“Se Miguel estive vivo, ele estaria com seis anos hoje”. Assim lamentou Jussara Silva se referindo ao filho, que teve seu leite envenenado. O caso, ocorrido em 2013, será levado ao Tribunal do Júri amanhã, dia 3 de maio, em Lafaiete. Apesar da dor permanente, Jussara afirma que acredita no rigor da justiça para que seu filho possa, enfim, descansar em paz.
O caso envolve a mulher, de nome Deborah, acusada de colocar veneno em uma lata de leite que serviria de alimentação suplementar da criança. Para a mãe de Miguel, a expectativa é de que a ré seja condenada e “mofa na cadeia”. “Ela tirou o que eu tinha de mais precioso em minha vida, meu lindo príncipe, meu filho amado”, disse, afirmando que carregará essa dor pelo resto da vida. A cunhada de Jussara está organizando uma manifestação e familiares usaram uma camisa com a foto de Miguel no dia do julgamento.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, em 2012, Deborah já namorava com Anderson por mais de 10 anos. No entanto, ele a teria traído com sua ex-namorada, Jussara da Silva, que engravidou e a criança nasceu no início de 2013.
Em certa ocasião, entre os dias 4 e 6 de abril, Deborah teria aproveitado que algumas latas de leite em pó estavam em sua casa e, teria inserido uma pequena quantidade de cianeto. O alimento envenenado foi entregue a Jussara, que não percebeu a violação do lacre e passou a alimentar o filho Miguel, normalmente. Na tarde do dia 8 de abril, ao retirar o leite em pó para alimentar seu bebê, Jussara acabou colhendo parte do cianeto. Após a mamada, Miguel passou mal, sofrendo várias paradas cardíacas. A criança recebeu atendimento médico em Lafaiete e em Barbacena, mas não resistiu.
O crime começou a ser desvendado a partir do dia 27 de abril de 2013. Na ocasião, a cunhada de Jussara experimentou o leite em pó e relatou que o alimento estava ruim. A ingestão do produto adormeceu sua língua e ela chegou a ter falta de ar. No dia seguinte, Anderson também percebeu que o leite em pó estava com cheiro estranho, aparentando estar azedo. Os produtos foram levados à delegacia para passarem por testes e análises em laboratórios especializados quando se desencadeou a investigação.
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