Após tragédia, fundação considera Rio Paraopeba como ”completamente morto”

Após tragédia, fundação considera Rio Paraopeba como ”completamente morto”/Reprodução

“Um  rio completamente morto”.  Esta é a constatação sobre a condição do Rio Paraopeba por integrantes de uma expedição da Fundação SOS Mata Atlântica, que percorre o manancial, após a tragédia da barragem 1 de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, ocorrida em 25 de janeiro. A contaminação do rio por metais pesados também foi confirmada por análises  feitas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

“A água (do Paraopeba) tem variado entre péssimo – ou seja, (mostrando) o rio completamente morto – e ruim,  (com o rio) também completamente morto do trecho próximo de onde ocorreu o desastre até Pará de Minas, onde  foi feito uma barreira de contenção, tentando conter os rejeitos, mas ainda que ainda não deu resultado”, afirmou nesta segunda-feira a especialista em recursos hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro,  que coordena a Expedição Paraopeba.

Desde quinta-feira passada, o governo do estado informou que os “resultados iniciais” de monitoramento do Rio Paraopeba, após o recebimento dos rejeitos de minério da barragem de Brumadinho, apontaram que a água do manancial “apresenta riscos à saúde humana e animal”.
O governo estadual também divulgou que, diante dos resultados e, “por segurança à população”, os órgãos responsáveis pelo monitoramento “não indicam  a utilização da água bruta do manancial para qualquer finalidade, até que a situação seja normalizada.
Na quinta-feira passada, também foi iniciada a Expedição da Fundação SOS Mata, com o objetivo de percorrer 336 quilômetros do ponto que o Rio Paraopeba recebeu a lama de minérios, no município de Brumadinho até foz no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, situada no Rio São Francisco, no município de Felixlândia, na Região Central do estado. Até esta segunda-feira, a equipe de estudiosos percorreu cerca de 120 quilômetros, chegando no município de Pará de Minas.
Malu Ribeiro ressalta que ao longo do rio constatou a devastação provocada pela lama de rejeitos de minério. “ O rio ficou  completamente morto. Foi perdida uma grande quantidade de Mata Atlântica – quase 200 hectares de mata nativa foi arrastada, assim também toda  fauna aquática e toda biodiversidade da região. Isso prejudica não somente o ecossistema, mas também as atividades econômicas”, alertou a especialista, lembrando que a contaminação do rio também impede o uso da água do rio para o consumo humano e animal para diversas outras finalidades.
Para  representante da Fundação SOS Mata Atlântica, o desastre de Brumadinho é “uma tragédia socioambiental sem parâmetros no mundo”. “Trata-se de uma das maiores tragédias decorrentes  de atividades minerárias do mundo”, avalia.
AMBIENTE DE GUERRA
 Ela ressalta também as perdas humanas que se somam aos danos ambientais. “É como se a gente tivesse vendo uma ferida exposta, um verdadeiro ambiente de guerra mesmo, um grande  esforço de todos os socorristas e das pessoas, de forma voluntária, em prestar ajuda e solidariedade às vítimas”,  afirma Malu Ribeiro.
“É uma enorme comoção das famílias e amigos das vítimas  e mesmo das pessoas que atuam de forma voluntária, com muito pesar. Esta tragédia não pode ficar impune”, conclama a ambientalista.
Em novo boletim sobre o monitoramento da qualidade da água do Rio Paraopeba, divulgado na noite do último domingo, o IGAM informou que  as concentrações de metais pesados no manancial diminuíram, porém ainda permanecem acima dos limites permitidos.
O monitoramento do Paraopeba, após o desastre da barragem de Brumadinho, é feito pelo IGAM, juntamente com a Copasa, o Serviço Geológico do Brasil  (CPRM) e a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela divulgação do boletim.
Fonte: EM

Localizado o corpo de barbacenense em Brumadinho

Localizado o corpo de barbacenense em Brumadinho/Reprodução

A família do barbacenense Leandro Rodrigues confirmou, no final da manhã desta terça-feira (05), que o corpo foi localizado em Brumadinho. A angústia dos familiares persistia desde o dia do rompimento da Barragem da Vale, onde Leandro trabalhava, no dia 25 de janeiro. De acordo com a prima dele, Fabiana Germanio, a previsão é de que o corpo seja liberado na quarta-feira (06), em horário ainda não definido. Haverá uma parada na igreja de São Pedro e logo após, o sepultamento no cemitério de Santo Antônio.

Morador do bairro Caminho Novo, Leandro tinha 33 anos e trabalhava em uma empresa terceirizada da Vale. Ele deixa esposa e filho.

Engenheiro ouro-branquense é outra vítima da lama da Vale

Tiago Augusto Favarini, de 33 anos/Reprodução

Engenheiro ia somente às sextas-feiras em Brumadinho e trabalhava na Vale em Congonhas.

Todas as sexta-feiras, o engenheiro Tiago Augusto Favarini, de 33 anos, seguia para uma reunião na Vale de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. No último dia 25, ele estava na empresa quando a barragem I da mina do Córrego do Feijão se rompeu e deixou pelo menos 134 mortos.  “Nos outros dias da semana ele trabalhava na barragem em Congonhas e nas sextas seguia para Brumadinho para essa reunião de equipamentos”, explicou o irmão da vítima Alexandre Favarini.

O engenheiro deixou um filho de um ano e meio e mulher. “É muito ruim porque a mulher dele ficou sozinha com o filho na cidade de Ouro Branco, onde eles moravam. Minha mãe ainda está muito abalada com a perda do meu irmão. A família toda está transtornada”, contou Alexandre.  Apesar da dor, a família disse que ficou consolada com ao menos encontrar o corpo do engenheiro e poder enterrá-lo. “Muita gente não vai encontrar nem o corpo. É um absurdo construirem um centro administrativo e refeitório abaixo da barragem”, lamenta.

Outras vítimas

Até agora são 212 desaparecidos e 114 identificados. Na região são 8 trabalhadores mortos e ainda 6 desaparecidos.

Estão ainda desaparecidos, Pedro Sena e Edson Rodrigues dos Santos, oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Miramar Antônio e Luiz Carlos da Silva Reis.

O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não encontrados.

Fonte: O Tempo

Tragédia: mais uma vítima da região é identificada

Depois de 9 dias, mais uma vítima entre os 121 corpos resgatados foi identificada chegando até agora a 107 trabalhadores levadas pela lama da Vale. A dor e tristeza aos poucos vão consumindo centenas de famílias, entre as quais dezenas na região.

Hoje Roadney Oliveira (foto), 27 anos, morador do Distrito de Joaquim Murtinho, em Congonhas, foi identificado como uma das vítimas da tragédia. Até agora são 6 mortos e ainda 6 desaparecidos de vítimas da região.

Casado, há mais de um ano, Roadney era mecânico da Sotreq e também amigo do desaparecido congonhense Luiz Carlos, ambos de Congonhas.  Conforme apurou nossa reportagem, a família acompanhou de perto em Brumadinho o processo para o encontro do corpo do jovem. O local e o horário do sepultamento ainda não foram divulgados. Até agora são 3 congonhenses mortos o crime ambiental da Vale.

Outros desaparecidos

Hoje foi sepultado o corpo da psicóloga congonhense Josiane dos Santos. Ela era casada com o engenheiro de minas Marcos Marra Miranda que era filho do radialista, já falecido, Dê Miranda, da Rádio Congonhas. O casal morava em Belo Horizonte.

Estão ainda desaparecidos, Pedro Sena, Felipe José de Oliveira Almeida e Edson Rodrigues dos Santos, oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis.

O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não encontrados.

Nota

NOTA SOTREQ

Em nota enviada a redação do site, a Sotreg lamentou a morte do jovem. “Recebemos com grande tristeza a confirmação do falecimento de Gustavo Sousa Junior e de Rodney Sander Paulino Oliveira. Eles estavam entre os cinco colaboradores da Sotreq desaparecidos após a tragédia de Brumadinho (MG).Gustavo, 37 anos, deixa a esposa e o filho. Era mecânico e trabalhava há 12 anos e cinco meses na empresa.

Rodney, 27 anos, deixa a esposa. Era mecânico e trabalhava há um ano e dez meses na empresa. Como tem acontecido desde a confirmação do rompimento da barragem, onde os colaboradores prestavam serviço terceirizado para a Vale, nossos esforços estão voltados para dar suporte às suas famílias”.

 

Congonhas quer evitar tragédia 9 vezes maior que Brumadinho

Moradores da cidade de Congonhas (MG) estão tendo dificuldades para dormir todas as noites. “Muitos estão tomando remédios controlados para conseguir descansar”, conta Antônio Claret Fernandes, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A organização realizou junto com a associação de moradores do bairro Residencial Gualter Monteiro e o apoio da Igreja Nossa Senhora Aparecida uma assembleia na última quarta-feira (29) sobre o risco de uma nova tragédia, a semelhança de Brumadinho e Mariana.
O município de Congonhas possui a maior barragem construída em área urbana da América Latina. A estrutura chamada Casa de Pedra pertence a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional, privatizada ainda no governo Collor). Em caso de rompimento, os rejeitos se deslocariam por toda cidade, com 54 mil habitantes, além de atingir comunidades próximas. Claret Fernandes explica que, há pelo menos um ano, o MAB vem acompanhando a situação de Congonhas.
 “O bairro residencial Gualter Monteiro está logo abaixo, a 200 metros da barragem”, conta. Cerca de mil pessoas, aglomeradas em uma rua, participaram da assembleia que também contou com a presença de representantes do Ministério Público, da prefeitura e políticos locais.
Em novembro de 2017 o MP já alertava para o risco de um acidente na Casa de Pedra. Um laudo do Centro de Apoio Técnico da promotoria mostrou que o fator de estabilidade exigido pela legislação estava abaixo do esperado na barragem. O próprio comandante dos Bombeiros da região, capitão Ronaldo Rosa de Lima, chegou a classificar a represa de rejeitos como “propensa a rompimento”. Na época, a CSN garantiu que o fator de risco de já havia sido superado.
A tragédia de Brumadinho reacendeu a preocupação da comunidade de Congonhas, que terminou a assembleia de quarta-feira com algumas exigências à CSN e ao município. “O ponto central é o esvaziamento da barragem. O segundo ponto é a retirada de todos os moradores das áreas mais próximas e o terceiro é o aluguel para quem sofrer desocupação”.
O porta-voz do MAB completou que outras duas exigências são a indenização por danos morais, considerando todo o transtorno na vida dos moradores mais próximos da barragem, e o monitoramento permanente da estrutura e que as informações sejam repassadas de forma transparência à população.
“Não temos, em toda a literatura, nenhum caso de barragem que se rompeu de uma hora para outra. Existe uma série de elementos e sintomas que mostram que a estrutura já estava doente. Brumadinho, certamente, apresentou sintomas. O que achamos é que eles foram desconsiderando, podem ter descartado os sintomas como uma coisa não importante ou aconteceu erro de leitura dos equipamentos”, avalia o secretário de Meio Ambiente de Congonhas, Neylor Aarão.
Sobre a exigência principal da assembleia de moradores, o imediato esvaziamento da barragem Casa da Pedra, Aarão explica que a estrutura não recebe mais rejeitos desde 2017.
“Não tem como fechar a barragem, só se fechar a mineração, porque se trata de uma linha de produção. O que temos exigido é que as empresas iniciem um processo de transição de beneficiamento do minério”, esclarece o secretário.
Segundo ele, hoje cerca de 40% dos rejeitos gerados pela CSN são secos e não vão para as barragens. Ao invés disso, são empilhados, formando montanhas onde antes foi explorado minério. “Esse é o modo que a gente pensa a mineração 4.0, como dizemos, que não haja mais rejeitos líquidos. A CSN informou, também que estão acelerando o procedimento para chegar em 100% de rejeitos secos no próximo ano”.
A disposição de rejeitos, com as novas tecnologias:
Foto: Minas Jr/Consultoria Mineral
Até hoje as quatro mineradoras que atuam na cidade – além da CSN, Vale, Gerdau e Ferrous – não colocaram em prática as medidas decretadas no Plano Municipal de Gestão de Barragens. Em 14 de dezembro, as companhias apresentaram uma contraproposta à prefeitura. “Terminamos a avaliação [da contraproposta] no início de janeiro, quando emitimos um auto de infração de mais de R$ 2 milhões para cada empresa, dando o prazo de 30 dias para aderirem ao plano, a partir do momento que receberem a notificação”, o que deve acontecer nas próximas duas semanas, completa o secretário.
Aarão conta que a tragédia em Brumadinho, cidade irmã e que faz parte do mesmo consórcio de municípios, causou tristeza e espanto na prefeitura de Congonhas.
“Brumadinho era considerada estável, assim como Mariana. Precisamos repensar o papel do município e o papel da mineração. Qual o tipo de mineração que precisamos? É essa que mata, irresponsável? Ou uma mineração sustentável? As empresas que temos são de primeiro mundo, mas o modo de segurança não é de primeiro mundo”, reflete.
Aplicativo e participação direta dos moradores
Congonhas criou o primeiro Plano Municipal de Gestão de Barragens do país que passou a vigorar em novembro de 2018, com 11 determinações às mineradoras que atuam na região. Segundo o secretário, a cidade tem 24 barragens sendo que 6 delas podem afetar a área urbana.
Em todo estado de Minas Gerais existem 688 reservatórios. Segundo dados do último inventário de barragens da Fundação Estatal de Meio Ambiente (Feam), 677 delas têm estabilidade garantida, em quatro os auditores não souberam concluir o grau de estabilidade e sete foram consideradas sob risco de rompimento, em 2018.
“Minas está assentada em uma bomba relógio e temos que desarmá-la criando uma nova alternativa de exploração”, destaca o secretário.
Dentre as exigências que o município entregou às mineradores estão a mudança no estudo que embasa o processo de licenciamento. O levantamento comum no país, feito para o pedido de licenciamento, estima os impactos em caso de rompimento considerando a barragem isoladamente. A prefeitura de Congonhas pede, agora, que o chamado dam break faça simulações considerando todo o complexo de estruturas, seu raio e a bacia onde está inserido.
“Em Mariana o acidente aconteceu com duas barragens, uma se rompeu sobre a outra. Isso pode representar que os estudos de ruptura podem estar subdimensionados, não apresentando a realidade do que pode acontecer e isso se reflete na segurança das pessoas”, pondera.
Com os estudos integrados de ruptura hipotética das barragens, a prefeitura entende que conseguirá articular de forma mais eficiente as ações da Defesa Civil. O plano municipal determina também a instalação de uma brigada voluntária com a participação da sociedade. Outro programa inserido no Plano é a criação de um conselho social técnico para acompanhar o grau de estabilidade das barragens, uma das reivindicações citadas na assembleia de moradores.
Segundo o modelo criado pela prefeitura, as mineradoras serão obrigadas a permitir o acesso aos equipamentos de controle de barragens para o grupo de voluntários do conselho. As avaliações serão feitas três vezes por ano em cada barragem. Hoje, a medição de risco é realizada anualmente.
“Temos aqui várias pessoas que trabalharam na mineração, hoje aposentadas e que conhecem essas estruturas desde que foram construídas. Então, não vamos permitir que esse conselho seja formado por curiosos”, completa Aarão.
Outro ponto que o pacote traz é a criação de um aplicativo de localização, semelhante ao Waze, mas baseado em modelos norte-americanos para ajudar as pessoas a saírem rapidamente de lugares de risco, após algum desastre, para áreas seguras.
Aarão conta que a prefeitura e a direção da CSN em Congonhas tiveram um encontro nesta quinta-feira (30) onde ficou acordado que a mineradora divulgaria uma nota de esclarecimento hoje (31). O GGN entrou em contato com a assessoria de imprensa da mineradora ontem, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Um dia após à assembleia, cerca de 100 moradores convidou a CSN para uma reunião. Claret conta que nenhum representante compareceu ao encontro marcado às 14h. “Então nós percorremos 8 quilômetros de distância até a CSN. Em princípio, a empresa queria receber só uma comissão, depois de muito debate ela assinou um ofício com as nossas reivindicações. Estamos dando três dias para uma resposta”.
Após o desastre de Brumadinho, a prefeitura de Congonhas ampliou as exigências do Plano Municipal de Gestão de Barragens em três pontos: proíbe o alteamento (aumento da altura) das barragens em área urbana; exige junto da declaração de estabilidade uma declaração colocando o diretor e o presidente direto da barragem sob pena de responsabilidade nas esferas civis e criminais, em caso de rompimento; e a implementação de políticas que promovam o “descomissionamento” que é a tecnologia que separa o rejeito da água, permitindo que a matéria seca seja empilhada.
Nove vezes maior que Brumadinho
A Casa de Pedra faz parte de um complexo de barragens interligadas com 98 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A estrutura principal tem capacidade para 50 milhões de metros cúbicos. A título de comparação, a tragédia de Brumadinho, de 25 de janeiro, aconteceu após o rompimento de uma barragem com 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, deixando 99 vítimas fatais, 259 desaparecidas e 135 desabrigadas, segundo as últimas informações divulgadas pela defesa civil até a manhã do dia 31 de janeiro.
O desastre da Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015, aconteceu com o rompimento de duas barragens – uma estava acima da outra. Cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram lançados para fora, matando 20 pessoas e causando o maior desastre ambiental da história do país. A lama percorreu 700 quilômetros até desaguar no oceano atlântico, matando peixes e tornando a água imprópria para o consumo em vária cidades de Minas e Espírito Santo.
A Agência Nacional das Águas (ANA) alerta que os rejeitos de Brumadinho seguem o curso da bacia do Rio Paraopeba em direção ao Rio São Francisco. Representantes de Furnas, Cemig, ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) estudam fechar as comportas das usinas Retiro Baixo e Três Marias, que fazem fronteira com o São Francisco, para impedir que a lama contamine um dos maiores rios do país, e que percorre cinco estados, sendo eles Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas
Claret Fernandes lembra que o rio Paraopeba nasce em uma região acima de Congonhas. Logo, o rompimento de uma barragem do tamanho de Casa da Pedra terminaria de destruir a fauna da bacia que banha 35 cidades mineiras e desemboca no São Francisco.

Lama de Vale faz mais uma vítima de Congonhas e mulher é identificada entre os mortos

A jovem psicóloga Josiane Santos/Reprodução

A dor e tristeza aos poucos vão consumindo centenas de famílias, entre as quais dezenas na região.

No dia em que a catástrofe completou 7 dias mais um corpo, entre os 71 já resgatados, foi identificado. Trata-se da psicóloga congonhense Josiane Santos Miranda, de 37 anos, que trabalhava na mina em Brumadinho. Ela era casada com o engenheiro da CSN Marcos Marra Miranda que era filho do radialista, já falecido, Dê Miranda, da Rádio Congonhas. O casal morava em Belo Horizonte.

O corpo de Josiane está no IML de Belo Horizonte e sepultamento ocorre amanhã em local e horário a serem divulgados.

“Perdi  minha nora que eu amava na barragem da vale. Eu e meus filhos estamos sem chão. Uma grande amiga, uma grande nora e confidente . Um ser humano daqueles que não fazem mais . Com certeza Deus abrirá as portas do céu pra te receber . Até um dia”. Este é um desabafo de Dona Terezinha viúva do Dê Miranda nas redes sociais.

Mortos

Hoje foi enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Lafaiete, o maquinista, Anderson Sthica, de 43 anos. No final da tarde, em Queluzito, foi sepultado o mecânico da terceirizada Sotreq, Gustavo Sousa Júnior, de 37 anos.

Região

Até agora são 5 mortos e 7 desaparecidos de vítimas da região. Estão desaparecidos, Pedro Sena, Felipe José de Oliveira Almeida e Edson Rodrigues dos Santos, oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis.

O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não encontrados.

Lista de desaparecidos da região

Tristeza, dor e emoção no sepultamento do maquinista Anderson Sthica

Familiares e centenas de amigos se despediram de Anderson Sthica/CORREIO DE MINAS

Lafaiete está de luto. Familiares e centenas de amigos se despediram agora há pouco do maquinista lafaietense Anderson, mais conhecido como Anderson Sthica.

Ele foi morto na tragédia de Brumadinho que ocorreu na última sexta-feira, dia 25. Ele está entre os 71 já identificados na catástrofe. O corpo de Anderson Sthica chegou por volta de 9:40 horas ao velório. Seu caixão estava lacrado. O sepultamento ocorreu por volta das 11:15 em meio a lágrimas, dor, emoção e tristeza pela morte prematura do alegre Sthica.

Passagem do corpo de Sthica por Lafaiete durou menos de 2 horas/CORREIO DE MINAS

A história

Sthica tinha 43 anos e morava no bairro Museu em Lafaiete com seus pais. Ele tinha mais dois irmãos e era solteiro. Três dias antes do rompimento da barragem em Brumadinho Sthica fizera aniversário e já preparava com amigos uma comemoração. O ex vereador Carlos Magno, amigo de Sthica, contou a nossa reportagem que os dois ingressaram na MRS em 1997 e completariam agora em agosto 23 anos de empresa. “Ele era uma pessoa alegre, divertida e companheira. Ele curtiu a vida e rodou este mundo. Quando entramos juntos na MRS a gente gozou muito ele, pois o Cruzeiro neste ano foi campeão da Libertadores, e Sthica era Atleticano”.

Além de Anderson, 4 outros trabalhadores da região foram vitimados em Brumadinho. Outros 8 ainda estão entre os desaparecidos.

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Uma dor que retrata bem como foi a primeira semana na cidade castigada por aquela que já é a pior tragédia humana da história da mineração no país, que chegou ontem a 110 mortes confirmadas, e tende a ultrapassar as três centenas. Ontem foram atualizados os números: 110 mortos, deste 71 foram identificados. Os desaparecidos caíram para 238.

Mas a tragédia atingiu a região. Até agora são 5 mortos e 8 desaparecidos. A agonia e falta de informação martirizam as famílias.

São os desaparecidos da região: Pedro Sena, Felipe José de Oliveira Almeida e Edson Rodrigues dos Santos são oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Josiane Santos, Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis.

O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não encontrados.

Veja a história dos falecidos na tragédia

Anderson Luiz da Silva

Anderson Luiz da Silva/Reprodução

O lafaietense, Anderson Luiz da Silva, 43 anos, conhecido como Anderson Sthica, morador do Museu, trabalhava na MRS. Seu corpo chegará a sua terra natal por volta das 10:30 e o sepultamento ocorrerá 11:00 no Cemitério nossa Senhora da Conceição. Anderson fez aniversário no dia 22 janeiro, 4 dias antes da tragédia e preparava no sábado, uma dia 26, uma festa com amigos.

Anderson foi localizado fora da cabine da locomotiva e tentou correr e não conseguiu.

Gustavo Sousa Junior

Gustavo Sousa Junior/Reprodução

Natural de São João do Paraíso, cidade da Região Norte de Minas Gerais situada na divisa com a Bahia, Gustavo Sousa Junior trabalhava há 12 anos como mecânico para uma empresa de máquinas prestadora de serviços à Vale. Na segunda-feira (28), familiares ainda tinham esperanças de encontrá-lo vivo.

Ele era casado com Hellen e morava no bairro Santa Matilde, em Lafaiete. Sua família é natural do norte de Minas e seus pais moram em Queluzito, cidade em que será enterrado ainda hoje. Gustavo deixa um filho especial.

Jonatas Lima Nascimento

Jonatas Lima Nascimento/Reprodução

Natural de Congonhas, Jonatas Lima Nascimento, de 36 anos, era casado e tinha dois filhos: uma menina de 11 anos e um garoto de 6. Ele trabalhava no setor de carregamento da Vale. Seu corpo foi encontrado dentro de um caminhão atingido pela lama. Jonatas foi enterrado no domingo, dia 27, em Congonhas.

Daniel Muniz Veloso

Daniel Muniz Veloso/Reprodução

O corpo do norte-mineiro que morreu no rompimento da barragem de Brumadinho foi enterrado na manhã desta segunda-feira (28), em Coração de Jesus. Daniel Muniz Veloso tinha 29 anos e trabalhava em uma empresa terceirizada que presta serviço para a Vale.

A esposa de Daniel está grávida de oito meses e ele esperava o nascimento do filho para pedir transferência de Brumadinho.

Daniel era o caçula de três irmãos e morava com a esposa em Conselheiro Lafaiete. Desde o dia da tragédia, familiares saíram do Norte de Minas e foram para a região de Brumadinho em busca de notícias.

Wanderson de Oliveira Valeriano

Wanderson de Oliveira Valeriano/Reprodução

Wanderson de Oliveira Valeriano, de 35 anos, começou a trabalhar como operador de máquinas da Vale em 2017. Ele havia sido transferido há pouco tempo para a mina do Feijão, em Brumadinho. Seu corpo foi encontrado próximo ao refeitório da empresa, onde aproximadamente 300 funcionários almoçavam quando a barragem se rompeu. Filho de um sargento reformado da Polícia Militar, Wanderson deixa a esposa e três filhos pequenos. O sepultamento da vítima ocorreu na quarta-feira (30), no município de Barbacena.

Desaparecidos da região

Tragédia de Brumadinho: mais um corpo de lafaietense é identificado; mecânico deixa um filho especial

Subiu para 4 o número de mortos de Lafaiete e região na catástrofe de Brumadinho ocorrida na sexta feira, dia 25. Além do maquinista lafaietense, Anderson Sthica cujo foi corpo foi encontrado hoje e será sepultado amanhã, surgiu mais um morto na tragédia. Gustavo Souza Júnior, de 37 anos,  era mecânico na terceirizada Sotreq,  morava com a esposa no bairro Santa Matilde, em Lafaiete, e deixa um filho especial, de 7 anos.

Segundo sua família, ele trabalhava em Porteirinha, Norte de Minas, e estava pleiteando uma vaga definitiva na região. No dia do rompimento da Barragem, ele prestava serviço em Brumadinho. Gustavo é um dos 7 irmãos do casal Gustavo e Dona Neuza que há 14 anos mora em Queluzito. A família é oriunda do Norte de Minas. O corpo de Gustavo está o IML de Belo  Horizonte para onde a família se dirige para providenciar o sepultamento que deve ocorrer amanhã.

Números

Além de Anderson e Gustavo, já foram sepultados o congonhense Jonatas Limas Nascimento,  e Wanderson  Oliveira Valeriano, de Barbacena. Ainda estão desaparecidos mais 8 trabalhadores da região, sendo 3 de Lafaiete: Pedro Sena, Felipe José de Oliveira Almeida e Edson Rodrigues dos Santos De Congonhas: Josiane Santos, Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis. O engenheiro de Minas, o ouro-branquense, Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos, está a lista dos funcionários da Vale ainda não econtrados.

São 110 o número de mortos após o rompimento da barragem I da mina Córrego do Feijão em Brumadinho. O número de desaparecidos caiu para 238. Até o momento, 71 corpos foram identificados. A atualização foi feita na noite desta quinta-feira (31).

NOTA SOTREQ

Recebemos com grande tristeza a confirmação do falecimento de Gustavo Sousa Junior. Ele estava entre os cinco colaboradores da Sotreq desaparecidos após a tragédia de Brumadinho (MG).

Gustavo, 37 anos, deixa a esposa e o filho. Era mecânico e trabalhava há 12 anos e cinco meses na empresa.

Como tem acontecido desde a confirmação do rompimento da barragem, onde os colaboradores prestavam serviço terceirizado para a Vale, nossos esforços estão voltados para dar suporte às suas famílias.

 

 

Tragédia sem fim: ouro-branquense está na lista de desaparecidos

Mais um trabalhador da região entra na lista dos desaparecidos. Agora subiu para 12 o numero de vítimas que ainda não foram localizadas oriundos de Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco

Vinicius Henrique Leite Ferreira, 40 anos,  é engenheiro de minas e há mais de 21 anos trabalhava na Vale. Pai de 3 três filhos, ele mora em Ouro Branco. Como trabalhava em diversas minas, na sexta feira, dia 25, ele estava em Brumadinho.

Vinicius trabalha na Vale há mais de 21 anos

Segundo seu irmão, o empresários, Bruno Ferreira, a apreensão tomou conta da família diante da falta de informações. “É uma situação de agonia sem fim”, disse.

São os desaparecidos: Gustavo  Souza, Pedro Sena, o maquinista Anderson Luiz da Silva, Felipe José de Oliveira Almeida e Edson Rodrigues dos Santos são oriundos de Lafaiete. Em Congonhas: Josiane Santos, Edymayra  Coelho, Miramar Antônio, Rodney Oliveira, Luiz Carlos da Silva Reis e Wanderson  Oliveira Valeriano. Desde a tragédia, amigos e familiares usam as redes socais para buscar informações.

Ontem pela manhã foi sepultado Jonatas Limas Nascimento no cemitério em Congonhas. Ele tinha 36 anos e deixou dois filhos.

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