“Nossa família está destruída. O que mais desejamos é justiça e que os autores sejam julgados pelo crime cruel. Meu filho foi morto de maneira covarde, foi agredido, espancado, atacado com pá, pedaços de pau e freio de cavalo. Ele ficou todo destruído por dentro com as mãos quebradas”. Este foi o desabafo de Neide Cândida Pinto Paulino, mãe de Josef Michael Pinto Paulino (27), assassinado com requintes de crueldade no dia 3 de dezembro do ano passado.
A vítima foi encontrado ainda com vida por um morador em Gagé, em Lafaiete, quando acionou a família, bombeiros, polícia e Samu. Ele foi levado ao Hospital e Maternidade São José, mas não resistiu aos inúmeros ferimentos espalhados pelo corpo. “Quando um filho morre em um acidente ou vítima de doença a gente ainda tenta aceitar, mas da maneira que foi com Josef não podemos tolerar”, expressou Niede se contendo entre lágrimas.
A mãe, que mora em Congonhas, relatou que antes da morte, o filho contou quem seriam os assassinos, citando um pastor diretamente envolvido o crime. Dos 4 supostos, autores dois estão presos.
Neide conta que Josef se envolveu na comercialização de carros e principalmente cavalos caros. O pastor tinha livre acesso a casa da família. Ela conta que Josef, aos 19 amos, sofreu um acidente e desde então não mais trabalhava e adiantou que o filho ficou com um distúrbio.
Porém as pessoas aproveitavam da situação frágil do jovem para extorquir dinheiro da família. “Através da amizade com este pastor eles compravam e vendiam cavalos e meu filho assinava as notas de compra. Em seguida vendia-se este cavalo e vinham cobrar a família por suposto mau negócio de meu filho. Isso aconteceu inúmeras vezes. Era extorsão mesmo que acontecia e agente não sabendo da situação pagávamos as dívidas”, afirmou Neide. A situação vinha acontecendo ao menos há 10 anos.
A mãe relatou que estava limpando a casa o bairro Zé Arigó, quando ouviu uma mensagem no celular em que os autores afirmaram, após desentendimentos com o filho, que iriam matar Josef. “O celular dele foi encontrado no carro do pastor sem o chip juntamente com os materiais usados no crime. Porém o áudio da intimidação ficou gravado no celular. È a prova do crime. Ainda antes de morrer Josef contou que teria sido o pastor um dos autores do crime”, disse Neide que hoje faz tratamento psiquiátrico. “A moto que eu comprei para o Josef não foi ainda encontrada. Até a moto os autores roubaram. Hoje temos uma família destruída. Era o Josef que diariamente cuidava de mim e dava remédios. Era um filho exemplar sem vícios, mas aproveitaram a fraqueza dele para cometer abusos contra ele e nossa família. Esperamos justiça”, encerrou Neide.
A Polícia Civil investiga o assassinato.
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