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Prefeitura de Piranga vai reformar sobrado histórico que contava com a sorte para permanecer em pé

Uma grande notícia para a preservação cultural de Minas Gerais. O Prefeito de Piranga, Luizinho Araújo (PMN) anunciou em um vídeo a tão aguardada reforma do casarão do Padre Felício, edificação desapropriada há mais de 10 anos e que contava com a sorte para permanecer em pé. O valor da desapropriação em 2011 foi de R$250 mil.

Ontem (20), ocorreu a licitação para reforma do casario colonial, mas segundo informações, das 3 concorrentes, uma foi desabilitada pela Comissão de Licitação e recorreu da decisão. Seguem 5 dias para análise do recursos e divulgação da vencedora.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura, a reforma contemplará intervenções como a troca do telhado e do assoalho do segundo andar, a demolição da caixa d’água, entre outras coisas. Os recursos de mais de R#200 mil para a reforma virão do Fundo Municipal de Patrimônio Histórico (Fumpac).

A histórica

Dona de um rico patrimônio histórico, Piranga vem perdendo seus exemplares de época ao longo dos anos. O imponente sobrado do Padre Felício tem pé direito alto, amplas e várias janelas envidraçadas, de onde se descortina visual sobre o centro da cidade.

Dos elementos que mais se destacam no casarão chama a atenção as pinturas interiores do artista italiano Ângelo Bigi. Aos poucos, sua estrutura foi se deteriorando: janelas e portas estão caindo aos pedaços, paredes trincadas, telhado e forro em situação degradante. O desabamento de parte do telhado em 2019 colocou em risco toda edificação.

O casarão do Cônego Felício representa parte da história de Piranga, que já atravessa mais de três séculos. O sobrado foi erguido pela comunidade para moradia do Cônego Felício de Abreu Lopes, que veio para Piranga em 1900 com a atribuição de ser pároco da primeira paróquia de Minas Gerais. Cônego Felício nasceu em 11/12/1872 na cidade de Mariana. Era dono de um estilo vigoroso e autoritário, exerceu longo paroquiato, participando ativamente, com mão de ferro, em todas as áreas do grande “Pays de Guarapiranga”.

Na parte educacional, foi o primeiro Inspetor da Escola Estadual Coronel José Ildefonso, quando da sua inauguração em 1912. Na política, tornou-se elo entre o povo e a elite da cidade, dominada pelos antigos coronéis, grande defensor da austeridade e do comportamento ético-cristão das atitudes das autoridades.

No campo social foi um ferrenho moralista em prol dos bons costumes, e cobrava de seu rebanho o desempenho máximo de suas obrigações religiosas, campo no qual se conta vários casos pitoresco a seu respeito. O Cônego Felício residiu no sobrado até a sua morte na década de 1940. Por volta dos anos 70/80, os familiares do Cônego venderam o imóvel para a família de Dona Filinha Milagres. ( Fotos e texto original de Patrício Guará Drone)

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