abrange grande parte do Oeste de Oregon, Washington e Colúmbia Britânica em junho de 2021 teriam sido “praticamente impossíveis sem as mudanças climáticas causadas pelo homem”. O estudo estimou que foi aproximadamente um evento de 1 em 1000 anos no clima de hoje, mas em um mundo com 2ºC de aquecimento global, que se projeta para daqui a duas décadas, evento semelhante poderia ocorrer aproximadamente a cada cinco a dez anos.

CALOR ATINGIRÁ NÍVEIS MUITO PERIGOSOS À SAÚDE E À VIDA

MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias em muitas áreas do território brasileiro atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.

Normalmente, o calor no Brasil é percebido com um evento normal no clima e até celebrado, mas o país não mantém estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura. O calor é um causador “silencioso” de mortes, diferentemente do que ocorre com desastres pela chuva. Os poucos levantamentos sobre mortes associadas ao calor no Brasil estão em alguns estudos epidemiológicos em pesquisas da Medicina e não da Meteorologia.

calor extremo é muito mais mortal do que outros desastres naturais, matando em média mais que o dobro de pessoas por ano do que furacões e tornados combinados, de acordo com dados monitorados pelo Serviço Meteorológico Nacional nos Estados Unidos.

As mudanças climáticas e crescente urbanização estão aumentando rapidamente a exposição humana a temperaturas ambientes extremas, mas poucos estudos examinaram a temperatura e a mortalidade na América Latina. Trabalho publicado em revista científica das temperaturas ambientes diárias e da mortalidade entre 326 cidades latino-americanas entre 2002 e 2015 mostrou alto índice de letalidade por calor extremo.

Em cidades latino-americanas, uma proporção substancial de mortes é atribuída a temperaturas ambientes não ideais. Aumentos marginais em temperaturas altas observadas estão associados a aumentos acentuados no risco de mortalidade. Os riscos identificados foram maiores entre os idosos e para mortes cardiovasculares e respiratórias.

Estudo pulicado em 24 de agosto de 2023 na revisrta Nature, intitulado “Rápido aumento no risco de mortalidade relacionada ao calor” destaca que os estudos em sua maioria avaliam como a mortalidade causada pelo calor aumenta com o aumento médio da temperatura global, mas não é claro até que ponto as mudanças climáticas aumentarão a frequência e a gravidade dos extremos com elevado impacto na saúde humana.

No estudo de análise probabilística, os autores combinaram relações empíricas de mortalidade por calor para 748 locais de 47 países com dados de grandes conjuntos de modelos climáticos. Na maioria dos locais, um evento de mortalidade por calor com recorrência estimada de 1 em 100 anos no clima de 2000 passaria a ser de uma vez a cada dez a vinte anos no clima de 2020.

O estudo projeta que esses períodos de retorno diminuam ainda mais sob níveis de aquecimento global de 1,5° C e 2°C, em que  extremos de mortalidade por calor do clima acabarão por se tornar comuns se não ocorrer adaptação. “As nossas conclusões destacam a necessidade urgente de uma forte mitigação e adaptação para reduzir os impactos nas vidas humanas”, enfatizam os cientistas.

ESTUDO MOSTRA MAIS DE MIL MORTES EM SÃO PAULO EM ONDA DE CALOR DE 2014

O trabalho publicado na Nature referencia uma pesquisa de 2015 sobre um evento de calor extremo na cidade de São Paulo. Em 2014, São Paulo apresentou mortalidade relacionada ao calor de 1,7% (intervalo de confiança de 0,7–2,8%) da mortalidade total, ou 1.296 mortes (556–2.095), número que seria esperado com um tempo de recorrência de a cada 134 anos pela média do clima do ano 2000. O período de retorno na cidade de São Paulo diminui para 18 anos (17,0–19,6) no clima de 2020, 11 anos (8,0–13,1) com aquecimento planetário de 1,5 °C e 5 anos (2,7–5,5) a 2,0 °C  de aquecimento global.

O estudo “Efeitos na saúde de uma onda de calor em fevereiro de 2014 na cidade de São Paulo, Brasil” examinou a mortalidade no período de 2 a 15 de fevereiro de 2014 com 12 dias seguidos com temperatura máxima acima de 33°C, incluindo cinco dias com umidade relativa abaixo de 20% e altos níveis de ozônio.

No período, ocorreram 3.228 óbitos, ou mais 743 óbitos que o esperado, predominantemente na faixa etária dos 60 anos ou mais, com destaque para óbitos por doenças do sistema nervoso, do aparelho geniturinário, de perturbações mentais e do aparelho circulatório. Foi possível identificar uma relação temporal entre condições climáticas atípicas e a ocorrência de excesso de mortes, destacam os autores.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo.

A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente.

A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam.

Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol. Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Os especialistas assinalam também que esforço físico deve ser evitado nas horas mais quentes do dia. “Se você não puder evitar atividades cansativas em tempo quente, beba líquidos e descanse com frequência em um local fresco. Tente agendar exercícios ou trabalho físico para as partes menos quentes do dia, como de manhã cedo ou à noite”, dizem. “Acostume-se. Limite o tempo gasto trabalhando ou se exercitando no calor até que você esteja condicionado a isso. As pessoas que não estão acostumadas ao clima quente são especialmente suscetíveis a doenças relacionadas ao calor. Pode levar várias semanas para o seu corpo se ajustar ao tempo quente”, pontua a Mayo Clinic.

O choque de calor é um dos maiores riscos durante um período de temperatura muito alta. É uma condição causada pelo superaquecimento do corpo, geralmente como resultado de exposição prolongada ou esforço físico em altas temperaturas. Esta forma mais grave de lesão por calor e insolação pode ocorrer se a temperatura do corpo subir para 40ºC ou mais e requer tratamento de emergência. A insolação grave ou choque de calor não tratados pode danificar rapidamente o cérebro, o coração, os rins e os músculos. O dano piora à medida que o tratamento é adiado, aumentando o risco de complicações graves ou morte.

Os sinais e sintomas da insolação incluem, de acordo com a Mayo Clinic, uma temperatura corporal central de 40ºC u superior, estado mental confuso ou comportamento alterado, fala arrastada, delírio, convulsões e coma. Há ainda alteração na sudorese. Na insolação provocada pelo tempo quente, a pele ficará quente e seca ao toque. No entanto, na insolação provocada por exercícios exagerados, a pele pode ficar seca ou levemente úmida.

Outros sintomas incluem náusea e vomito. A pele pode ficar ainda avermelhada à medida que a temperatura do corpo aumenta. A respiração pode se tornar rápida e superficial. O pulso atinge frequência cardíaca de corrida com aumento significativo porque o estresse térmico coloca uma tremenda carga no coração para ajudar a resfriar seu corpo. Dores de cabeça com a percepção de latejar é frequentemente relatada.

FONTE METSUL

Cerca de 27% dos brasileiros foram diagnosticados com ansiedade

Cerca de 26,8% dos brasileiros foram diagnosticados com ansiedade, com um índice alarmante de 31,6% entre os jovens de 18 a 24 anos, e prevalências notavelmente elevadas no Centro-Oeste com 32,2 —  e também entre as mulheres, com 34,2%.

Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), um estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Organização Global de Saúde Pública Vital Strategies.

De acordo com o Ministério da Saúde, transtornos de ansiedade podem manifestar-se de várias maneiras, incluindo ansiedade persistente sem motivo claro ou episódios intensos que podem paralisar a pessoa. A sensação desconfortável pode levar o indivíduo a alterar sua rotina para evitar a ansiedade, como por exemplo, deixar de usar o elevador.

A neuropsicóloga e doutora em psicologia Roselene Espírito Santo Wagner avalia que diversas condições sociais no Brasil, incluindo instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como a má qualidade dos serviços públicos, estão entre os fatores que contribuem para fazer do país um dos líderes em incidência de transtornos de ansiedade na população.

De acordo com psiquiatra, os sintomas da ansiedade incluem:

Preocupação excessiva;
Medo;
Tensão muscular;
Inquietação;
Insônia;
Taquicardia;
Sudorese;
Falta de ar.

Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.

FONTE BARROSO EM DIA

Cerca de 27% dos brasileiros foram diagnosticados com ansiedade

Cerca de 26,8% dos brasileiros foram diagnosticados com ansiedade, com um índice alarmante de 31,6% entre os jovens de 18 a 24 anos, e prevalências notavelmente elevadas no Centro-Oeste com 32,2 —  e também entre as mulheres, com 34,2%.

Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), um estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Organização Global de Saúde Pública Vital Strategies.

De acordo com o Ministério da Saúde, transtornos de ansiedade podem manifestar-se de várias maneiras, incluindo ansiedade persistente sem motivo claro ou episódios intensos que podem paralisar a pessoa. A sensação desconfortável pode levar o indivíduo a alterar sua rotina para evitar a ansiedade, como por exemplo, deixar de usar o elevador.

A neuropsicóloga e doutora em psicologia Roselene Espírito Santo Wagner avalia que diversas condições sociais no Brasil, incluindo instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como a má qualidade dos serviços públicos, estão entre os fatores que contribuem para fazer do país um dos líderes em incidência de transtornos de ansiedade na população.

De acordo com psiquiatra, os sintomas da ansiedade incluem:

Preocupação excessiva;
Medo;
Tensão muscular;
Inquietação;
Insônia;
Taquicardia;
Sudorese;
Falta de ar.

Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.

FONTE BARROSO EM DIA

Síndrome de Pica: veja sintomas do transtorno e saiba se você é uma vítima

A alotriofagia é um transtorno caracterizado pela vontade incontrolável de comer coisas que não são comestíveis.

alotriofagia, popularmente chamada de ‘síndrome de pica’, é um transtorno caracterizado pela vontade incontrolável de comer coisas que não são comestíveis. Pessoas que são acometidas pelo distúrbio têm apetite insólito e consomem substâncias como sujeira, giz, cabelo, pedaços de pano, sabão, fezes, unha, cinza de cigarro, dentre outras coisas.

Segundo especialistas, na maioria dos casos, a síndrome de Pica apresenta sintomas persistentes e um quadro compulsivo. Geralmente, ela acomete pessoas com sinais de estresse, ansiedade, anemia e deficiência de eletrólitos no sangue. Além disso, é muito comum em grávidas. 

Embora a síndrome da pica tenha várias causas, ela está frequentemente associada à deficiência de ferro (anemia) e de eletrólitos como o cálcio no sangue, segundo Guízar Sánchez, do Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina do México.

“Existem pacientes com anemia que consomem giz, gesso ou sal, o que também ocorre em pessoas com forte deficiência de zinco e cálcio. Já em gestantes, o transtorno é comum, devido ao desequilíbrio de cálcio e ferro, o que provoca uma maior demanda nutricional para o feto. Além disso, as mulheres costumam ingerir  gelo para evitar enjoos e outras substâncias para aliviar a gastrite e o refluxo”, esclarece Sánchez.

O que causa a Síndrome de Pica? 

De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós PhD em neurociências que estudou o caso em 2021, a síndrome de Pica pode acontecer com qualquer pessoa em qualquer fase da vida, mas tende a acontecer em três grupos específicos de pessoas:

  • Crianças pequenas, especialmente menores de 6 anos;
  • Pessoas com certas condições de saúde mental, especialmente transtorno do espectro autista, deficiência intelectual ou esquizofrenia;
  • Estresse . A pica é frequentemente observada em crianças que vivem na pobreza ou naquelas que foram abusadas ou negligenciadas;
  • Pessoas que estão grávidas;
  • Desnutrição ou fome. Itens não alimentares podem ajudar a dar uma sensação de saciedade. Baixos níveis de nutrientes como ferro ou zinco podem desencadear desejos específicos.  

Como a pica é diagnosticada?

Segundo Agrela, a a síndrome de pica é diagnosticada a partir do hábito de comer compulsivamente coisas que não são comestíveis ou não têm valor ou benefício nutricional. Ela também pode ser identificada através de exames como urina e fezes, assim como exames de imagem como raios-X , tomografia computadorizada (TC) , ressonância magnética (MRI), ultra-som. Além de eletrocardiograma (ECG ou EKG), que procura problemas com o ritmo elétrico do seu coração que podem ocorrer com certos desequilíbrios eletrolíticos ou infecções parasitárias.

O que pode causar a síndrome de pica?

  • Anemia (baixo teor de ferro);
  • Constipação;
  • Ascaridíase (infecção por lombriga);
  • Desequilíbrio eletrolítico;
  • Ritmos cardíacos irregulares (arritmias);
  • Envenenamento por chumbo;
  • Obstrução/bloqueio do intestino delgado e do intestino grosso;

O que as pessoas com sindrome de pica geralmente comem ?

  • Cinzas;
  • talco;
  • Giz;
  • Carvão;
  • Tijolos;
  • Argila, terra ou terra;
  • Grãos de café;
  • Cascas de ovo;
  • Fezes (cocô) de qualquer tipo;
  • Cabelo, barbante ou linha;
  • Gelo;
  • Amido de lavanderia;
  • Lascas de tinta;
  • Papel;
  • Seixos;
  • Alimentos para animais de estimação;
  • Sabão;
  • Lã ou pano;

Quais os tratamentos para síndrome de pica?

  • Terapia aversiva leve – método que envolve ensinar as pessoas a evitar comportamentos de pica, usando as versões leves para ensinar as pessoas a evitar itens não alimentares e reforçar positivamente comportamentos alimentares saudáveis.
  • Terapia comportamental – envolve ensinar a uma pessoa mecanismos e estratégias de enfrentamento para ajudá-la a mudar seu comportamento.
  • Reforço diferencial – as pessoas aprendem a evitar comportamentos de pica, concentrando-se em outros comportamentos e atividades.

FONTE O TEMPO

Conheça os sintomas do norovírus e saiba como se proteger

Os principais sintomas são diarreia e vômito, que podem vir acompanhados de náuseas, febre baixa, dores no corpo e prostração

Principal causador do surto de diarreia em Santa Catarina neste verão, o norovírus tem alta capacidade de proliferação. Sua transmissão se dá via fecal-oral, ou seja, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados e do contato com pessoas infectadas, em especial pelas mãos.

Os principais sintomas são diarreia e vômito, que podem vir acompanhados de náuseas, febre baixa, dores no corpo e prostração. As manifestações variam conforme a característica de cada indivíduo e, geralmente, aparecem nos primeiros dias após o contágio.

Os dias quentes da estação são propícios para a circulação não apenas do norovírus, mas do rotavírus e do adenovírus, que também causam quadros gastrointestinais. No ambiente de praia há um descuido maior com higiene e refeições, mas especialistas ressaltam que a contaminação ocorre em qualquer lugar.

A principal forma de evitar o norovírus é intensificar os cuidados com higiene.

“Muitos dos agentes infecciosos podem ficar nas superfícies. Se eu ponho a mão no corrimão, na mesa, em local em que alguém com a doença também colocou [as mãos], esses agentes infecciosos grudam na minha mão. E o contato dela com rosto, olhos e boca é uma forma de infecção”, diz o médico Marcelo Otsuka, vice-presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Paulista de Pediatria e coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia.

“A higiene das mãos deve ser redobrada e mais intensa se a pessoa estiver com diarreia. Ela não pode, por exemplo, manipular alimentos. E neste caso o álcool em gel não é tão eficaz como é contra outros vírus, porque o norovírus tem uma camada lipídica”, afirma Carlos Magno Fortaleza, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.

O norovírus não é o mais grave causador das diarreias virais, mas merece atenção de pessoas com imunodeficiência imunológica, além de crianças e idosos, muito vulneráveis a quadros de desidratação.

SINTOMAS DO NOROVÍRUS

  • Diarreia
  • Vômito
  • Náuseas
  • Febre baixa
  • Prostração
  • Dor abdominal
  • Dores no corpo

DICAS DE PREVENÇÃO

  • Lavar as mãos frequentemente, com água e sabão
  • Beber bastante água filtrada e de fonte segura
  • Não consumir gelo de procedência desconhecida
  • Na praia e em bares, evitar raspadinhas e sacolés, devido à manipulação constante do gelo
  • Não consumir alimentos de procedência desconhecida, fora da validade e com as embalagens deterioradas
  • Não consumir alimentos crus ou mal cozido, especialmente na praia
  • Evitar frutas e verduras descascadas ou com a casca danificada
  • Não visitar praias impróprias, nem mesmo para permanecer na areia

TRATAMENTO

Em caso de infecção, os cuidados com alimentação e hidratação são os melhores remédios, dizem os especialistas. “Água e soro caseiro. A vantagem do soro caseiro é que ele contém sódio e açúcar, que na membrana do intestino facilitam a absorção da água”, afirma Fortaleza.

Em geral, o uso de medicação para cortar vômito e diarreia não é recomendado, mas cada caso deve ser avaliado na sua particularidade.

“Sempre que possível, é interessante ter a orientação do seu médico. Em situações com muitos vômitos, em que a pessoa não consegue se alimentar, principalmente crianças pequenas ou idosos, a chance de caminhar para uma desidratação é grande”, diz Otsuka. “Mas na maioria das vezes é um quadro tranquilo [de norovírus], em que uma simples orientação pode ajudar.”

A reconstituição da flora intestinal, por sua vez, ajuda na recuperação, mas não combate a diarreia. “É válida, tem sido preconizada, mas existem situações em que não se deve fazer a reposição, como no caso de pacientes com câncer em quimioterapia”, alerta Otsuka.

Para combater a proliferação do vírus, o infectado deve ficar em casa, longe de locais públicos e aglomerações. “Não é um isolamento respiratório como o da COVID-19, mas um distanciamento para cortar a cadeia de transmissão. Já ajuda bastante”, afirma Fortaleza.

FONTE ESTADO DE MINAS

Cidade da região confirma o 1º caso de varíola dos macacos

Em Minas Gerais, até o dia 10 de julho foram confirmados 18 casos pela Secretaria Estadual de Saúde, sendo 15 em Belo Horizonte, 02 em Sete Lagoas e 01 em Governador Valadares.

Primeiro caso foi confirmado em Mariana nesta quinta-feira (14). ‘Monkeypox’ é uma doença viral, com contágio principalmente por meio de fluidos corporais.

Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A transmissão pode ocorrer através do contato com animal ou humano infectado.

O contágio entre humanos ocorre por meio do contato direto com secreções respiratórias, lesões na pele ou fluidos corporais de uma pessoa infectada, ou a partir do contato com superfície ou objetos recentemente contaminados.

“Por exemplo, secreção respiratória de uma pessoa infectada, transmissão respiratória, no caso por gotículas. Pode acontecer a partir de contato próximo e prolongado ou mucosas, como dos olhos, nariz ou boca“, detalha.

A transmissão pode ocorrer pelas seguintes formas:

Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.

De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.

Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis; Da mãe para o feto através da placenta; Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele; Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.

Sintomas

Os principais sintomas da varíola dos macacos são: febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão

Geralmente, de um a três dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, que costuma começar no rosto e se espalha para diversas partes do corpo. As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Além disso, o epidemiologista Fabiano dos Anjos ressalta que o período de incubação da “monkeypox” varia de seis a 13 dias. “Esse é o tempo que leva para aparecerem os primeiros sintomas”. Ele afirma que os sintomas do vírus podem durar de duas a quatro semanas.

Isolamento

Pacientes com suspeita da doença devem ficar em isolamento, em um local com boa ventilação natural. É recomendado que ambientes comuns, como banheiro e cozinha, fiquem com janelas abertas. Caso more com outras pessoas, deve-se usar a máscara cirúrgica bem ajustada e protegendo a boca e o nariz.

Além disso, é importante que o paciente lave as mãos várias vezes ao dia, preferencialmente com água e sabonete líquido. Se possível, deve usar toalhas de papel descartável para secá-las.

Quem estiver com suspeita também não compartilhar alimentos, objetos de uso pessoal, talheres, pratos, copos, toalhas ou roupas de cama. Os itens só podem ser reutilizados após higienização.

Como se proteger

O uso de máscaras, distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.

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