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Moradores retratam o drama da falta de água em Buarque de Macedo

Há mais de cinco anos comunidade luta para a instalação de uma bomba que resolveria problema do abastecimento; água chega barrenta às casas e causa diarreia

Segundo prefeitura caminhão pipa leva água três vezes por dia e produto vem da Copasa/CORREIO DE MINAS

O cenário parece cenas de filmes ou documentário que retratam um lugar pobre onde os diretos básicos ainda não chegaram. Mas esta realidade está bem mais próxima. Imagina viver em pleno século XXI sendo obrigado a ferver água para fazer um café ou mesmo bebê-la. Ou mesmo ferver a água e filtrá-la em seguida para fazer um café. Estes métodos e outros são usados por inúmeros moradores de Buarque de Macedo para conviver diariamente com desabastecimento de água na localidade ou com água barrenta que chegam as residências. No verão o problema aumenta, mas há mais de 5 anos eles convivem com este problema que parecia ter sido varrido do mapa da realidade regional.

Nossa reportagem esteve ontem a tarde na comunidade a convite de moradores para conhecer de perto a situação A falta de água atinge somente casas situadas a parte alta ou mais distantes. O problema seria resolvido com a aquisição de uma bomba, mas esbarra na burocracia pública e população é principalmente vítima. “Todas as eleições a compra de uma bomba é promessa de todos os candidatos, mas continuamos sofrendo a falta de água”, protestou o morador Antônio Goulart.

Nossa reportagem flagrou caminhão levando água, mas pouco tempo depois as torneiras estavam vazias/CORREIO DE MINAS

Para amenizar a situação, a prefeitura oferece um caminhão pipa ou em outras vezes contrata um veículo para levar água 3 vezes por dia a localidade. Mas além de não ser suficiente, a população protesta contra outro problema: o barro. Inúmeras fotos vazadas na rede social revelam o drama da comunidade. Garrafas de água mostram a teor da água suja.

Mas a situação é mais complicada quando há crianças. È o caso de Carla Cristina. Mãe de dois filhos, para ter água tratada, ela compra galões. Ela conta que muitas vezes vai a casa de parentes em Lafaiete para tomar banho. “De tanto barro acumulado tive que limpar minha máquina de lavar, disse.

Outros moradores, como é o caso Letícia Aparecida toma banhos em casa

Moradores alertam sobre qualidade da água que estaria comprometendo a saúde; diarréia é comum na localidade/CORREIO DE MINAS

de vizinhos. “Temos que fazer rodízios com os vizinhos para ter água. É a conta de chegar na caixa e acabar”, afirmou. “Voltamos ao tempo de tomar banho a caneca”, ironizou a situação Edenílson Carlos.

Moradores relatam que algumas casas ficaram até 6 dias sem abastecimento de água neste ano. “Tenho que pedir água ao vizinho e carregar no balde para levar para minha casa.”, lamenta a Nair Nascimento. “Tenho que ferver água para beber . Para lavar a roupa espero água limpar”, contou a moradora Aline Marques, mãe de 3 filhos. Revoltada ela postou diversas fotos que retratam a água barrenta que chega as torneiras diariamente.

Posto lotado

Moradores vivem tramam de carregarem água em baldes para abastecer as casas/CORREIO DE MINAS

A situação é crítica. Nossa reportagem ouviu o drama vivido pela comunidade de Buarque de Macedo. A falta de controle da qualidade da água coloca em risco a saúde dos moradores. A diarréia é a principal doença que atinge dezenas de moradores causada pela intoxicação da água. A moradora Ângela Dias conta que recentemente teve febre e chegou tomar soro. Iolanda Maria está a passeio em Buarque já que possui muitos parentes no distrito. Dias atrás foi acometida por uma forte diarreia que abrigou a procurar o posto de saúde. “Tive que tomar remédio pois senti forte dores. A comunidade está sendo castigada”, desabafou. “Estes dias o posto estava lotado”, disse Iolanda.

O morador José Jorge lamentou que água venha sendo usada como moeda eleitoral. “É uma situação lamentável termos que viver com a falta de água. De 15 em 15 dias eu lavo os filtros que coloquei para limpar as caixas d’água. É puro barro que sai. Estou pedindo em nome da comunidade que a prefeitura olhe para a nossa população pois esta situação passou dos limites. Estamos cobrando um direito básico e não um favor”, protestou. Nossa reportagem foi acompanhada de perto pelo vereador Fernando Bandeira.

 Copasa deveria assumir serviço em 2016

Apesar da prefeitura levar água em Buarque de Macedo, desde 2014, quando o então prefeito Ivar Cerqueira (PSB) assinou o contrato de renovação com a Copasa, a concessionária se comprometeu a assumir o abastecimento em diversos bairros como Gagé, Rancho Novo, Água Preta e Alto da Varginha. A Copasa também assumiria os serviços nas localidades de Almeidas, Buarque de Macedo, São Gonçalo do Brandão, Doutor Joaquim Murtinho, Vargas, Três Barras, Caeté, Mato Dentro, Violeiros, Capela do Padre Machado, Lafaiete Country Clube (Bandeirinhas) e São Vicente.

A intenção seria levar 100% de água tratada e esgotamento sanitário em todo o Município. Pelo contrato a Copasa disponibilizaria o serviço de esgotamento sanitário a no mínimo 95% da população em Buarque de Macedo até março de 2016.

https://www.facebook.com/aline.marques.50552338/videos/1393064630821558/

https://www.facebook.com/aline.marques.50552338/videos/1393069067487781/

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