MG vai distribuir 78 mil vacinas contra dengue para 22 cidades; saiba quais

Minas Gerais recebe, nesta quinta-feira (22 de fevereiro), as primeiras vacinas Qdenga. Vão ser enviadas pelo Ministério da Saúde 78.790 doses, destinadas à imunização do público de 10 e 11 anos em 22 cidades mineiras (veja a lista completa abaixo). Os municípios foram escolhidos por critérios estabelecidos pela pasta federal. 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), quando recebidas, as doses vão seguir para a Central Estadual da Rede de Frio. Em seguida, a pasta estadual irá organizar a logística e distribuição para as Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano/Timóteo, de onde seguirão para as cidades. 

As regiões selecionadas atendem a três critérios: formadas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; registram alta transmissão de dengue no período 2023-2024; e têm maior predominância do sorotipo DENV-2.

O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).

Cidades de MG que vão receber a vacina: 

  • Coronel Fabriciano 
  • Timóteo
  • Pingo-d’Água
  • Antônio Dias
  • Marliéria
  • Santa Maria de Itabira
  • Jaguaraçu
  • Dionísio
  • Córrego Novo
  • Belo Horizonte
  • Ribeirão das Neves
  • Sabará
  • Santa Luzia
  • Nova Lima
  • Caeté
  • Rio Acima
  • Jaboticatubas
  • Raposos
  • Belo Vale
  • Moeda
  • Nova União
  • Taquaraçu de Minas

FONTE O TEMPO

Saúde lança assistente virtual com informações sobre vacinas

Ferramenta faz alertas contra fake news

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (4) a operação do assistente virtual que ajudará, por meio do Whatsapp, na divulgação de informações oficiais sobre vacinação. Por meio dessa ferramenta, a pasta pretende, também, fazer alertas sobre notícias falsas (fake news).

“O chatbot vai disponibilizar conteúdos diversos sobre imunização, alertas das fake news mais frequentes e informações complementares na área da saúde”, informou, em nota, o ministério, ao explicar que a ferramenta faz parte do programa Saúde com Ciência, que tem foco na valorização da ciência e na disseminação de informações confiáveis, além de ações educativas e voltadas a responsabilização.

Por meio da plataforma será possível acessar diversos tipos de conteúdo, como horário de funcionamento de Unidade Básica de Saúde (UBS), bem como marcar consultas por meio do aplicativo ConecteSUS.

Como acessar

“As interações com o chatbot são gratuitas e estão disponíveis a qualquer hora. Para acessar o novo canal, basta adicionar o número 61 99381-8399 à lista de contatos do telefone. Após adicionar o contato na agenda, será possível interagir pelo WhatsApp”, informa a nota.

Ao enviar a primeira mensagem, o usuário terá acesso a algumas opções para escolha. Entre elas, uma relativa à vacinação, com informações sobre campanhas, públicos-alvo e calendário das doses. A opção “Informações sobre as vacinas” detalha características, benefícios e importância dos imunizantes.

A opção voltada ao combate à desinformação foi criada com o objetivo de desmentir fake news sobre vacinas. Há também uma seção com perguntas e respostas. “O chatbot também disponibiliza um quiz para quem quiser testar os conhecimentos”, acrescentou o ministério.

Saúde com Ciência

O programa Saúde com Ciência faz parte da estratégia adotada pelo governo federal para, após um período de retrocesso, recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil, fortalecendo as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico.

O Saúde com Ciência tem cinco pilares, que abrangem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. Segundo o ministério, o programa prevê, ainda, “ações para identificar e compreender o fenômeno da desinformação, promover informações íntegras e responder aos efeitos negativos das redes de desinformação em saúde de maneira preventiva”.

FONTE AGÊNCIA BRASIL

Imunização contra covid com vacinas bivalentes começa na segunda-feira (27/2)

Estratégia de reforço prevê cinco fases para grupos prioritários, com dose eficaz contra novas cepas e variantes da doença

A partir de segunda-feira (27/2), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) inicia ações de intensificação da imunização contra a covid-19. Nesta etapa, será utilizada a vacina bivalente.

Doses e distribuição 

A SES-MG informa que recebeu, até o momento, o total de 680,4 mil doses da vacina bivalente contra a covid-19. A distribuição para as Unidades Regionais de Saúde (URSs) começou em 15/2 e, até o fim do dia desta sexta-feira (24/2), todas as URSs, incluindo o município de Belo Horizonte, receberão as doses do imunizante. Seguindo o cronograma do Ministério da Saúde, a estratégia de intensificação da vacinação terá início no dia 27/2, em todo o estado.

Serão cinco fases, seguindo o cronograma do Programa Nacional de Imunizações 2023, voltadas para a aplicação de doses de reforço em grupos prioritários de indivíduos com maior risco de desenvolver formas graves da doença.

Nesta primeira etapa, serão vacinadas pessoas com 70 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Será administrada a vacina bivalente, que é eficaz contra novas cepas e variantes da doença. A tecnologia utilizada é a de RNAm, que codifica proteínas da cepa original de SARS-CoV-2, da B.1.1.529 (ômicron) e das variantes BA.4 e BA.5.

O esquema vacinal para os grupos prioritários será de uma dose da vacina covid-19 bivalente (reforço) a partir dos 12 anos de idade, para pessoas que apresentarem pelo menos o esquema prévio de duas doses com vacinas monovalentes. O intervalo para doses de reforço com vacinas bivalentes será a partir de quatro meses da última dose de reforço ou última dose do esquema primário (básico) com vacinas monovalentes.

Pessoas que não fazem parte do grupo prioritário da nova campanha, que não iniciaram a vacinação ou que estão com o esquema primário de duas doses incompleto deverão completar o esquema vacinal já preconizado com as vacinas covid-19 monovalentes. A dose de reforço para pessoas que não estão no grupo prioritário será realizada com a vacina monovalente disponível no momento, conforme a recomendação vigente.

“Reforçamos que as pessoas que estiverem incluídas nos grupos elencados para a vacinação mantenham o cartão de vacina atualizado conforme as recomendações do Ministério da Saúde”, explica Josianne Gusmão, coordenadora estadual do Programa de Imunizações da SES-MG.

Público-alvo

De acordo com a Nota Técnica nº 1/2023, do Ministério da Saúde, a estratégia de intensificação da vacinação contra a covid-19 com vacinas bivalentes vai contemplar os seguintes grupos prioritários:

Fase 1: pessoas com 70 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILP) a partir de 12 anos, abrigados e os trabalhadores dessas instituições; imunocomprometidos; comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. Aproximadamente 1,7 milhão de pessoas fazem parte desse grupo no estado de Minas Gerais.

Fase 2: pessoas de 60 a 69 anos de idade. Aproximadamente 1, 9 milhão de pessoas fazem parte desse grupo no estado de Minas Gerais.

Fase 3: Gestantes e puérperas.  Aproximadamente 211 mil pessoas fazem parte desse grupo no estado de Minas Gerais.

Fase 4: Trabalhadores da saúde. Aproximadamente 960 mil pessoas fazem parte desse grupo no estado de Minas Gerais.

Fase 5: Pessoas com deficiência permanente. Aproximadamente 790 mil pessoas fazem parte desse grupo no estado de Minas Gerais.

Crédito da imagem: Fábio Marchetto / SES-MG

Aberto cadastro para vacinação de crianças menores de 3 anos com comorbidades

A Prefeitura de Congonhas inicia, nesta quarta-feira (30), o cadastro de crianças com comorbidades, com idade entre seis meses e 2 anos, 11 meses e 29 dias de idade, para terem acesso à vacina contra Covid-19, conforme a recomendação do Ministério da Saúde. O cadastro favorecerá o planejamento de imunização deste grupo que começa no dia 12 de dezembro nas UBS’s de Congonhas.

Os pais ou responsáveis devem procurar a Unidade Básica de Saúde de sua referência para efetuar o cadastro. No caso das famílias que fazem uso de convênios e da rede particular de saúde, é necessário levar laudos, declarações, prescrições médicas ou relatórios médicos com descritivo ou CID da doença ou condição de saúde (emitidos em até 12 meses antes da data da vacinação), assinado e carimbado, em versão original que comprove a comorbidade da criança.

Não poderão ser imunizadas as crianças que tenham tido Covid-19 com início de sintomas nos últimos 30 dias. Todas as demais orientações serão passadas aos pais e responsáveis no ato do cadastro.

O município recebeu 150 doses da vacina que permitirá a vacinação de 50 crianças com três doses do imunizante. Essas doses são exclusivas para crianças com comorbidades. A segunda dose deve obedecer um intervalo mínimo de 4 semanas e mais 8 semanas para a terceira dose.

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, estão elegíveis para se vacinar as crianças de 6 meses a menores de 3 anos com as seguintes comorbidades:

  • Diabetes mellitus;
  • Pneumopatias crônicas graves;
  • Hipertensão Arterial Resistente (HAR);
  • Hipertensão arterial estágio 3;
  • Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo;
  • Insuficiência cardíaca (IC);
  • Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar;
  • Cardiopatia hipertensiva;
  • Síndromes coronarianas;
  • Valvopatias;
  • Miocardiopatias e Pericardiopatias;
  • Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas;
  • Arritmias cardíacas;
  • Cardiopatias congênitas;
  • Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados;
  • Doenças neurológicas crônicas;
  • Doença renal crônica;
  • Imunocomprometidos;
  • Hemoglobinopatias graves;
  • Obesidade mórbida;
  • Síndrome de Down;
  • Cirrose hepática.

ESCALA DO HORÁRIO DO TRABALHADOR NAS UBS’s (até as 20h).

• Segunda-feira: UBS’s – Basílica, Ideal, Lamartine, Pires e Vila São Vicente
• Terça-feira: UBS’s – Alvorada Campinho, Dom Oscar, Jd Vila Andreza, Joaquim Murtinho e Primavera
• Quarta-feira: UBS’s – Centro I, Alto Maranhão, Jardim Profeta II, Residencial e Santa Mônica
• Quinta-feira: UBS’s – Centro II, Cinquentenário, Dom Oscar II e Jd Profeta.

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

• Alto Maranhão – 3733-2158
• Alvorada – 3731-1746
• Basílica – 3731-7960
• Campinho – 3732-2257
• Centro I – 3732-1376
• Centro II – 3731-5750
• Cinquentenário – 3731-2371
• Dom Oscar I e II – 3732-1946
• Ideal – 3731-4365
• Jardim Profeta I e II – 3732-1945
• Jardim Vila Andreza – 3731-4365
• Joaquim Murtinho – 3733-1483
• Lamartine – 3731-9310
• Lobo Leite – 3733-3160
• Pires – 3733-5074
• Primavera – 3731-5235
• Residencial – 3731-2036
• Santa Mônica – 3731-6577
• Santa Quitéria – 3733-4041
• Vila Cardoso – 3733-6030
• Vila São Vicente – 3731-2860

Texto e foto por Reinaldo Silva – Comunicação Prefeitura de Congonhas

Por que especialistas estimam vacinas anuais contra a covid

Quando as primeiras vacinas contra a covid-19 foram anunciadas, estavam previstas uma ou duas doses. Mas agora, um ano depois, o governo de São Paulo, por exemplo, anunciou que a população receberá uma quarta dose do imunizante. E talvez não seja a última.

Esse cenário reforça comparações entre o coronavírus e o vírus da gripe (influenza), que é de fácil transmissão e que vive em constante mutação. E por isso, dentre as soluções adotadas contra a forma grave da doença, ocorre a aplicação de uma vacina a cada temporada. O mesmo acontecerá com a covid-19?

A verdade é que ninguém tem certeza, mas os sinais disponíveis até agora apontam para a probabilidade de mais doses da vacina contra a covid-19, talvez em frequência anual, principalmente para os mais vulneráveis (como os idosos).

Mas faz sentido comparar o esquema vacinal da gripe ao da covid-19 que ainda nem está consolidado? É possível que o coronavírus passe por um processo de mutação como o do influenza a ponto de termos vacinas sazonalmente? E precisaremos de mais doses porque as vacinas atuais e o nosso sistema imunológico não conseguirão combater as novas variantes?

O imunologista e vacinologista, Herbert Guedes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador da Fiocruz, explicou em entrevista à BBC News Brasil que as respostas para todas essas dúvidas passam basicamente por dois aspectos sobre os quais o mundo ainda tem grandes dúvidas: se o vírus vai passar por mutações a ponto de escapar das vacinas e anticorpos e se a defesa do nosso corpo vai cair ao longo do tempo, necessitando assim de reforços a cada um ou dois anos, por exemplo.

Apesar das incertezas e da falta de diversas informações cruciais sobre o coronavírus, para Guedes e outros dois especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o cenário atual tende à necessidade de novas doses nos próximos anos. “A gente tem que ter consciência que a gente vai ter que conviver com o vírus por um tempo.”

Mesmo com a percepção comum de que a pandemia está se aproximando do fim, com diversos países suspendendo completamente as medidas de restrição, é importante lembrar que a covid-19 ainda mata mais de 1.200 pessoas por dia no Brasil, e esse número cresce a cada dia. Até agora, morreram mais de 635 mil pessoas no país em razão da pandemia.

Por que a vacinação da covid poderia ser anual?

A resposta a essa pergunta passa por 4 aspectos: imunidade/memória, variantes, logística e sazonalidade. Mas principalmente os dois primeiros.

1. Em quanto tempo a imunidade cai e precisamos de mais doses de vacina?

Ilustração do coronavírus
Legenda da foto,Memória imunológica não dura para sempre para todos os agentes infecciosos

A equipe da BBC News Brasil lê para você algumas de suas melhores reportagens

Quando o corpo humano é invadido por um vírus ou uma bactéria, por exemplo, nosso sistema imunológico se defende com duas respostas principais: a resposta imune inata (a célula percebe que foi infectada e dispara sinais de alerta) e a resposta imune adaptativa (com capacidade de gerar memória imunológica, como os linfócitos chamados de células T e células B).

No momento da invasão, o nosso sistema imunológico armazena uma espécie de “ficha técnica” com informações de como combater esses agentes infecciosos. Esse é o objetivo primordial da vacina: gerar células de memória a fim de combater o invasor quando este surgir.

Vale lembrar que as vacinas atuais contra a covid-19 são eficazes em combater a forma grave da doença, e não a infecção. Ou seja, ajudam muito mais o corpo a evitar hospitalizações e mortes do que contrair o vírus.

Só que essa memória não dura para “sempre” em relação a todos os agentes infecciosos. E no caso da covid-19, o corpo vai “perdendo” o acesso a essa memória de uma forma aparentemente rápida, ficando mais vulnerável ao longo do tempo. Mas quanto? Não se sabe ao certo.

O virologista Fernando Spilki, professor e coordenador da rede Corona-ômica.BR/MCTI (que monitora o crescimento das principais variantes do vírus no país), explica à BBC News Brasil que “há alguns indícios de que você teria pelo menos 9 meses, medindo anticorpos, mas isso não quer necessariamente dizer que não vá ter proteção clínica do ponto de vista da imunidade celular”.

Há estudos que apontam a possibilidade de a imunidade não durar um ano, mas ainda não há certeza sobre isso. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, por exemplo, divulgou recentemente que a proteção dada pela terceira dose (booster) contra a covid-19 grave não dura mais do que quatro meses, o que sugere a necessidade de se aplicar uma quarta dose.

Além disso, o avanço da pandemia tem levado a mudanças na estratégia da aplicação de vacinas. Inicialmente, a terceira dose de reforço era para ser administrada seis meses após a segunda dose, mas o surgimento das variantes levou autoridades a anteciparem o intervalo de aplicação para quatro meses a fim de aumentar a resposta imune das pessoas e tentar garantir a proteção.

“Quando se aplica a terceira dose, você aumenta a resposta imune do indivíduo. Então, aumenta a resposta de anticorpos e aumenta a celular (aumenta as células T e B de memória)”, explica Guedes. Ou seja, a terceira dose teve a capacidade de aumentar os níveis de anticorpos neutralizantes, que são anticorpos que vão neutralizar regiões que não estão aumentando tanto com a chegada do invasor.

E o que falta então para sabermos quanto tempo realmente dura a capacidade do corpo de combater o coronavírus?

Atualmente, o principal indicador utilizado é a taxa de hospitalizados e mortos entre os vacinados (e há quanto tempo eles foram imunizados).

Mas Spilki explica que um dos desafios da covid-19 é a ausência de marcadores exatos. “Nós ainda não temos o que chamamos de correlato de proteção. Quanto de anticorpos preciso ter para estar protegido de uma infecção mais grave? Quanto de anticorpos preciso ter para evitar a multiplicação do vírus e não transmiti-lo? Quanto de resposta imune celular preciso ter para me proteger de uma infecção mais grave?”

Ele esclarece que isso se dá porque acabamos de descobrir a doença.

“Isso é uma coisa que leva bastante tempo mesmo para a gente conseguir determinar. No momento em que tivermos isso bem definido, esses marcadores de laboratório, vai ficar ainda mais fácil, porque vai poder se analisar soro, sangue de pessoas em geral e determinar: precisamos dar uma renovada na vacinação, precisamos ir adiante.”

2. Haverá variantes com mutações significativas a ponto de ‘driblar’ nossa imunidade?

Ilustração de vírus
Legenda da foto,Será que a rapidez nas mutações do coronavírus será comparável à do influenza?

O influenza é um vírus em constante mudança. E não é de hoje: há registro de mutação dele na década de 1950, por exemplo. O coronavírus, assim como o influenza, especialmente após o descobrimento da variante ômicron, trouxe dúvidas e comparações devido a sua quantidade de mutações que facilitam a adesão às células humanas para invadi-las e possuem comportamento similar se analisarmos por essa perspectiva.

Spilki explica ainda que o vírus da gripe (influenza) tem um genoma segmentado (dividido em partes), o que propicia uma evolução mais rápida. “Ele não depende apenas de mutação, o genoma também faz mutação, também tem alterações na sequência de letrinhas do RNA. (…) Ele também consegue se misturar em diferentes espécies ao longo do tempo, o que é uma vantagem evolutiva”.

No caso da gripe, a imunização acontece nos meses que antecedem o inverno, estação em que o número de casos de influenza costuma subir (por diversos motivos, entre eles mais aglomerações em lugares fechados). A vacina é aplicada sazonalmente porque o vírus da gripe muda continuamente.

Renato Mancini Astray, pesquisador científico do Instituto Butantan, explicou em entrevista à BBC News Brasil que as mutações do influenza são imprevisíveis, “por isso que é sempre uma surpresa, sempre uma expectativa para saber qual é a cepa que vai circular no ano seguinte, no ano corrente da fabricação das vacinas”.

Quem recomenda as cepas da vacina da gripe sazonal é a Organização Mundial da Saúde (OMS) que, a partir de uma hipótese baseada em dados epidemiológicos das cepas que estão em circulação, e do desempenho de cepas anteriores, seleciona geralmente três principais cepas para a próxima estação.

“Para o vírus que virá no próximo ano, ela [a vacina atual] não é uma vacina que vai proteger completamente, porque as mutações que o influenza sofre fazem com que ele escape um pouco da resposta imunológica”, explica Astray, do Butantan.

Guedes, da Fiocruz, afirma que a atualização da vacina de influenza ocorre, então, tanto por causa das mutações quanto para aumentar a resposta imune anualmente.

Mas como aparecem essas mudanças e mutações no vírus? Bom, todo ciclo de replicação do vírus influenza pode passar por mutações, e nesse caso pode ocorrer a “deriva antigênica”, que é como se fosse uma “estratégia” do vírus para mudar sua estrutura, e com isso escapar do nosso sistema imunológico (isso tudo de forma aleatória, e não planejada pelo vírus). Então precisamos de novos anticorpos e vacinas para se proteger.

E o coronavírus Sars-CoV-2, que causa a doença covid-19?

Por questões evolutivas, Spilki não aposta na possibilidade de atualização do coronavírus na mesma velocidade que se dá com o vírus influenza a ponto de obrigar a atualização anual da vacina. “Mas nós teremos necessidade ao longo do tempo de ir renovando vacinas”, ressalta.

Astray, do Butantan, afirma que a variante ômicron já escapou bastante da resposta imune mediada por anticorpos, fazendo com que eles não sejam mais tão eficazes para bloquear a infecção, mas, graças às vacinas atuais, o sistema de defesa do corpo ainda se mostra eficaz para diminuir a gravidade da doença, só que essa taxa vem caindo.

“Foi o que aconteceu, por exemplo, quando entraram as variantes. A gente tinha então vacinas que tinham uma eficácia, por exemplo, na segunda dose de 86%, 90% contra sinais clínicos. Entraram as variantes e a gente começou a ver essa eficácia baixar para próximo de 70%, 60%. Esse tipo de sinal populacional já indica que você precisa dar uma reforçada nessa memória”, diz Spilki.

A princípio, as variantes (novas versões do coronavírus com mudanças genéticas consolidadas) têm bastante semelhança entre si, a ponto de não afetarem tanto a eficácia da vacina. Mas não é possível prever quanto o coronavírus ainda vai sofrer mutações, e em que medida elas serão capazes de driblar nosso sistema imunológico.

Mesmo com todas essas incertezas, Guedes, Astray e Spilki estimam, com base nas parcas informações disponíveis, que a população será imunizada anualmente por algum tempo ainda.

“Na minha opinião, o que se espera chegar? Seriam doses anuais, o que se espera, atualizando frente aquilo que circulou. Como se faz com o influenza. Vai atualizando para garantir essa proteção. Agora, se vai ser um ano, se vai ser 6 meses, não tem como a gente saber, depende muito. A dinâmica ainda está acontecendo. E por que a gente pensa sempre em anual? Porque passaram as estações, inverno, verão, passa pelo ciclo sazonal e aí, passado esse período, vamos vacinar com os vírus que transitaram para garantir a proteção”, diz Guedes.

Injeção sendo aplicada no braço de uma pessoa
Legenda da foto,População mais vulnerável pode ser priorizada nas vacinações de reforço

Para Spilki, é provável atualizar as vacinas com as mutações gerais, como ômicron, e outros alvos, para tentar bloquear também a infecção, e não “só” a forma grave da doença. Ele estima que a aplicação das vacinas deve avançar para doses anuais, e não menos que isso para todas as faixas etárias, também por questões logísticas.

Na opinião de Astray, o cenário mais provável é “que a gente vai ter uma indicação de uso, um reforço anual, ou bianual, a cada dois anos, ou ainda uma questão de reforço em campanha, se começarem a aparecer muitos casos, mas de uma população vulnerável”.

Ele estima que a imunização primária contra a doença deve ocorrer na pré-adolescência, “para todo mundo ficar protegido e diminuir a circulação da doença”, mas a “questão do reforço deve acabar sendo mais predominante para os grupos de risco”.

Não está claro, ressaltam os especialistas, como seria esse esquema vacinal, ou seja, quantas doses seriam aplicadas em cada um desses grupos. E por quanto tempo.

“Se nós formos continuar a conviver com o vírus, então a vacinação também irá continuar. Ora para aumentar a resposta imune, ora para atualizar a vacina contra novas variantes”, diz Guedes.

Como serão as novas vacinas?

O Sistema de Saúde Britânico (NHS) explica que o principal ingrediente de qualquer vacina é uma pequena quantidade de bactéria, vírus ou toxina que foi enfraquecida (vacina viva) e destruída (vacina morta) primeiro em laboratório.

A vacina contra o influenza, por exemplo, é feita com ovos embrionados de galinhas, onde o vírus será multiplicado. Esses ovos são incubados por cerca de 3 dias e o líquido que envolve o embrião é retirado, centrifugado, concentrado, fragmentado e inativado. É esse líquido, portanto, que se torna a suspensão da vacina de uma cepa do vírus. Para a vacina trivalente (contra três tipos), é necessário unir e misturar as três suspensões de cada vacina monovalente.

As vacinas contra o coronavírus usam diversas técnicas, como vírus inativado, vírus atenuado, mistura com outros vírus e até pedaços do genoma do vírus (RNA), como a proteína spike (usada para invadir a célula humana).

Cada vacina possui seu esquema vacinal, definido após testes que indicam a formulação e intervalo entre as doses, além do momento em que elas serão administradas. Os testes em laboratório é que irão definir as doses, as quais serão colocadas à prova nas primeiras fases dos ensaios clínicos e a dosagem será testada e regulada, ajustada.

Normalmente, o processo de desenvolvimento de uma vacina pode levar cerca de 10, 15 anos ou mais, pois costuma trilhar um caminho muito definido, com etapas estabelecidas. Só o planejamento costuma levar de 6 meses a 1 ano para ser feito. Pausas, testes e verificações estão presentes. Os aspectos regulatórios para desenvolvimento de uma vacina, que são as exigências para a liberação, podem levar anos para serem concluídos.

Mas a emergência da pandemia de covid-19 fez com que esses prazos fossem todos acelerados. Especialistas e autoridades médicas ao redor do mundo garantem, com bases em testes de milhares de voluntários e avaliação e acompanhamento de outros milhares de pessoas vacinadas, que os procedimentos de segurança e eficácia foram preservados.

“A vacina é um produto farmacêutico muito controlado, muito vigiado, estudado ao máximo, porque você toma uma vacina quando você está saudável e não é algo que você toma já estando doente. O rigor para você colocar uma vacina no mercado, todas as agências sanitárias, os médicos que são responsáveis pela segurança dessas preparações”, explica Astray.

Com o avanço da pandemia, as vacinas podem acabar precisando ser atualizadas. Ou seja, a nova forma do vírus é estudada e isolada pelos cientistas e a vacina, reconstituída. Mas isso não significa que o processo de produção comece todo da estaca zero. Laboratórios têm estimado que isso duraria em torno de seis meses.

E não se trata apenas de atualizações em relações às variantes, com objetivo de torná-las mais eficazes em reconhecer e combater as novas versões do coronavírus. Há também tecnologias diferentes que podem ser utilizadas.

No Reino Unido, a vacina da gripe intranasal (em spray inalável) já é distribuída para os alunos da rede pública de ensino, por exemplo. E isso pode acontecer também com o coronavírus, ajudando a combater o coronavírus em sua principal porta de entrada (e de saída): as vias aéreas superiores.

Isso porque muitas das vacinas injetáveis contra a covid-19 geram menos anticorpos nessa região, principalmente no caso da variante ômicron.

Há mais de uma dezena de vacinas inaláveis contra a covid-19, ainda em fase de estudos. Estima-se que essa forma de imunização teria um papel fundamental para ajudar a evitar não só que as pessoas fiquem gravemente doentes, mas, antes disso, que sejam infectadas e contaminem outras pessoas. A vacina inalável também é considerada mais fácil de ser distribuída para uma grande parcela da população, porque demanda menos tempo e técnica.

“(Vacinas nasais) são a única maneira de realmente evitar a transmissão de uma pessoa para outra”, disse Jennifer Gommerman, imunologista da Universidade de Toronto (Canadá), em entrevista ao jornal The New York Times.

FONTE BBC.COM

Ômicron se propaga mais rápido e é mais resistente às vacinas, diz OMS

Dados preliminares coletados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que a variante ômicron se propaga mais depressa que a delta, porém causa sintomas mais leves. Dessa forma, a mutação parece contornar parcialmente as vacinas existentes no mercado. A descoberta foi anunciada ontem (12), em comunicado técnico.

Segundo informações da OMS, a nova cepa já está presente em 63 países do globo. Na África do Sul, a ômicron está se disseminando de forma mais veloz que a variante delta, cuja circulação no país é reduzida. Porém, a nova cepa vem se espalhando rapidamente mesmo em nações onde a incidência da delta é alta, como nos países do Reino Unido.

‘Ômicron deve superar delta onde há transmissão comunitária’

A OMS ainda revelou que, no momento, a ausência de mais dados impede afirmar se a taxa de transmissão da ômicron é relativa à evasão imunológica, ao fato de ser mais transmissível ou a uma combinação dos dois fatores. A entidade também avaliou que a “ômicron deve superar a delta nos lugares onde há transmissão comunitária”.

Tanto na África do Sul como na Europa, os sintomas da nova variante parecem ser de leves a moderados. No entanto, a coleta de dados ainda é precária para estabelecer o nível de gravidade do quadro clínico provocado pela mutação.

Na África do Sul, um grupo de cientistas revelou que as duas doses do imunizante da Pfizer tem eficácia de apenas 22,5% na proteção contra a variante ômicron. A pesquisa analisou, em laboratório, o sangue de 12 pacientes imunizados com a fórmula frente à nova mutação do vírus.

Vacinação contra Covid-19

A OMS ressalta que os resultados apresentados são fruto de estudos preliminares. No entanto, existem informações iniciais de que as reinfecções aumentaram na África do Sul, o que pode estar relacionado ao fato de que o vírus contorna anticorpos produzidos em infecções prévias. O texto acrescenta que os testes RT-PCR são eficazes e devem continuar sendo utilizados para diagnosticar pacientes infectados pela Covid-19.

A entidade ainda revelou outro estudo, que analisou amostras de sangue de pessoas vacinadas ou curadas após a infecção pela variante ômicron. Os resultados mostraram menor atividade de neutralização dos anticorpos, em comparação a outras variantes do vírus.

Na semana passada, a fabricante Pfizer/BioNTech afirmou que o esquema de imunização de três doses segue “eficaz” contra a variante ômicron. É o que acontece hoje em países da Europa, que incentivam a população a tomar uma terceira dose da vacina frente às novas ondas de circulação do coronavírus.

Nesta segunda-feira (13), o Reino Unido informou a primeira morte pela ômicron no mundo. O caso foi comunicado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson.

Edição: Vitor Fernandes

FONTE BHAZ

Mutações da covid-19 não descartam eficácia e segurança das vacinas

São enganosas as afirmações difundidas pelo médico Rubens Amaral contra as vacinas desenvolvidas para combater a covid-19. Em um vídeo compartilhado no Instagram e replicado no Twitter, WhatsApp e Telegram, ele afirma que os imunizantes não são capazes de proteger contra variantes e que, por este motivo, não valeria a pena receber qualquer dose da vacina.

Diferentemente do que diz Amaral, o vírus que provoca a covid-19 continua sendo o Sars-Cov-2, o que aconteceu foi o surgimento de variantes, que ocorre quando o vírus sofre pequenas modificações. Além disso, o surgimento de novas variantes não faz com que as vacinas automaticamente se tornem dispensáveis.

Os imunizantes seguem capazes de reduzir as chances de quadros agudos da doença, além de minimizar a contaminação pelo novo coronavírus. A dose de reforço, incentivada pelo Ministério da Saúde brasileiro e adotada em outros países, é uma das provas da importância das imunizações.

Evidências demonstram que as vacinas protegem contra todas as variantes de preocupação que surgiram até a delta. Em relação à nova cepa, denominada ômicron, estudos estão sendo conduzidos para saber a real eficácia dos imunizantes contra ela. A Pfizer e a BioNTech já adiantaram que as três doses do imunizante são capazes de neutralizá-la.

Caso seja preciso, os imunizantes podem ser atualizados. Além disso, atualmente, a variante predominante no Brasil é a delta, contra a qual as vacinas são comprovadamente eficazes.

Outras farmacêuticas ainda não se manifestaram publicamente, de forma conclusiva, como a Pfizer. Até o momento, os dados mostram que as vacinas são capazes de proteger da cepa.

O Comprova entrou em contato com o médico questionando as fontes de informações utilizadas por ele para embasar o que é dito no vídeo aqui verificado. Até o momento da publicação desta checagem, não houve retorno.

Por ser uma autoridade médica, as opiniões de Amaral são levadas em consideração por milhares de seguidores no Instagram e também por membros de grupos bolsonaristas que difundem as declarações distorcidas apresentadas por ele, ainda que os argumentos contrários à imunização não tenham respaldo científico.

Todo conteúdo que retira informações de contexto original para distorcer os fatos é classificado como enganoso pelo Comprova. Esse tipo de postagem induz a uma interpretação diferente dos acontecimentos e confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Como verificamos?

Primeiramente, procuramos informações sobre as vacinas e o que se sabe sobre o efeito delas contra as variantes.

Buscamos informações nos sites de autoridades sanitárias, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde, para saber quais são as recomendações em relação à imunização.

Conversamos ainda com a doutora em imunologia e professora do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) Anamélia Lorenzetti Bocca e com o professor do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade de São Paulo (USP) Eduardo Lani Volpe da Silveira.

Por fim, tentamos contato por e-mail com o médico Rubens Amaral, autor do vídeo.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 8 de dezembro de 2021.

Verificação

Ômicron e a eficácia das vacinas

Nomeada com a 15ª letra do alfabeto grego, a nova variante do coronavírus foi detectada em vários países. A diferença dessa para outras mutações do vírus é que as alterações genéticas estão relacionadas a um maior potencial de disseminação. Na prática, isso significa que o vírus se tornou mais infeccioso e pode se transmitir mais rápido.

Isso ocorre porque, na ômicron, a proteína spike, que ajuda o vírus a infectar as células humanas, tem 32 mutações. Especialistas discutem que, mesmo com essas mutações, não necessariamente a ômicron será uma mutação mais preocupante que as anteriores.

Ainda é cedo para saber se os imunizantes desenvolvidos até o momento conseguirão combater a variante ômicron, mas os primeiros indícios apontam que sim, conforme sinalizou a Pfizer e a BioNTech.

Scott Gottlieb, diretor da Pfizer e ex-comissário da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, disse ao canal estadunidense CNBC que há um grau razoável de confiança nos três ciclos da vacina, contando com a dose de reforço. “O paciente terá uma proteção razoavelmente boa contra essa variante”, declarou.

Por outro lado, em entrevista ao jornal norte-americano Financial Times, o presidente da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, prevê uma “redução significativa” da eficácia contra a variante. Bacel disse que o alto número de mutações na proteína spike fará com que os imunizantes precisem ser modificados no próximo ano. Apesar das afirmações, o cenário ainda é de incertezas diante da necessidade ou não de uma reformulação dos imunizantes.

De acordo com Anamélia Lorenzetti Bocca, da UnB, ainda é cedo para saber se as vacinas atuais terão a mesma eficácia contra a variante ômicron. Porém, é esperada alguma resposta positiva.

“Espera-se uma diminuição da eficiência, uma vez que temos as mutações, mas não serão ineficazes porque a proteína spike é grande e existem outros epítopos que são conservados. Os anticorpos reconhecem regiões pequenas, então são formados vários anticorpos (chamados de policlonal) para a proteína toda. Outro ponto é que não se sabe ainda se as mutações no RNA levam a mudanças na conformação da proteína. Algumas mutações levam à mudança de aminoácidos que têm as mesmas características e não interferem na proteína e/ou epítopo final”, explica.

Eduardo Lani Volpe da Silveira, destaca o mesmo ponto de que ainda é cedo para saber a eficácia das vacinas contra a nova variante.

“Ainda é prematura qualquer afirmação em relação à eficácia vacinal. O número de casos com esta variante ainda é pequeno na escala global. Porém, a maioria dos relatos tem sido associada a pacientes com sintomas leves de covid-19. Se essa observação se repetir, daqui em diante, em uma população bem maior e em diferentes localidades, daí podemos ter uma ideia mais robusta que as formulações vacinais administradas contra a covid-19 também protegeriam contra essa variante”, explica.

Caso seja necessário, as vacinas podem ser atualizadas

A Anvisa também tem acompanhado os impactos das variantes no curso da doença. A agência participa do grupo de especialistas da Coalizão Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos (International Coalition of Medicines Regulatory Authorities – ICMRA), que discute estratégias regulatórias para a atualização das vacinas. No início deste mês, a agência pediu que as empresas responsáveis pelos imunizantes no país avaliem se eles são eficazes contra a variante.

As vacinas contra a covid-19 são as primeiras a usar a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA). Tanto as empresas Pfizer e BioNtech quanto a Moderna usaram a técnica em seus imunizantes. Uma das grandes vantagens dessa tecnologia é a flexibilidade. Elas podem ser alteradas rapidamente para poder agir contra variantes que eventualmente não forem atingidas pela vacina em uso.

Em um artigo publicado no site The Conversation, Deborah Fuller, microbiologista, professora da Universidade de Washington e especialista em vacinas que utilizam a tecnologia de mRNA, disse acreditar que somente uma dose de reforço seja suficiente para atualizar a imunização contra a variante e que a atualização estaria pronta em até três meses.

A Pfizer disse que está avaliando o impacto da variante na eficácia da vacina. Só depois que os estudos forem concluídos a empresa avaliará se há necessidade de atualizar o imunizante. Já a Universidade de Oxford, responsável pela vacina da AstraZeneca, disse que não há evidências de que o imunizante não sirva para a variante. Porém, a instituição ressaltou que está pronta para atualizar a vacina caso seja preciso.

A Janssen disse que já está desenvolvendo uma nova vacina contra a variante. “Começamos a trabalhar para projetar e desenvolver uma nova vacina contra a ômicron e vamos progredir rapidamente em estudos clínicos, se necessário”, disse Mathai Mammen, chefe global de pesquisa da unidade farmacêutica da Johnson & Johnson.

A Sinovac, fabricante da Coronavac, também afirmou que está avaliando se a vacina funciona contra a variante. Em entrevista ao Jornal da CBN, Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan, falou que o instituto já coletou amostras dos indivíduos contaminados pela ômicron e os testes foram iniciados.

O governo chinês disse em janeiro que as vacinas produzidas no país podem ser atualizadas para variantes em até dois meses. No último dia 7, a Sinovac pontuou que já trabalha em um novo imunizante adaptado para a cepa e que a expectativa é que ele fique pronto em três meses.

O CEO da Moderna, Stephen Hoge, revelou em 1º de dezembro que pode ter um reforço do seu imunizante para ômicron pronto em março. A empresa também trabalha na elaboração de vacina multivalente que incluiria até quatro variantes diferentes do coronavírus, incluindo a ômicron.

A empresa Novavax, que ainda não teve sua vacina aprovada, apresentou dados que mostram que a eficácia dela para a ômicron é de 50%. Diante dos indicadores, a empresa disse que estuda mudar a composição das doses para aumentar a eficácia.

Cepa pode ser menos letal

O epidemiologista e futuro ministro da Saúde da Alemanha Karl Lauterbach, assim como alguns especialistas, concordam que a nova variante pode vir a se tornar comprovadamente menos letal que as demais.

Lauterbach classificou como “presente de Natal antecipado” a falta de indícios de casos graves da doença associados à mutação descoberta recentemente.

O mesmo olhar otimista sobre a pandemia tem ganhado espaço entre especialistas, como Anthony Fauci, principal conselheiro do presidente dos Estados Unidos Joe Biden.

Anthonyclassificou os primeiros sinais da variante como “um tanto encorajadores”, podendo sinalizar que a nova cepa teria se otimizado para infectar pessoas, em vez de matar, o que poderia acelerar o fim da pandemia e a retomada econômica e social, segundo ele.

Dose de reforço como melhor aliada

Especialistas em saúde orientam que a população siga as recomendações para tomar a dose de reforço. A medida tem como intuito prevenir uma nova onda de infecções.

O Ministério da Saúde reduziu o intervalo entre as aplicações de doses de reforço. Com isso, as aplicações passaram de seis para cinco meses após a segunda dose. Na cidade de São Paulo a redução foi ainda maior, prevendo apenas quatro meses entre a última dose e a dose de reforço.

O reforço vale para todos os brasileiros adultos, a partir dos 18 anos. Antes, a dose adicional era aplicada após seis meses apenas para pessoas com mais de 60 anos, profissionais de saúde e pessoas com problemas no sistema imunológico.

A especialista em imunologia Anamélia Lorenzetti Bocca ressalta que tomar as vacinas aprovadas ainda continua sendo a melhor alternativa, uma vez que elas têm a capacidade de evitar casos graves da doença.

“É importante tomar a vacina, mesmo que a eficiência diminua um pouco, será importante para reduzir a carga viral e a gravidade da doença”, ressalta. Eduardo Vani Volpe também destaca a importância da vacinação para conter novas variantes. “Há todo o sentido em vacinarmos o maior número de pessoas, e não só no Brasil, mas no mundo todo. Além da proteção contra doença grave e morte, a vacinação em massa reduz as chances do surgimento de novas variantes virais, as quais podem eventualmente ser mais transmissíveis ou patogênicas que as conhecidas até o momento.”.

Anamélia ainda explica que os dados mais atuais mostram que será preciso tomar um reforço do imunizante a cada seis meses pelo menos enquanto o vírus continuar com alta circulação.

“No cenário em que o vírus fica circulando regularmente, serão necessárias as doses de reforço porque foi demonstrado que os níveis de uma resposta imune ativa começam a diminuir após 6 meses da última dose, apesar de as células de memória ficarem por mais tempo no organismo. No cenário de contenção da circulação do vírus, talvez seja necessário vacinar apenas as populações de risco. Neste último cenário, vamos precisar aguardar e ver o comportamento da infecção.”.

FONTE UOL CONFERE

Variante Mu da Covid, descoberta na Colômbia, se mostra resistente a vacinas

Ela foi detectada pela primeira vez em janeiro passado e, desde então, foi encontrada em outros países da América do Sul e na Europa

Cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) analisam uma nova variante do coronavírus, batizada de “Mu”, identificada pela primeira vez em janeiro na Colômbia, informou a entidade.

A variante B.1.621, de acordo com a nomenclatura científica, continua classificada como uma “variante de interesse”, indicou a OMS em seu boletim epidemiológico semanal sobre a evolução da pandemia, publicado na noite de terça para quarta-feira. A variante tem mutações que podem indicar resistência às vacinas e mais estudos serão necessários para entender suas características, explicou a organização.

Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, sofrem mutações com o tempo, e a maioria delas tem pouco ou nenhum impacto nas características do vírus.

No entanto, algumas mutações podem afetar as propriedades do vírus e influenciar, por exemplo, sua capacidade de propagação, a gravidade da doença que causa ou a eficácia de vacinas, medicamentos ou outras medidas para combatê-la.

O surgimento em 2020 de variantes que apresentavam risco agravado à saúde pública global levou a OMS a caracterizá-las como “de interesse” ou “preocupantes”, a fim de priorizar as atividades de vigilância e pesquisa em nível global.

A entidade adotou as letras do alfabeto grego para nomear as variantes e assim facilitar sua identificação para o público não científico e evitar a estigmatização associada ao país de origem.

Quatro das variantes foram classificadas pela OMS como “preocupantes”, incluindo a Alfa e a Delta, enquanto outras cinco foram classificadas como “de interesse”, como a Mu.

A variante Mu foi detectada pela primeira vez na Colômbia em janeiro passado e, desde então, foi encontrada em outros países da América do Sul e na Europa.

“Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados tenha diminuído e atualmente seja inferior a 0,1%, sua prevalência na Colômbia (39%) e no Equador (13%) aumentou constantemente”, observou a OMS.

FONTE O TEMPO

Presidente do PSD cobra resposta sobre a discrepância de oferta de vacina entre Lafaiete e Barbacena

Ontem (17), por volta das 19:40 horas, o Presidente do PSD, o empresário Marcos De Paula, esteve reunido em uma agenda oficial com Ibiraty Martins Júnior, assessor do Secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, no Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais.

Marcos foi cobrar explicações sobre a diferença de mais de 25mil vacinas entregues a mais para cidade de Barbacena em detrimento a Lafaiete, conforme revelou nossa matéria postada Lafaiete X Barbacena: vereadores questionam Macro Centro-Sul sobre diferença de doses recebidas.

O Assessor da Secretaria de Estado da Saúde (SES) recepcionou o ofício e ficou de em breve responder oficialmente com as devidas explicações. “Fomos buscar uma resposta a esta discrepância e não podemos deixar nossa população abandonada. Ao contrário, precisamos ampliar nossa demanda de doses. Assim que obtiver as repostas, imediatamente informarei a toda população da nossa cidade”, assinalou Marcos.

https://youtu.be/_DYqf9Ct64w

Saúde admite que 9,5 milhões de vacinas estão paradas em centro de distribuição

O Ministério da Saúde admitiu nesta quinta-feira (12) que doses da vacina contra a Covid estão paradas no centro de distribuição da Pasta em Guarulhos, SP. O atraso no envio dos imunizantes tem sido motivo de reclamações de prefeitos e governadores.

O ministério confirmou que 9,5 milhões de doses de vacinas da Pfizer e CoronaVac estão paradas no centro de distribuição na Grande São Paulo. As informações são do portal G1.

O ministério disse ainda que nesta quinta-feira (12) irá liberar o envio de 3,6 milhões de doses, que devem chegar aos Estados no fim de semana, conforme a GloboNews. As outras cerca de 5,9 milhões de doses aguardam liberação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade e da Anvisa para serem enviadas aos Estados.

O atraso no envio das vacinas vem sendo criticado por prefeitos e governadores. No Rio de janeiro, o prefeito Eduardo Paes, suspendeu a vacinação na quarta-feira (11) e na quinta-feira (12) por falta de doses. Em São Paulo, o governador João Doria afirma que o Estado recebeu doses abaixo do que, segundo ele, teria direito.

FONTE ISTO É

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.