O trem mais incrível do Peru em uma viagem até Machu Picchu

Nenhuma aventura peruana está completa sem uma visita à aldeia inca de Machu Picchu, protegida pela UNESCO. É a parada turística número um do Peru e, sem dúvidas, um dos lugares mais bonitos para se visitar – afinal, há uma razão para ser uma das novas sete maravilhas do mundo.

Mas chegar lá e reservar passagens não é tão simples quanto se espera. Os ingressos devem ser comprados com pelo menos 30 dias de antecedência na alta temporada e o acesso envolve pelo menos três meios de transporte. Claro, o local é acessível a pé através da Trilha Salkantay para caminhantes interessados, mas a rota envolve uma caminhada de 75 quilômetros durante quatro a cinco dias pelas montanhas e pelo terreno da selva, terminando com um despertar às 3h da manhã no último dia para descer a Machu Picchu para o nascer do sol.

Em 2024, a Belmond comemora 25 anos de serviço no Peru — Foto: Sophie Knight
Em 2024, a Belmond comemora 25 anos de serviço no Peru — Foto: Sophie Knight
Há dois carrinhos de jantar que comportam até 84 passageiros — Foto: Sophie Knight
Há dois carrinhos de jantar que comportam até 84 passageiros — Foto: Sophie Knight

Entre em Hiram Bingham, A Belmond Train, uma viagem de trem inesquecível que começa na estação Poroy, em Cusco, e te leva até a cidadela. O Hiram Bingham (nomeado em homenagem ao explorador que divulgou amplamente a existência de Machu Picchu para o mundo ocidental no início do século 20), é composto por vários vagões decorados. Ele inclui dois vagões-restaurante com capacidade para até 84 passageiros, um vagão-bar onde são servidos Pisco Sours e um vagão de observação ao ar livre para apreciar as vistas panorâmicas. Veja como é o dia.

Chegamos à estação de Poroy (a 20 minutos de carro do centro de Cusco) às 8h30, com música ao vivo e uma apresentação de dança com artistas vestidos com roupas tradicionais incas. Recebemos uma bebida de boas-vindas de prosecco com pisco e groselha, que bebemos rapidamente antes de sermos levados à nossa cabine de jantar para uma partida imediata às 9h.

O trem mais incrível do Peru em uma viagem até Machu Picchu — Foto: Sophie Knight
O trem mais incrível do Peru em uma viagem até Machu Picchu — Foto: Sophie Knight
A equipe distribui bandejas de prosecco, pisco e groselha — Foto: Sophie Knight
A equipe distribui bandejas de prosecco, pisco e groselha — Foto: Sophie Knight

Os convidados se enquadram em uma de duas categorias: metade está pronta para uma passarela e a outra metade está pronta para explorar o terreno da selva. Nós nos encaixamos confortavelmente na equipe de caminhada com nossos tênis e leggings, mas os hóspedes mais sofisticados usam sapatos Chanel, chapéus de sol e bolsas de grife.

O sol entra no vagão-restaurante quando o trem começa a descer — Foto: Sophie Knight
O sol entra no vagão-restaurante quando o trem começa a descer — Foto: Sophie Knight
Os campos de cultivo passam - os platôs altos são a altitude ideal para o cultivo — Foto: Sophie Knight
Os campos de cultivo passam – os platôs altos são a altitude ideal para o cultivo — Foto: Sophie Knight

Nosso capitão, Martin, explica a viagem que temos pela frente quando começamos a avançar – ela durará duas horas e meia, descendo 3 mil metros acima do nível do mar até 2.400 metros. A queda de altitude é muito bem-vinda.

Começamos a viagem em um terreno relativamente plano. Campos de cultivo de milho e batata passam rapidamente. E às 10h30, entramos na icônica floresta nublada do Vale Sagrado, uma região do planalto andino do Peru.

O Hiram Bingham serpenteia pelas montanhas em direção a Machu Picchu — Foto: Sophie Knight
O Hiram Bingham serpenteia pelas montanhas em direção a Machu Picchu — Foto: Sophie Knight
O carrinho de bar é o local ideal para ouvir música ao vivo durante toda a viagem — Foto: Sophie Knight
O carrinho de bar é o local ideal para ouvir música ao vivo durante toda a viagem — Foto: Sophie Knight

Fazemos uma rápida parada em Ollantaytambo para pegar mais passageiros antes do início do serviço de brunch. A refeição de três pratos começa com pão quente e tortinha de milho crocante, seguida de espetinhos de carne Angus com batata nativa e termina com uma deliciosa mousse de banana doce e maracujá. Depois, o que importa são as vistas.

Um brunch de três pratos é servido enquanto o trem passa pela zona rural andina — Foto: Sophie Knight
Um brunch de três pratos é servido enquanto o trem passa pela zona rural andina — Foto: Sophie Knight
Espere pratos como carne bovina com batatas nativas — Foto: Sophie Knight
Espere pratos como carne bovina com batatas nativas — Foto: Sophie Knight

A paisagem lá fora se transforma em montanhas rochosas enquanto seguimos o caudaloso rio Urubamba, que deságua no rio Amazonas. O carrinho de observação é o local para passar a maior parte da viagem, absorvendo as paisagens inigualáveis.

O trem serpenteia por altas montanhas e uma selva verde exuberante – samambaias, bromélias e muita folhagem verde ocupam o lado direito do trem. Observamos as nuvens rolarem sobre as montanhas rochosas antes de chegarmos à estação de Machu Picchu.

As bebidas são apreciadas no carrinho de bar — Foto: Sophie Knight
As bebidas são apreciadas no carrinho de bar — Foto: Sophie Knight
A folhagem bate nas janelas do trem — Foto: Sophie Knight
A folhagem bate nas janelas do trem — Foto: Sophie Knight

Seguimos para a sala de espera privada de Belmond antes de sermos guiados ao nosso ônibus para uma subida com muito vento de 30 minutos até a entrada de Machu Picchu. Seguiremos pela Rota Um – a rota mais alta e popular – ao redor da cidadela com um guia que fala inglês ou espanhol e que compartilha a fascinante história dessa cidade inca que se acredita ter sido construída no século XV.

Acredita-se que Machu Picchu tenha sido construída por volta do século XV — Foto: Cavaleiro Sophie
Acredita-se que Machu Picchu tenha sido construída por volta do século XV — Foto: Cavaleiro Sophie
Lhamas e alpacas são residentes de Macchu Pichu — Foto: Sophie Knight
Lhamas e alpacas são residentes de Macchu Pichu — Foto: Sophie Knight

Ficamos maravilhados enquanto a nuvem flui pela antiga vila e tiramos fotos enquanto ela se desprende do Monte Machu Picchu.

Às 16h, seguiremos para o Sanctuary Lodge, um hotel Belmond na entrada da cidadela, para o chá da tarde antes de retornarmos ao ônibus para a viagem de volta.

A vila inca foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO em 1983 — Foto: Sophie Knight
A vila inca foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO em 1983 — Foto: Sophie Knight
1,5 milhão de pessoas visitam Machu Picchu todos os anos — Foto: Sophie Knight
1,5 milhão de pessoas visitam Machu Picchu todos os anos — Foto: Sophie Knight

Um serviço de jantar requintado e bebidas ilimitadas nos mantém entretidos enquanto o céu escurece. Um banquete de quatro pratos é o combustível perfeito após um dia de exploração. A viagem termina com um delicioso chocolate quente com especiarias (em uma taça de champanhe, claro).

Um jantar de quatro pratos completa a viagem de trem, com coquetéis à base de Pisco — Foto: Sophie Knight
Um jantar de quatro pratos completa a viagem de trem, com coquetéis à base de Pisco — Foto: Sophie Knight

O trem chega por volta das 21h30 para mais música ao vivo e uma despedida da equipe que fez a viagem sem problemas. Quem diria que escalar Machu Picchu poderia ser tão chique?

Uma reserva no Hiram Bingham, A Belmond Train inclui a viagem de trem de ida e volta com entretenimento, uma refeição de três pratos e bebidas ilimitadas, entrada para Machu Picchu, acesso à trilha mais popular e um guia particular.

Matéria originalmente publicada na Condé Nast Traveller
FONTE CASA VOGUE

 

Mulher desaparece após ter sido atropelada por trem e ter caído em rio

Corpo de Bombeiros fazem buscas pela região; um homem não identificado também teria sido atropelado, mas saiu vagando sem direção

O Corpo de Bombeiros busca uma mulher que teria sido atropelada por um trem e caído em um rio, em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. A corporação foi acionada nesta quarta-feira (3).

Além da mulher, um homem que estava com ela também foi atropelado. Porém, segundo os bombeiros, ele teria deixado o local andando sem direção. Ele ainda não foi encontrado.

Segundo relato do maquinista, ele ouviu o barulho do atropelamento da mulher, mas não encontrou sinais dela no local. Existe a suspeita de que a vítima estivesse em cima do pontilhão e, com a colisão, ela tenha caído no rio.

Equipes do Corpo de Bombeiros realizam buscas no rio para encontrar as vítimas e/ou vestígios que possam esclarecer o que teria acontecido. A Polícia Militar e a empresa que administra o trecho ferroviário foram acionadas.

 

FONTE ITATIAIA

Brasil tem seis rotas de trens de passageiros que não saem do papel

As duas rotas de passageiros em operação no país são operadas pela Vale. A Estrada de Ferro Vitória a Minas liga Cariacica (ES) a Belo Horizonte, enquanto a Estrada de Ferro Carajás atua entre São Luís e Parauapebas (PA).

 Uma rota ligaria Araraquara a Campinas por 192 quilômetros de trilhos. Também seria possível embarcar em Codó (MA) e viajar até Altos (PI) ou de Conceição da Feira a Alagoinhas, na Bahia. Mas isso tudo só ficou no papel até hoje.

Os anúncios de estudos para a retomada de trens de passageiros, como os citados acima, se sucedem historicamente no Brasil nas últimas décadas, que no entanto só tem duas rotas regulares em operação e leiloou, em fevereiro, seu primeiro trem de média velocidade.

Há seis rotas em estudo hoje no país, mas ainda em processo embrionário, sem prazo e que dependem essencialmente de surgirem investidores interessados.

Os trens regionais nunca deixaram de estar na pauta do governo federal, mas também nunca se concretizaram. Um estudo feito nos anos 90 pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) mostrava que a ligação de Campinas a Araraquara era uma das mais viáveis do país.

A rota, que ligaria duas regiões ricas do estado mais rico do Brasil e, conforme o plano, poderia ser percorrida em uma hora e meia, voltou a aparecer em 2003, quando integrou o programa de resgate do transporte ferroviário de passageiros no primeiro ano do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quatro anos depois, um novo estudo citou a viabilidade. Não saiu do campo das ideias.

“Não há demanda entre Campinas e Araraquara para sustentar um trem. O trem tem de andar cheio e ter frequência para ser viável. O que funciona é transporte de massa com número alto de passageiros”, disse Hélio Gazetta Filho, diretor da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) Campinas e especialista no tema.

Outra questão é que, para saírem do papel, é preciso que os trens tenham investimentos dos governos federal e estadual, da iniciativa privada e participação das concessionárias de cargas. “São elas que têm a concessão do trecho. Dá para trabalhar juntos, segregar carga, mas tudo isso tem custo, mexer em linhas, cruzamentos, ramais, é complicado.”

Naquele mesmo 2007, o governo federal anunciou que lançaria edital para construir um trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, que faria o trajeto de 403 quilômetros em 85 minutos.

A Copa do Mundo de 2014 marcaria importantes obras de mobilidade e a inauguração desse sistema de alta velocidade, que a essa altura já tinha Campinas como ponto inicial e estações planejadas em São José dos Campos e Volta Redonda, com trajeto já em 511 quilômetros. Mas também não vingou.

Novas discussões surgiram em 2010, 2012 e, em 2014, o Ministério dos Transportes anunciou que estava em andamento um plano de revitalização das ferrovias com 14 trechos, de 40 quilômetros a 238 quilômetros de extensão.

No total, o país ganharia 2.574 quilômetros de ferrovias para passageiros. A menor, em Sergipe, ligaria São Cristóvão a Laranjeiras, passando por Aracaju, enquanto a maior, na Bahia, atenderia Conceição da Feira, Salvador e Alagoinhas. A previsão é que estivesse concluída em 2013. Porém, não existe até hoje.

Agora, o Ministério dos Transportes estuda a possibilidade de implantação de seis trechos dedicados ao transporte de passageiros. Até o momento, porém, não há confirmação de quais poderão ser de fato implantados nem definição prévia do modelo de negócio.

Dos seis em estudo, três estão no Nordeste, dois no Sul e um na região Centro-Oeste. Cinco são compostos por rotas estaduais -a exceção é Brasília-Luziânia, que envolve duas Unidades da Federação.

No Nordeste, estão em estudo os trechos Salvador-Feira de Santana (Bahia), Fortaleza-Sobral (Ceará) e São Luís-Itapecuru (Maranhão).

Os dois da região Sul poderão ligar Pelotas a Rio Grande (Rio Grande do Sul), e Londrina a Maringá (Paraná). No Centro-Oeste, o trem estudado atenderia a rota Brasília (DF)-Luziânia (GO). Somados, os projetos em estudo têm cerca de 700 quilômetros de trilhos.

Luziânia-Brasília já foi motivo, em 2015, de chamamento para estudos da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestres), sem vingar.

Segundo o ministério, como cada situação pode exigir um formato diferente, não há, por ora, definições sobre o modelo de negócio dos empreendimentos futuros. O entendimento do mercado, porém, é que todos devem sair via PPP (parcerias público-privadas), como será o trem que vai ligar São Paulo a Campinas.

“O Estado precisa recuperar a capacidade de investimento e é preciso também trazer o capital privado. A ideia do passado, de fazer autorizações no lugar de concessões, não sai do papel, pois não adianta imaginar que o empresário vai botar todo o dinheiro necessário numa infraestrutura desse tamanho”, disse José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Ferrofrente (Frente Nacional pela Volta das Ferrovias).

brasil rotas papel
Crédito: Ricardo Botelho/MInfra

Integrante do grupo de trabalho de mobilidade da Presidência da República, ele disse que muitos dos projetos apresentados nas últimas décadas são viáveis, enquanto outros eram “absolutamente impraticáveis”.

“As rotas [em estudo atualmente] podem ser viabilizadas. O ideal é que os projetos estejam conectados com, por exemplo, a Ferrovia Norte-Sul ou com outras. Não podem ser ferrovias isoladas, para resolver um probleminha de um trânsito localizado. Nós temos que ser mais ambiciosos.”

Presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), Vicente Abate disse acreditar no potencial do setor ferroviário, por ele ser promissor e estratégico para o país. “Entendo que isso tende a crescer ano a ano a partir de agora. Não por querer, mas por necessidade.”

Previsto no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o trem entre São Paulo e Campinas terá 101 quilômetros de extensão e ligará a estação da Barra Funda, na zona oeste da capital, ao centro da maior cidade do interior, com parada em Jundiaí.

O leilão foi vencido pelo consórcio C2 Mobilidade Sobre Trilhos, que ofereceu desconto de 0,01% no pagamento de R$ 8 bilhões que o Governo de São Paulo terá de fazer.

Encabeçado pela Comporte, holding ligada à família Constantino, fundadora da Gol, o consórcio foi formado em parceria com o gigante chinês CRRC, estatal que é a maior fabricante de suprimentos ferroviários do mundo.

A concessão terá duração de 30 anos e as obras devem durar cerca de sete anos -com as primeiras viagens das linhas paradoras em 2029 e o trem expresso operando em 2031.

As duas únicas rotas de passageiros em operação no país são operadas pela Vale. A Estrada de Ferro Vitória a Minas liga Cariacica (ES) a Belo Horizonte, enquanto a Estrada de Ferro Carajás atua entre São Luís e Parauapebas (PA). Gonçalves disse ainda que é preciso agir para “parar com essa tristeza de o Brasil não ter ferrovia”.

“Você vai no mundo inteiro e vê o mundo em cima de trilhos, e o Brasil não consegue fazer isso. Todos os esforços que virão serão bem-vindos, desde que não sejam para criar expectativas absolutamente irreais”.

 

FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 trens que foram preservados e restaurados para oferecer passeios turísticos

Além de proporcionar momentos de lazer, preservação garante resgate cultural e disseminação da história ferroviária do Brasil

No Brasil, existem dezenas de trens que passaram por restauro para oferecer passeios turísticos à população. Assim, além de proporcionar momentos de lazer, a preservação garante um resgate cultural e histórico, ressaltando a importância da ferrovia para o desenvolvimento do país.

Alguns destes trabalhos foram fruto de parceria com a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). A entidade civil é sem fins lucrativos e de cunho histórico, cultural e educativo.

Confira 5 trens que passaram por restauro e hoje oferecem passeios turísticos para a população no Brasil:

Expresso Turístico da CPTM – São Paulo

Em 2009, a CPTM colocou em atividade o Expresso Turístico, com passeios de trem que partem da Estação Luz, no centro de São Paulo, com destino a Jundiaí, Mogi das Cruzes e Paranapiacaba.

De acordo com a CPTM, o passeio do Expresso Turístico ocorre em uma locomotiva a diesel, modelo ALCO RS-3 de 1952, que conduz carros de passageiros, de aço inoxidável, fabricados no Brasil pela BUDD – MAFERSA nos anos 60 e que foram cedidos pela ABPF. Durante a viagem, o turista aprecia a paisagem e conhece um pouco da história.

Trem das Águas – São Lourenço – Minas Gerais

O Trem das Águas permite conhecer uma antiga ferrovia projetada e construída pelos ingleses da Minas & Rio Railway há 115 anos. No local, o então Visconde de Mauá efetuou uma de suas últimas contribuições às ferrovias brasileiras.

De acordo com a ABPF, é possível conhecer o caminho de ferro que D. Pedro II percorreu com toda sua comitiva imperial, quando buscavam o ameno clima mineiro e a salubridade das águas da região.

Além disso, é possível ouvir os melodiosos apitos e o poético badalar do sino de uma autêntica “Maria-Fumaça” (locomotiva a vapor). O passeio também permite conhecer a histórica estação ferroviária de São Lourenço, totalmente restaurada.

Estrada de Ferro Santa Catarina – Apiúna

passeio é no trecho reimplantado do antigo leito da extinta EFSC, que funcionou de 1909 a 1971. Segundo a ABPF, a ferrovia teve sua construção iniciada com capital e tecnologia alemã, vindo a ser a única no Brasil construída pelos alemães. Quem embarca no passeio fica a bordo de um trem tracionado por uma autêntica locomotiva a vapor de 1920, fabricada nos Estados Unidos.

O trajeto conta com um túnel de 70 metros de extensão, uma ponte em arco romântico, bueiros, além de uma passagem superior. Os turistas também podem ver as belezas naturais da região como a mata atlântica, paredões de pedra e as corredeiras do Rio Itajaí Açu. No trecho final do passeio, é possível conhecer a Usina Hidrelétrica de Salto Pilão.

Trem dos Imigrantes – São Paulo

Em uma composição movida por uma locomotiva a vapor, uma autêntica Maria-Fumaça, o passeio passa por um trecho que pertencia ao Ramal Ferroviário dos Imigrantes. Portanto, sai da estação do Memorial, indo até a Rua da Mooca e, na volta, até a entrada da Estação do Brás, retornando ao ponto inicial, em um trajeto de aproximadamente 3 km.

A experiência é uma realização da ABPF Regional São Paulo, por meio do Núcleo Histórico dos Transportes. Do passeio, é possível avistar o maior acervo de material ferroviário de bitola de 1,60 m do Brasil.

Para os amantes de ferrovia, a diversão é garantida, com destaque para as locomotivas elétricas tipo V-8 e tipo Box, da Companhia Paulista.  Além disso, estão entre os destaques os carros de madeira (vagões que transportam passageiros) da antiga São Paulo Railway e de aço inox da antiga Estrada de Ferro Araraquarense, todos recuperados na Oficina de Restauração da ABPF Regional São Paulo.

Viação Férrea Campinas Jaguariúna – Campinas / Jaguariúna

Operando regularmente desde 1984, esta é a primeira ferrovia histórica da ABPF e do Brasil. Com início na estação de Anhumas em Campinas, a linha da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro segue por 24 km de extensão até Jaguariúna.

Neste caso, a Maria-Fumaça viaja a uma velocidade média de 20 km/h. Assim, é possível apreciar uma verdadeira viagem no tempo para o século XIX. Ao longo da linha surgem paisagens das antigas fazendas de café. Em cerca de uma hora e 30 minutos, chega-se à chega-se a Jaguariúna, onde é possível observar a mudança de relevo para montanhoso devido a proximidade com o Circuito das Águas paulista formado por cidades como Serra Negra e Amparo.

 

FONTE MOBILIDADE ESTADÃO

Volta ao mundo em trens de luxo vai passar por 13 países. Veja quanto custa!

Não é sempre que é possível fazer uma viagem nos trens mais luxuosos do mundo, em uma aventura que vai rodar o continente. Se você está com dinheiro sobrando e topa encarar oitenta dias de viagem, passando por quatro continentes e 13 países em sete trens de luxo (e alguns voos pelo caminho), então acompanhe atentamente esse luxuoso pacote.

A ‘Volta ao Mundo em Trem de Luxo’ é um serviço oferecido pela empresa Railbookers, em que a grande estrela são mesmo as viagens de trem. Durante 11 semanas, essa aventura ferroviária de luxo vai passar por 13 países e várias cidades e destinos turísticos, como Edimburgo, Londres, Paris, Istambul, Cidade do Cabo, entre outros.

A viagem terá início no dia 28 de agosto em Vancouver, Canadá, terminando a jornada em Singapura no dia 15 de novembro. Nos quase três meses de duração, os viajantes vão passear de trem acompanhado as vistas mais deslumbrantes da África, Ásia, Europa e América do Norte – faltou só algum país da América do Sul neste itinerário.

Trens de luxo

Essa é mesmo uma viagem dos sonhos para quem é apaixonado por ferrovias e trens, pois será possível andar nos vagões mais icônicos e históricos que existem, como o Expresso do Oriente, que fará o percurso entre Paris e Veneza.

No total, serão sete trens de luxo, onde os passageiros vão ficar em acomodações de primeira classe e com serviços exclusivos. Confira todos eles:

  • Rocky Mountaineer
  • Belmond Royal Scotsman
  • Veneza Simplon-Orient-Express
  • Maharajas Express
  • Golden Eagle Danube Express
  • Rovos Rail
  • Eastern & Oriental Express

Quanto custa essa super viagem de trem?

Se dar uma volta ao mundo não é nada barato, é de se imaginar que rodar quatro continentes em sete trens de luxo também tem seu (altíssimo) preço. E os ingressos custam a partir de US$ 119.599 por pessoa (mais de R$ 590 mil)!

No pacote, além das viagens de trem, também estão incluídos as estadias nos melhores hotéis das cidades, traslados de carro, quatro dos nove voos (os outros é por conta dos viajantes), muitas refeições e passeios turísticos. Dentre as excursões que serão realizadas estão um safári no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, a subida à Torre Eiffel e um jantar no Moulin Rouge em Paris, por exemplo.

Os ingressos para a volta ao mundo de trem podem ser reservados no site da Railbookers. Só não se esqueça de comprar todas as passagens aéreas que faltam no pacote para não perder nenhuma viagem de trem no caminho.

FONTE MELHORES DESTINOS

Como perdemos o trem da história no transporte ferroviário de passageiros

Por que o país abandonou sistema que já teve 89 milhões de usuários/ano por ferrovias, conectando um território continental, e sucateou seu rico patrimônio

No início de janeiro, o Ministério dos Transportes confirmou que a Região Sudeste não tem trechos previstos na futura Política Nacional de Transporte Ferroviário de Passageiros (PNTFP). Com exceção do trem entre Belo Horizonte e Vitória, um dos dois únicos existentes no país, as antigas linhas que conectavam os mineiros foram desativadas ou destinadas ao transporte de cargas, entre elas a Estrada de Ferro Central do Brasil, a Estrada de Ferro Bahia e Minas e a Rede Mineira de Viação. Para resgatar as histórias dos viajantes de outros tempos e debater o futuro do transporte ferroviário, o Estado de Minas traça uma linha do tempo com os principais acontecimentos desse sistema no país, por meio de documentos históricos e entrevistas com antigos passageiros, associações, órgãos e especialistas da área.

“Nós chegamos a transportar 89 milhões de passageiros por ano, que viajavam de trem. Hoje, são 1,3 milhão. Um país deste tamanho, com dimensões continentais, só com duas linhas… Então, é um serviço praticamente inexistente”, avalia o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores.

Ele destaca a importância do sistema ferroviário e compara com outros serviços de transporte existentes no país. “Hoje, a gente só consegue fazer viagens longas de avião, que são muito caras, ou de ônibus, que são muito perigosas e demoradas. Tem uma linha que para ir do Sul ao Nordeste leva uma semana, então foge à lógica que existe em vários lugares do mundo de as grandes distâncias terem viagens troncais e, depois, a capilaridade com os ônibus para os locais mais próximos”, explica.

A história do transporte que vai ficando cada vez mais distante dos brasileiros e especialmente dos mineiros remonta à primeira ferrovia do Brasil, inaugurada no Rio de Janeiro em 1858, por dom Pedro II. Mas foi somente no fim do século 19 que as linhas férreas começaram a se disseminar pelo país, com ramais em diferentes regiões e viagens interestaduais, a exemplo do trajeto de Belo Horizonte a São Paulo.

O número de passageiros transportados anualmente cresceu até 1960. Dali em diante caiu progressivamente, até quase se tornar nulo na década de 1990, com as concessões para o transporte de carga. Diante de poucas contrapartidas exigidas para manter o transporte de passageiros e sem fiscalização de contratos, as empresas foram gradativamente desativando trechos e abandonando estações.

“Nós tivemos duas grandes fases de descontinuação do transporte ferroviário de passageiros no Brasil. A primeira foi durante a ditadura, de 1964 a 1984, e, a segunda, com as concessões para transporte de carga para empresas privadas, de 1996 a 1999”, explica o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Antônio Moreira de Faria, que trabalha com o tema desde o começo da década de 1990.

Para conversar com a equipe do Estado de Minas, ele chegou carregando mapas e exemplares do “Guia Levi”, publicação mensal que trazia os horários das linhas e ramais pelo Brasil, como os da Estrada de Ferro Leopoldina, que ligava a Zona da Mata mineira ao Rio de Janeiro. “O fim do transporte ferroviário de passageiros provocou uma concentração de pessoas em grandes cidades e isolou outros lugares”, ressaltou.

A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidade
A antiga estação ainda é um atrativo de Moeda, mas está fechada e já não recebe viajante, já que pelos trilhos hoje só passam trens de carga que cortam a cidadeAlexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Quilômetros de mortes

Na falta de trilhos para transporte de pessoas, brasileiros que precisavam se deslocar migraram para as rodovias, aumentando drasticamente o número de acidentes e fatalidades. Em 2022, foram registrados 64.547 acidentes nas estradas brasileiras, com 18.132 feridos graves e 5.439 mortos, conforme o Anuário de 2022 da Política Rodoviária Federal (PRF). O documento também aponta que Minas Gerais lidera o ranking negativo dos estados brasileiros, com 8.290 acidentes, 2.524 feridos graves e 701 mortos. Já nas ferrovias, no mesmo período, foram 782 acidentes, com 237 feridos e 112 mortos, segundo o Anuário do Setor Ferroviário, feito pela ANTT.

Empresas ignoraram contrato e passageiros

O Estado de Minas teve acesso aos contratos assinados no fim da década de 1990 e que ainda estão em vigor, dentro do prazo de 30 anos. De acordo com o vigésimo tópico do item 9.1 (das obrigações da concessionária), é determinada a manutenção do transporte ferroviário de passageiros por parte das empresas. “Assegurar, a qualquer operador ferroviário, durante a vigência do presente contrato, a passagem de até dois pares de trens de passageiros, por dia, em trechos com densidade anual de tráfego mínima de 1.500.000 TKU/km”, detalha o documento. A sigla se refere ao transporte de tonelada de carga por quilômetro útil de ferrovia.

Mas esse não foi o único termo do contrato desrespeitado. Foram ignorados outros, como os que proibiam o abandono de linhas e trechos. Na prática, as empresas mantiveram somente as rotas úteis para levar cargas e matérias-primas para outros estados e portos.

“Em todos os contratos, de todas as malhas, havia a obrigação de oferecer pelo menos dois pares de trem por dia de passageiros, o que a gente chama de ‘janela’. Vamos dizer que fosse de BH para Montes Claros: um partindo daqui, outro vindo de lá. Um par de manhã e um par à noite. Mas isso nenhuma concessionária cumpriu. Na pré-concessão, inclusive, a rede ferroviária gastou uma boa grana para arrumar as linhas e fazer a privatização. Aí, vieram as empresas e largaram tudo”, ressalta o ex-analista técnico da CBTU Ubirajara Baía, engenheiro civil e mestre em transporte ferroviário de passageiros pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O professor da UFMG Antônio Moreira de Faria explica que ditadura militar e concessões à iniciativa privada representaram grandes baques no transporte ferroviário de pessoas
Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Restaram 2 linhas de trens de passageiros

Atualmente, o transporte ferroviário regular de passageiros no Brasil, com viagens diárias, ocorre somente em dois locais: na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que tem 664 quilômetros de extensão, e na Estrada de Ferro Carajás (EFC), com 870 quilômetros, que liga Parauapebas, no Pará, a São Luís, no Maranhão. Já a prestação de serviços não regular e eventual, com finalidade turística e histórico-cultural, pode ser realizada por entidades públicas e privadas, mediante autorização da ANTT. “Além de Ouro Preto/Mariana (18 quilômetros) e São João del-Rei/Tiradentes (12,7 quilômetros), foram autorizados os trechos entre São Lourenço/Soledade de Minas (9 quilômetros) e Passa-quatro/Coronel Fulgêncio (10 quilômetros)”, explicou a agência federal.

Malha movimenta bilhões em cargas

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que a malha ferroviária nacional concedida e operacional tem 30.653 quilômetros de extensão. “Há 13 concessões ferroviárias em operação. Dessas, quatro (Rumo Malha Paulista, Estrada de Ferro Carajás, Estrada de Ferro Vitória/Minas e MRS Logística) tiveram contrato prorrogado, com a inclusão de investimentos obrigatórios em obras de capacidade e de solução de conflitos urbanos. Enquanto isso, a Rumo Malha Oeste está em fase de relicitação e três ferrovias estão em fase de construção para operação futura (Transnordestina Logística, Ferrovia de Integração Oeste-Leste e Ferrovia de Integração Centro-Oeste)”, informou.

As operações dessas concessionárias giram na casa dos milhões de toneladas e dos bilhões de reais. Conforme a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o setor transportou 500,8 milhões de toneladas úteis (TU) de carga geral no país em 2022, sendo 359,1 milhões de minério de ferro. “Em mais de duas décadas de concessões, as associadas à ANTF apresentaram um crescimento de 98% na movimentação de cargas pelas ferrovias em relação a 1997 – época do início das concessões, quando foram movimentadas 253 milhões de toneladas úteis. O crescimento anual médio foi de 2,76%”, contabiliza a entidade. Ainda de acordo com a ANTF, a frota de material rodante aumentou de 1.154 unidades em 1997 para 3.100 em 2022, enquanto o número de vagões passou de 43.816 para 112.640 no mesmo período.

“O transporte de passageiros é muito falado, mas é difícil de concretizar. Nós temos hoje um modelo diferente do europeu, no qual o governo constrói a infraestrutura e concede a administração para o privado. No Brasil, não. Muitas vezes, o privado constrói e opera. Então, a administração da ferrovia é privada”, afirma o diretor do Departamento de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (SNTF), vinculada ao Ministério dos Transportes.

A declaração foi uma resposta a pergunta do Estado de Minas durante o seminário “Minas de volta à mobilidade”, organizado na última semana de janeiro pela Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) com o intuito de debater os investimentos previstos para o setor ferroviário de cargas no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Entre 1990 e 1994, o engenheiro civil Ubirajara Baía, ex-analista técnico da CBTU que se tornou mestre em transporte ferroviário de passageiros pela UFRJ, aproveitou a estrutura da então Rede Ferroviária, no Rio de Janeiro, para se dedicar ao estudo do transporte ferroviário de pessoas em todo o Brasil. “Minha dissertação de mestrado foi justamente nesta área: estudar os trens de passageiros que existiam no país, com o recorte de um período de 25 anos a partir de 1965”, explica. De acordo com ele, seu foco foi o transporte de longo percurso, que se difere do transporte metropolitano de curta distância, antes integrados em um só sistema.

“O traçado das nossas ferrovias raramente foi modernizado, o que nós engenheiros chamamos de ‘retificar o traçado’. Nós temos praticamente traçados do século XIX, que foram feitos sem máquinas e caminhões. Já as novas ferrovias, como a do aço, têm um traçado de trem-bala, de alta velocidade, e a gente a utiliza para transportar minério. Isso são as mazelas das concessões que foram feitas”, analisa.

Ubirajara também estudou o aumento da gasolina e do óleo diesel, os números de trens e a quilometragem para entender os impactos de cada variável. “A conclusão foi de que mesmo havendo linhas extensas, de 600 quilômetros de distância, a maioria das pessoas pegava o trem para percorrer trechos menores. E a partir disso eu criei uma proposta de trens regionais”, afirma.

Perguntado sobre rotas que poderiam existir no estado, o engenheiro destaca uma que gostaria de ver de volta, mas com trens mais modernos, pois, segundo ele, os puxados por locomotivas são lentos, pesados e custosos. “Uma rota superimportante, que elevaria a imagem de Minas perante o mundo, seria Belo Horizonte a Ouro Preto. E tem a ferrovia toda, que está abandonada. Passa por trechos lindos – quase todos de mata – em paralelo ao Rio das Velhas. Passa por Sabará, Raposos, Nova Lima, Itabirito e vários distritos de Ouro Preto”, ressaltou.

A saudade do trem na arte de Milton e Brant

Em 1975, durante a ditadura militar que entre tantas mazelas também descarrilhou o transporte sobre trilhos no país, Milton Nascimento e Fernando Brant compuseram “Ponta de Areia”. A canção aborda as dores dos passageiros arrancados das ferrovias, ano após ano mais limitadas ao transporte de cargas e dominadas por empresas privadas. “Velho maquinista, com seu boné, lembra o povo alegre que vinha cortejar. […] Na praça vazia um grito, um ai. Casas esquecidas, viúvas nos portais”, descreve trecho da letra.

O lamento relata o cenário deixado pelos quase extintos carros de longa distância, que, repletos de gente, transportavam histórias pelos trilhos de ferro, depois suprimidos por trens de cargas e mercadorias consideradas de valor pelas companhias. Representa também a realidade de tantos municípios mineiros, como Moeda, na Região Central do estado, e Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o Estado de Minas encontrou antigos passageiros e estações abandonadas.

“A ferrovia corta o coração da cidade e não nos dá nada em troca, pelo contrário. Rachaduras nas paredes, buzinas de madrugada… São dezenas de vagões, que às vezes passam vazios ou ficam parados aqui por horas. As empresas e mineradoras fazem o que querem”, reclama Renato, mais conhecido o “Chico” de Moeda, onde mora desde a infância junto ao comércio da rua principal, a poucos metros dos trilhos.

Em outra canção, “Barulho de trem”, Milton Nascimento descreve parte da rotina de tantos mineiros que iam até as estações “para ver o movimento”. E não só para olhar, como relata Ernani, do Bar do Raimundo, que fica em frente à Estação Ferroviária de Moeda. “Eu era pequeno e me lembro das pessoas vendendo ovo, galinha, todo tipo de comércio. A estação foi construída em 1919 e a cidade cresceu no entorno dela. Esta casa, na qual o bar está desde 1949, é da década de 1920, assim como outras da rua”, descreve.

O grande prédio da antiga estação, que completa 105 anos em 2024, está conservado por fora, mas de portas fechadas há alguns anos, desde que uma biblioteca criada pela prefeitura encerrou suas atividades. No entorno, uma fonte e pequenas áreas verdes dão um clima nostálgico ao local, que continua encorajando moradores a se sentarem por ali, seja de um lado ou do outro. “Antes, era tudo conectado, as pessoas de outras cidades se conheciam e se casavam por causa do trem. Aí, foram perdendo o vínculo. Agora, as mineradoras tomaram conta, ficam o dia inteiro transportando carga”, completou o filho do seu Raimundo.

Para tentar amenizar os impactos causados pelos trens de carga, o professor aposentado Ronaldo protocolou, no fim do ano passado, um pedido de audiência pública na Câmara Municipal de Moeda e no Ministério Público Federal, em Belo Horizonte. “A ideia é criar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a empresa que administra a ferrovia. Entreguei os documentos e ainda estou aguardando uma resposta”, explicou.

Comunidade quilombola tem estação abandonada

A quase 10 quilômetros de Moeda, na antiga Estação Ferroviária de Marinhos, no distrito que pertence a Brumadinho, a realidade é ainda mais dura, como relata Nair de Fátima, uma das líderes da comunidade quilombola local. “Tivemos que pedir para que a empresa reduzisse o número de viagens à noite e molhasse o minério, pois ele seco voa para cá, poluindo e prejudicando a nossa saúde”, relata. Segundo ela, o impacto do trem atinge até as residências que ficam a algumas ruas de distância, danificando a estrutura e provocando rachaduras. Ao todo, são 96 casas no local, onde vivem cerca de 300 famílias.

A líder comunitária também se lembra com nostalgia dos tempos em que o trem transportava passageiros. “Eu pegava todo dia, para BH e para o centro de Brumadinho. Não tinha ônibus na época, e ainda hoje as estradas são ruins, de terra. Demora mais”, disse. Sentada na varanda de Antônio, antigo líder do Quilombo Marinhos, Nair relembra o movimento em frente à antiga estação, hoje inexistente, e com poucos imóveis no entorno – quase todos residenciais. “As pessoas subiam para ver o trem passar, para se reunir. Ali tinha um antigo armazém, hoje em ruínas depois de ser abandonado pelos proprietários”.

Tal como nas canções de Milton Nascimento, a música também trouxe à tona histórias das antigas ferrovias de passageiros enquanto a equipe do Estado de Minas conversava com Nair. Andando com a neta no colo e ouvindo um samba, seu Antônio e a nora contaram que o carnaval da comunidade acontecia na própria estação de Marinhos. “Subia todo mundo para lá, ficava cheio”, relata.

Hoje o antigo prédio, que aguarda autorização para ser revitalizado, resiste ao tempo acumulando agressões e cicatrizes: sem portas, com telhas quebradas, poças d’água, pichações, copos de plástico, pedaços de roupa e todo tipo de sujeira. Do lado de fora, placas quase apagadas mostram um número de telefone indisponível e os dizeres “Propriedade R.R.F.S.A”, referência à extinta Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima.

Iphan tem dever de zelar pelo patrimônio

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Lei 11.483 de 2007 atribuiu ao órgão a responsabilidade de administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural oriundos da RFFSA, bem como zelar pela guarda e manutenção. “Desde então, o instituto avalia, dentre todo o espólio, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural”, informa.

O Iphan explica ainda que o patrimônio ferroviário da RFFSA engloba desde as estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha até o material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Conforme o inventário, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Ministério dos Transportes.

FONTE ESTADO DE MINAS

Maria Fumaça é opção de passeio em cidade turística de Minas Gerais

Quem estiver aproveitando a semana de carnaval em Minas Gerais pode fazer uma viagem no tempo em um passeio de Maria Fumaça, considerada como a operação ferroviária mais antiga do Brasil, entre Tiradentes a São João del Rei.

A linha turística funciona todos os dias com o objetivo dos visitantes verem de perto um patrimônio histórico ferroviário bem preservado. Dá para fazer o trajeto pela manhã ou tarde, na ida ou na volta às duas cidades.

O percurso leva cerca de 45 minutos e passa por montes, rios, fazendas centenárias e estações com a arquitetura do século 19. As passagens custam R$ 86 o trecho (inteira) e podem ser compradas pela internet. Estudantes, crianças de 6 a 12 anos e adultos com mais 60 anos têm direito à meia-entrada.

Para complementar, durante o carnaval, os passageiros também podem visitar o Museu Ferroviário e a rotunda, famosa estrutura ferroviária utilizada para manutenção e armazenamento dos veículos ferroviários, localizados na Estação de São João del Rei.

São 12 km de percurso da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). Inaugurada em 1881 por Dom Pedro II, a ferrovia recebe a Maria Fumaça com capacidade para transportar até 250 passageiros.

Em feriados, férias e durante eventos especiais, a empresa VLI, responsável pela operação, oferece horários extras. A Maria Fumaça conta com um vagão adaptado para facilitar o acesso às pessoas que usam cadeira de rodas.

Maria Fumaça de Minas Gerais

Durante o passeio, os viajantes podem ver belas paisagens, como o rio das Mortes e a Serra de São José, área preservada conhecida como Serra de Tiradentes.

Segundo o leitor João Gonçalves, não há um sistema de climatização adequado nos vagões, por isso, é bom saber que o passeio pode ser quente nos dias de calor. Além disso, deu a dica para viajar de Tiradentes a São João del Rei sentado do lado direito, para ver melhor a bela Serra São José.

A estação de São João Del-Rei também encanta os visitantes com sua arquitetura dos anos de 1800 e pelo Museu Ferroviário, inaugurado em 1981, ano do centenário da Estrada de Ferro Oeste de Minas.

Foto: Eduardo Rocha/RR

O acervo do museu tem objetos da história da ferrovia no Brasil e na região, como a EFOM nº 1, a primeira locomotiva da ferrovia. Pela riqueza de materiais, o Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Oeste de Minas é um dos maiores do Brasil.

Mais informações estão no site da VLI.

FONTE MELHORES DESTINOS

Novo trem mais rápido do mundo poderá viajar a 1.000 km/h

A vida é trem bala, parceiro… Mas não só ela! A China está trabalhando no projeto de construção de um trem que promete ser o mais rápido do mundo! A locomotiva poderá atingir 1.000 km/h e deve iniciar a operação em 2035.

A linha ferroviária será a primeira do país a utilizar a tecnologia hyperloop e conectará as cidades de Xangai e Hangzhou através de um túnel de 150 km de extensão. Nesse sistema os vagões se deslocam acima dos trilhos sob tração magnética, sem tocar no solo.

Esse trajeto de carro atualmente é feito em cerca de três horas e no trem já existente, em uma hora. Com o novo veículo de alta velocidade, o tempo poderá ser reduzido para apenas 15 minutos.

Foto: Divulgação/HyperloopTT

Depois de várias cidades concorrerem para abrigarem a linha do chamado “transporte do futuro”, uma equipe técnica escolheu Xangai e Hangzhou, levando em consideração a densidade populacional e fatores de infraestrutura.

FONTE MELHORES DESTINOS

Brasil deve ganhar novas viagens de trem de passageiros – veja os principais trechos

Será que voltaremos a ver no Brasil mais viagens de trem transportando passageiros? O atual Governo está com um projeto para buscar concessões para construção e operação de ferrovias exclusivas para o transporte de pessoas.

Segundo o site Poder 360, há vários projetos de trem de passageiros em estudo de viabilidade, mas sete deles estão em estágio avançado. Todos têm algo em comum: são trechos de em média 100 km de extensão que ligam grandes municípios a regiões metropolitanas.

Confira os trechos previstos:

  • Fortaleza – Sobral
  • Salvador – Feira de Santana
  • Brasília – Luziânia
  • Duque de Caxias – Niterói
  • Londrina – Maringá
  • Pelotas – Rio Grande
  • São Luís – Itapecuru

O maior trecho dessas sete rotas seria a que liga Fortaleza a Sobral, com mais de 200 km. Atualmente, o Brasil conta com poucas linhas regulares de passageiros, como a Estrada de Ferro Vitória-Minas (que liga Belo Horizonte à capital do Espírito Santo) e a Estrada de Ferro Carajás, de São Luís (MA) a Parauapebas (PA). Há também vários trens de turismo de curta distância, como o passeio entre Curitiba e Morretes.

Política do Transporte Ferroviário de Passageiros elaborada pelo Ministério do Trabalho foi colocada sob consulta pública em 11 de dezembro e recebeu contribuições até a data de ontem. Um dos objetivos dessa Política é “oferecer alternativa de transporte aos usuários, melhorando a conectividade e acessibilidade no território nacional.” De acordo com matéria do site Poder 360º, o texto final deve ser publicado nos próximos meses.

A regulamentação vai funcionar como um complemento do Marco da Ferrovias e, além das concessões, o Governo estuda outras formas para implementar o transporte de passageiros por trilhos, como usar os investimentos de contratos já existentes de empresas de carga na forma de contrapartida para ter também trens de passageiros – nesse modelo de concessão, as operadoras poderiam explorar comercialmente pontos das estações e controlar a venda de naming rights dos espaços – e também com aportes públicos.

Outros trens de passageiros

Além desse projeto de concessão de ferrovias, há outros em curso para trazer mais linhas de trem para passageiros. No ano passado, o Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), aprovou o projeto que permite a construção e operação de trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro, um projeto orçado em mais de R$ 50 bilhões e que seria executado por meio de uma concessão do governo à empresa TAV Brasil.

Outro projeto elaborado pelo Governo de São Paulo que também pode sair do papel, mas só em 2030, é o Trem Intercidades (TIC), que vai ligar Campinas a São Paulo, passando por Jundiaí. O trajeto total terá cerca de 100 km e o percurso deve demorar pouco mais de uma hora.

*Com informações do site Poder 360

FONTE MELHORES DESTINOS

Trem de passageiro Vera Cruz pode voltar a circular?

O trem do Natal da MRS está fazendo uma viagem nostálgica para comemorar as festas de fim do ano em 2023. O trem do Papai Noel puxa um vagão de passageiro, sem passageiros mas, trás uma linda decoração de Natal que tá cor e vida ao trem de ferro que sai de Caçapava(SP),passando em algumas cidades do RJ e vai até Congonhas. As paradas são realizadas , onde existem estações ferroviárias preservadas.

Bela iniciativa da MRS que abriu para ela mesma o direito de passagem de um trem que não é de carga de minério e sim de alegria e curisodiade, principalmente, para as crianças.

E sendo curto e grosso e ao mesmo tempo imaginário, por que, com essa iniciativa da MRS, nós pobres mortais, façamos uma provocação a MRS de colocar pelo menos uma vez por mês ou nos feriados de Carnaval, Semana Santa, Férias de Julho, Natal e Ano Novo, o retorno do Vera Cruz BH-RIO com paradas reduzidas compatíveis com o trajeto, saindo na sexta de BH e retornando do RJ no domingo a noite. Como era antes.

É um sonho que gera impacto econômico, social, cultural e ambiental e que fará bem a sociedade e ao ser humano.

O trem de Natal da MRS pode tornar-se em breve um trem comercial de passageiro, levando e trazendo gente, abrindo a possibilidade do modelo shortline chegar a nossa região tornando a volta da circulação do trem de passageiro nas nossas ferrovias uma realidade.

Quem tem um sonho não dança, já dizia Cazuza.Por isso, eu sonho com a volta do trem de passageiro. Eu acredito.

Um Feliz Natal e prospero Ano Novo , aos leitores e leitoras do Correio de Minas.

Trem do Papai Noel da MRS
Vera Cruz , trem de passageiro BH-RJ

Por João Vicente

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