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Museu de Congonhas celebra três anos com público de 190 mil visitantes

O Museu de Congonhas comemora três anos de fundação, em dezembro de 2018, e contabiliza números expressivos e atuação relevante para ressignificação do patrimônio cultural desta cidade. São 190 mil visitantes, sendo 45 mil durante o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos – que acontece a cada mês de setembro-, e 30 mil estudantes em visitas educativas. Desde a fundação, em 2015, foram realizados mais de 300 eventos artístico-culturais e de reflexão, incluindo exposições temporárias, seminários, festas literárias e treinamentos.

Museu de Congonhas – acervo permanente/Eliane Gouvea

Localizado a 80 quilômetros de Belo Horizonte/MG, o Museu de Congonhas cumpre a missão de potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico que abriga um conjunto arquitetônico e paisagístico formado pela Basílica, escadaria em terraços decorada por esculturas dos 12 profetas em pedra-sabão e seis capelas com cenas da Via Sacra, contendo 64 esculturas em cedro em tamanho natural, trabalhados pelos artistas de maior destaque do XVIII e XIX, o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), e o pintor Manoel da Costa Athaíde (1760-1830). O conjunto também possui a Sala dos Milagres, que abriga uma coletânea de ex-votos, objetos oferecidos em agradecimento por graças alcançadas.

“O Museu de Congonhas, em três anos de funcionamento, se configurou em um dos mais importantes projetos de preservação da memória e de envolvimento da comunidade do país. Por meio de seus programas, projetos e ações, conseguiu em tão pouco tempo ressignificar o turismo e a cultura dessa cidade que é Patrimônio Cultural Mundial, desde 1985”, comemora Sergio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Municipal de Cultura de Congonhas – Fumcult-, entidade gestora do Museu de Congonhas.

Museu para todos

O programa “Museu para todos” é um dos destaques de 2018 e que terá continuidade em 2019. Com o objetivo de propor um espaço de reflexão, educação e cultura que pudesse ser para todos, sem exceção, o Museu de Congonhas desenvolveu uma série de ações e atividades, com a intenção de atingir um público que até então não acessava o conteúdo e os projetos internos. A reflexão sobre diversidade, pertencimento e interatividade esteve no foco da ampla agenda proposta. A partir do tema, o Museu convidou turistas, visitantes, crianças, jovens, idosos, beneficiários de programas sociais, associações comunitárias, trabalhadores e toda a comunidade para visitar e revisitar o espaço participando das diversas atividades.

“Com ações voltadas para memória, pertencimento e valorização do patrimônio material e imaterial do seu entorno, a instituição percebeu que poderia ir mais longe da habitual zona de conforto das instituições do gênero. A partir do programa educativo que esteve na base de toda agenda de atividades, foram desenvolvidas estratégias para propor diálogos para além do convencional. A estratégia deu certo, suscitando debates sobre a ocupação e democratização da atividade cultural”, lembra Sergio Rodrigo.

A partir da sede do Museu de Congonhas as ações foram expandidas para o entorno. Seja no sítio histórico considerado “Patrimônio Cultural Mundial”, onde está inserido, seja em distritos próximos onde a comunidade estudantil pôde experimentar estratégias de mediação com o museu, com o patrimônio e a memória. Ações como o programa “Mídia Educação do Museu de Congonhas”, realizado em parceria com o Canal Futura, conseguiu envolver estudantes para a temática utilizando recursos de alta tecnologia, levando o conteúdo do Museu para a sala de aula. Ao longo de 2018, cerca de 200 jovens foram contemplados também com o projeto Maleta Futura – Juventudes, que disponibilizou conteúdos educativos audiovisuais produzidos pelo Canal Futura para gerar discussões de temas como educação, sexualidade, identidade de gênero, racismo, feminicídio, extermínio da juventude negra, preconceito, uso consciente das redes sociais, oportunidade no mercado de trabalho, entre outros. Os assuntos foram abordados por meio de oficinas, palestras, exibição de filmes e documentários com adolescentes e jovens atendidos por entidades e projetos sociais do município que trabalham com esse público.

Outra ação desenvolvida foi a Campanha Colaborativa que construiu, a partir das caligrafias dos usuários da instituição, a logomarca que norteou todas as peças gráficas criadas e desenvolvidas no decorrer do programa “Museu para Todos”. Ao lado das letras de personalidades famosas que possuem vida e obra retratadas no Museu, estiveram as de anônimos, aplicadas em cores retiradas da paleta presente nas obras que Aleijadinho deixou no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.

O Museu de Congonhas realizou, ainda, o projeto “Poesia e Música no Museu”, com curadoria do pesquisador de Música Popular Brasileira e professor da PUC-Rio, Júlio Diniz, o projeto reuniu artistas para apresentações e bate-papo. Estiverem presentes este ano Moraes Moreira, Alice e Danilo Caymmi, Toni Garrido, Joyce Moreno e Toni Belloto.

Museu de Congonhas 

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos/Eliane Gouvea

O Museu de Congonhas foi inaugurado em dezembro de 2015, fruto da parceria entre a Prefeitura de Congonhas, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO no Brasil) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  O Museu potencializa a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico que, desde 1985, tem o título de Patrimônio Cultural Mundial, e está localizado no Morro Maranhão, na zona urbana de Congonhas. É o primeiro e único museu de sítio do Brasil. O espaço faz uso de recursos de alta tecnologia para oferecer informações relevantes para que o público entenda e reflita sobre a grandiosidade e importância da história local. Instalado em um edifício de 3.452,30 m², construído ao lado do Santuário, a partir de um projeto do arquiteto Gustavo Penna, o espaço contempla em três pavimentos sala de exposições, reserva técnica, biblioteca, auditório, ateliê, espaço educativo, cafeteria, anfiteatro ao ar livre e áreas administrativas.

No Brasil a experiência do Museu de Congonhas tem sido referência, sendo citado por gestores culturais, instituições parceiras e pelo Governo. Além da repercussão nacional, nesses 3 anos o Museu de Congonhas foi destaque internacional duas vezes sendo considerado como uma das boas práticas internacionais de preservação da memória no “International Award UCLG – Mexico City – Culture 21″. Além disso, como primeiro museu de sítio histórico a ser instalado no Brasil e com o excelente resultado obtido, a gestão do Museu de Congonhas foi selecionada pelo Governo Americano para participar do International Visitor Leadership Program (IVLP).

Serviço:

Museu de Congonhas – (Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal, 77, Basílica – Congonhas/MG)

Funcionamento: quinta a domingo e terça-feira das 9h às 17h. Quarta-feira das 13h às 21h. Fecha segunda-feira. Entrada: R$10,00 inteira. R$5,00, meia entrada, para estudantes e visitantes acima de 60anos. Gratuidade para visitantes até 12 anos. Às quartas-feiras a entrada é gratuita.

Informações: (31) 3731 6747

 

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