Governo quer impedir o Congresso de aprovar o projeto do vale-gás por medo de falta de verbas para o novo Bolsa Família
O projeto que cria o chamado vale-gás pode acabar novamente fora da pauta do Senado por pressão de líderes governistas. O benefício, prometido pelo presidente Jair Bolsonaro, tem como objetivo custear a compra do botijão de gás de cozinha de famílias de baixa renda.
Para tentar dissuadir os senadores de votarem a proposta, o governo defende que o espaço aberto no Orçamento pelo parcelamento de dívidas judiciais contra a União, os chamados precatórios, deve ser usado no novo Bolsa Família.
“Me parece que a situação do precatório não está equacionada até agora e nós temos um caminho claro para resolver o problema do gás”, contrapôs o senador Eduardo Braga (MDB-AM), autor do projeto que cria o programa Gás para os Brasileiros.
Na Câmara dos Deputados, outros textos com o mesmo fim também estão ameaçados. Na próxima semana, o deputado Christiano Áureo (PP-RJ), relator de uma proposta semelhante, deve divulgar seu parecer.
O deputado defende a liberação de recursos suficientes para que as famílias possam comprar um botijão de 13kg a cada dois meses. Para isso, uma opção é criar uma taxa de R$ 2,18 por botijão na Cide para os combustíveis, atualmente zerada, e usar o dinheiro para o vale-gás. A segunda alternativa é utilizar parte royalties da União sobre o petróleo.
Vale-gás
As discussões sobre a criação do benefício ganharam impulso após Bolsonaro sinalizar que a Petrobras dispõe de R$ 3 bilhões voltados para a distribuição de um vale-gás bimestral. A princípio, a iniciativa atenderia aos beneficiários do Bolsa Família.
Braga sugere o uso de dividendos da Petrobras e recursos da cessão onerosa na casa dos R$ 6 bilhões por ano para financiar o programa. O vale-gás deve atender aos inscritos no CadÚnico, famílias com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo, ou que tenham em sua composição alguém que recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
FONTE CAPITALIST