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Glaycon Franco discursa sobre saneamento básico e propõe comissão para acompanhar impactos do Marco Regulatório em MG

Ao discursar durante sessão virtual da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado estadual Glaycon Franco deu voz a graves preocupações que o vêm afligindo como médico e homem público atento às desigualdades sociais que afetam as classes menos assistidas da população: a falta de saneamento básico nas comunidades mais distantes e a deficiências nos locais servidos pela rede de esgotamento sanitário.

O deputado manifestou seus temores tomando por base pesquisas feitas pela Universidade de Pelotas (RS) que buscam estabelecer a relação entre a água potável, o esgoto coletado e tratado e a transmissão do novo coronavírus, causador da Covid-19.

Conforme observou Glaycon Franco, analisando as conclusões do estudo, nas cidades onde é maior a contaminação per capita pelo novo coronavírus, o abastecimento é precário e a falta de acesso à água tratada favorece o surgimento de doenças como tifo, cólera, malária, esquistossomose e outros males.

Água, Esgoto e Lixões

Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária – análise de proposições / LUIZ SANTANA SCALED

Ao longo de sua fala, Glaycon ressaltou outras constatações alarmantes. Segundo o parlamentar, cerca de 230 pessoas são hospitalizadas todo ano no País, em decorrência de problemas causados por água contaminada. 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 95 milhões não são atendidos por rede de tratamento de esgoto. Em Minas Gerais, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), apenas 49% do esgoto coletado recebe o tratamento adequado. A destinação incorreta do lixo foi outro problema apontado por Glaycon: “Os resíduos sólidos também são um problema. 354 municípios em Minas Gerais ainda mantêm os lixões, que contaminam gravemente os lençóis freáticos”.

O deputado advertiu que o quadro é verdadeiramente grave e demonstra o que os grandes médicos e cientistas vêm alertando há séculos: o saneamento básico é essencial e a ausência do serviço exige a adoção de medidas urgentes. Segundo recente pesquisa da UFMG, a presença do novo coronavírus nos esgotos da capital mineira atinge 100% das amostras coletadas.

O deputado demonstrou expectativa em relação à sanção, pelo presidente da República do Marco Regulatório do Saneamento Básico, que determina que, até o ano 2033, 99% da população brasileira deverá ter água tratada e 90% contará com esgoto coletado e tratado. Glaycon Franco afirmou que é chegado o momento de o Legislativo mineiro assumir o papel que lhe cabe nesta evolução histórica, sendo recomendável até a criação de uma Comissão Temporária para atuar de perto nesta questão: “Precisamos acompanhar o impacto desta legislação em Minas Gerais. Que tomemos as providências necessárias para que, no futuro, não tenhamos mais que constatar estas estatísticas que tanto impactam negativamente na vida dos mineiros e dos brasileiros”, finalizou o deputado.

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