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Apesar da atuação do PROVE, votação de paraquedistas cresceu em Lafaiete nas últimas 3 eleições

A chegada das eleições coloca em xeque a capacidade de Lafaiete mostrar seu poderio político ou testar seu capital político. È um momento decisivo para a cidade. Ao certo pela importância estratégica de sua liderança regional, ainda a ser consolidada como tal, a cidade não pode se abster de ter um representante na Assembleia de Minas, como já ocorreu outrora causando um vácuo político.

Já no plano federal, Lafaiete ainda não demonstrou sua capacidade eleitoral de concentrar seus votos em um candidato que agregasse este sentimento de regaste do protagonismo regional. A cidade não conseguiu superar seus velhos dilemas.

Mas as eleições deste ano serão um bom teste para Lafaiete e suas lideranças. Duas teses estão em jogo. Uma que Lafaiete não pode ficar sem deputado ou que a divisão política e fragmentação de candidatos podem levar a um retrocesso e a cidade ficar sem um representante. E agora, José?

De um lado os defensores de que o surgimento de muitas candidaturas concorre para que a cidade fique sem um deputado. Neste sentido defendem a tese de união de grupos. Por outro lado, aqueles que julgam que as candidaturas são oriundas das diversas correntes políticas, portanto todas são legítimas e naturais no processo eleitoral. Mas será que não existe um meio termo nestas duas linhas políticas? Eis que novamente a Lafaiete vive seu dilema “cifra-me ou te devoro” remetendo a mitologia grega na qual a cidade vive sua encruzilhada.

Deputada Federal Elisa/ CORREIO DE MINAS

Deputado Federal Marco Antônio/ Reprodução

Deputado Federal Zezé do Salão/ Reprodução

Deputado Federal Kadar/ Reprodução

 

Neste sentido, o PROVE veio para alertar a cidade de que a fragmentação concorre para o enfraquecimento político local. E os paraquedistas foram o alvo preferencial no sentido de que estes aventureiros apenas usam a cidade a seus interesses. Ao certo é que o movimento conseguiu despertar a sentimento cívico de territorialidade e assim com a participação do movimento nas últimas 3 eleições o cenário se inverteu e Lafaiete conseguiu emplacar seu representante, mas bateu à porta por duas vezes.

Da lavoura política plantada vem nascendo um lafaietense mais sintonizado com suas raízes políticas, com os valores de que a cidade tem sua importância regional e para tal necessita de um representante.

O novo cenário

Um novo cenário se descortina para 2018 quando a apatia e o desinteresse tomam a política e crescem as chances de pouca participação nas eleições com um baixo comparecimento. Hoje o principal papel do PROVE será provar que a participação é fundamental para reverter este quadro de degradação dos valores políticos. Mais que eleger um representante o papel é resgatar a importância do voto na transformação. Votar é essencial e a renovação nem sempre significa, prioritamente, a troca de quadro de representantes.

Ainda que pese que tese principal que fundamenta o PROVE seja a candidatura da terra, há que se evoluir para uma realidade em que Lafaiete não está isolada mas inserida em um contexto no qual exerce um papel preponderante de influência, liderança e importância em acrescentar mais voz às demandas dos pequenos municípios. Neste sentido a candidatura regional cresce em importância estratégica política até mesmo pela sobrevivência do Alto Paraopeba e Vale do Piranga.

Fragmentação

Mas nas últimas 3 eleições (2006, 2010 e 2014) quando o PROVE intensificou sua atuação a fragmentação da votação no colégio eleitoral lafaietense permaneceu neste período. Em 2006, Lafaiete teve 3 candidatos federais e 5 estaduais próprios. E assim foram votados 323 e 391 postulantes federais e estaduais respectivamente. Nesta época, José Milton era deputado estadual e concorreu a uma vaga a Câmara dos Deputados quando alcançou 28.039 votos em Lafaiete. Ele não se elegeu e Lafaiete ficou sem representante nos dois planos.

 

Deputada Estadual Selma / CORREIO DE MINAS

Deputado Estadual Giovanni Laporte/ CORREIO DE MINAS

Deputada Estadual Neuza Mapa/ Reprodução

Deputado Estadual Darci Tavares / CORREIO DE MINAS

Deputado Estadual Glaycon Franco/ Reprodução

Em 2010, Lafaiete apresentou 4 federais e 5 estaduais em um total de 336 (federal) e 436 (estadual) foram votados nas duas esferas.

Já em 2014, foram dois candidatos na esfera federal e 7 no campo estadual. Mesmo com mais postulantes, Glaycon Franco chegou a 32.706 votos em Lafaiete e foi eleito. Em Lafaiete foram votados 360 candidatos estaduais e 436 no campo federal.

O levantamento mostra que cresceu e proliferou a votação de candidatos “estrangeiros” em Lafaiete. E o que esperar de 2018 diante deste cenário quando a atividade política está desprestigiada e aviltada em seus nobres princípios e valores? Lafaiete continuará nesta trincheira de fragmentação de votos, mesmo correndo o risco de não eleger nenhum representante nato. Com o poder, o eleitor!

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