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Luz vermelha: vereadores de Lafaiete alertam sobre “inchaço” na prefeitura e cobram medidas austeras diante da queda de receita

Município deixou de arrecadar R$14 milhões caindo para R$14 milhões/mês; gasto com funcionalismos supera o limite de 54%, o que segundo o vereador Sandro, pode inviabilizar o funcionamento de duas novas creches

O vereador Pedro Américo/CORREIO DE MINAS

 “Lafaiete não é terra arrasada. A nossa cidade está muito melhor do que outras da nossa região. Em um ano e meio, o Mário fez muita coisa. Ele melhorou a saúde, zerou filas de cirurgias e está terminando a Alfredo Elias Mafuz”. Este foi o elogio que o vereador e líder do PSDB na Câmara, Lúcio Barbosa, proferiu ontem à noite, dia 26, sobre a atual administração.

Porém durante o debate da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que prevê metas e prioridades, da qual o governo municipal elabora o orçamento de 2019, houve uma polêmica discussão entre os vereadores. Pela LDO a estimativa de arrecadação gira em de R$257 milhões para o ano que vêm. “Estou preocupado com a situação da prefeitura. Ela gastou meio milhão a mais no ano

Vereador Alan Teixeira/CORREIO DE MINAS

passado do que arrecadou. O limite do gasto com pessoal ultrapassou os 54%. Estou abrindo os olhos do prefeito. Ele tem de cortar gasto, a situação é preocupante e temo que faltem recursos para pagar os funcionários”, pontuou o vereador Pedro Américo (PT).

Imediatamente, ele foi rebatido pelo líder do governo na Câmara, o vereador João Paulo Pé Quente (DEM). “Gostaria que o senhor apontasse onde foram gastos mais recursos e onde vão faltar verbas. Se o senhor não concorda vota contra o projeto”, contra atacou.

Vereador Lúcio /CORREIO DE MINAS

Tanto ele como o colega, o vereador Sandro José (PSDB), comentaram que o prefeito já antecipou sobre a queda em torno de 20% a arrecadação. “O prefeito disse que houve uma redução de R$ 17 milhões para R$14 milhões. Isso me preocupa. È preciso trabalhar dentro do orçamento e eu não vejo condições de nossa economia gerar este aumento de arrecadação. Se não está acontecendo que sirva de alerta para que não tenhamos que fazer igual ao governo federal que aumenta imposto para cobrir as despesas, em uma hipótese que poderia acontecer com nosso IPTU”, observou.

Em seguida o tucano lançou dúvidas do funcionamento das duas creches municipais previstas. “Dentro da atual realidade duvido que consigam colocar estas creches instaladas já que vão repercutir no aumento do índice da folha de pagamento”,  afirmou.

Vereador Chico Paulo /CORREIO DE MINAS

O vereador Alan Teixeira (PHS) também o tom de alerta. Segundo ele, o Município de Lafaiete já gasta além do limite de 54% com a folha chegando a 54,9,  o que pode gerar sanções ao prefeito. Alan afirmou no último ano houve um a aumento de pessoal em 10%. “Temos que acompanhar e fiscalizar de perto a execução do orçamento. Acredito que deve haver cortes para equilibrar receita e despesa. Na LDO vieram as metas mas não mandaram a origem dos recursos”, apontou.

O vereador Chico Paulo (PT) também usou o discurso moderado, cobrou cautela e elogiou o prefeito. “Ele já fez mais que os dois prefeitos anteriores. Ele tem de tomar cuidado para não acontecer com outros prefeitos anteriores que ficaram inelegíveis”, exortou. “Sou contra o lema de quanto pior melhor”, assegurou. “Não temos

O vereador Sandro José /CORREIO DE MINAS

perspectivas de aumentar a arrecadação a não ser que surjam os investimentos. Não há milagre em orçamento público”, citou Sandro.

Já o final das discussões, quando os vereadores caminhavam para a votação, Pé Quente assegurou que não risco de falta de pagamentos. Ele adiantou que foram licitadas 20 ruas para asfaltamento e que as obras começam em curto espaço de tempo. “Ninguém aqui é contra a cidade”, comentou Américo. “Temos que dar um voto de confiança a equipe do governo”,finalizou Lúcio.

Ao final, por 11 votos a favor e um contrário (Pedro Américo), a LDO foi aprovada.

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