Congonhas comemorou com inaugurações seus 78 anos de emancipação política e administrativa, neste sábado, 17 de dezembro. Após a entrega da nova Alameda das Palmeiras, Prefeitura, Ministério da Cultura e Iphan presentearam os católicos com a entrega do restauro dos elementos artísticos da Igreja de N. Sra. do Rosário. A edificação desta igreja data do final do século 17, sendo, segundo a Arquidiocese de Mariana, o templo católico mais antigo do Município. As irmandades de N. Sra. do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia se uniram para edificar esta Igreja. A obra, patrocinada com recursos do PAC Cidades Históricas, foi orçada em R$ 904.933,96 pelo Iphan. Antes, a própria Igreja e seus parceiros haviam restaurado o forro e outras partes daquela construção. A Prefeitura teve aprovados pelo Iphan dez projetos elaborados com recursos próprios. Seguem em execução os restauros na Basílica, Matriz de N. Sra. da Conceição e a criação do Parque Natural da Romaria. Outras cinco ações do PAC CH estão previstas para Congonhas.
Na Igreja do Rosário, foram restaurados o Retábulo-Mor, Cimalha da Capela-Mor, Arco-Cruzeiro, Tarja, Cimalha da Nave, Retábulo- Colateral, Púlpito, Forro do Nártex, Pias de Água Benta e Coro, Pintura Geral. Foi feito ainda um novo conjunto de sineira mais condizente com o repertório barroco da época da edificação da Igreja, substituindo a anterior que era de ferro. Luciomar Sebastião de Jesus, que além de escultor é diretor municipal de Patrimônio Histórico, diz que “a Igreja é muito singela. Os elementos artísticos do Altar-Colateral são do século 19. O Altar-Mor, apesar de muito alterado, também mantém-se muito singelo com elementos dos séculos 18 e 19. O Querobim da Tarja do Altar-Mor é da lavra do entalhador Francisco Vieira Servas”.
Prestigiaram o evento, além da comunidade da região do Rosário, o pároco da Matriz de N. Sra. Conceição, Padre Paulo Barbosa, que realizou o ritual litúrgico de reabertura da Igreja, acompanhado do Frei Benigno da Ordem dos Frades Menores, padre João Ferreira; o prefeito Zelinho; o secretário de Planejamento e coordenador do PAC CH em Congonhas, Antônio Odaque da Silva e sua equipe; a secretária de Obras Rosemary Benedito e equipe; o diretor de Patrimônio Cultural de Congonhas, Luciomar Sebastião de Jesus; outros secretários e servidores municipais; vereadores; a presidente do Iphan Kátia Bogéa; o diretor do PAC das Cidades Históricas Robson de Almeida; a superintendente do IPHAN em Minas Gerais Célia Corsino; e a coordenadora do Setor de Cultura da Unesco, Patrícia Reis.
O padre Paulo Barbosa foi convidado pelo prefeito Zelinho, em 2014, a tratar das requalificações dos elementos artísticos da Matriz de N. Sra. da Conceição e da Igreja de N. Sra. do Rosário.“Estas ações representam a preservação do nosso patrimônio cultural e religioso. Significam ainda a nossa comunhão para com a vida da Igreja, o nosso compromisso de dar contribuição para a história que nós herdamos. Este lugar é singular prova da devoção à N. Sra. do Rosário, que se identifica com os pobres, negros e filhos devotos que rezem o terço como sinal de amor e reverência. Sentimos orgulho de acolher a primeira etapa de inauguração das obras do PAC Cidades Históricas em Congonhas, em honra do Criador e da Virgem N. Sra. do Rosário”, manifesta-se o pároco.
Durante a solenidade, o prefeito Zelinho agradeceu ao secretário de Planejamento e coordenador das ações do PAC CH em Congonhas, Antônio Odaque; e ao diretor de Patrimônio Histórico, Luciomar S. de Jesus, que com suas equipes, fiscalizam as obras. Zelinho lembrou que o Iphan tem preservado muitas igrejas Brasil afora. “O PAC CH prioriza a recuperação de espaços públicos, mas em Congonhas restaura igrejas também”, salientou.
Robson Almeida, coordenador do PAC CH, disse que “hoje (sábado) é um dia de agradecimento a Deus, à N. Sra. do Rosário e que ela nos abençoe. Nós não fazemos nada sozinhos, por isso a união entre a Igreja, as pessoas e o poder público é importante. Depois de todo este investimento, a comunidade deve cuidar deste patrimônio para que não seja preciso mais um investimento deste”.
Katia Bogéa, presidente do Iphan, agradeceu à Prefeitura por ter se unido ao órgão e à empresa Cantaria Conservação e Restauro, que executou a obra, pela beleza da Igreja depois de pronta. “Que este lugar de fé, união, tradição seja preservado. A Constituição Brasileira diz que é dever de todos preservarem o patrimônio, mas principalmente da sociedade. Que Nossa Senhora nos guie para conseguirmos viabilizar todas as outras obras em execução e as demais previstas para Congonhas”.
Antônio Odaque, coordenador das obras do PAC CH em Congonhas, ressaltou os esforços da Prefeitura na igreja do Rosário.”Essa obra não teria sido entregue sem o trabalho do diretor Luciomar de Jesus e do arquiteto do Cristiano Costa, da Diretoria Municipal de Patrimônio Histórico, e também da arquiteta Tânia Namiko, da Secretaria de Planejamento. Eles não mediram esforços no acompanhamento da obra”, afirma.
Este esforço em prol dos monumentos históricos e o entorno deles proporciona, segundo o IPHAN, valorização dos espaços públicos, de referência simbólica, o que confere aos bens tombados qualidade compatível com a importância do significado deles na vida da cidade.