Um ofício que vazou nas redes sociais ilustra uma crise institucional na prefeitura de Congonhas, agora envolvendo o vice-prefeito, Paulo Policarpo, e o prefeito, Cláudio Antônio de Souza.
O descontentamento do vice, segundo o ofício encaminhado ao gabinete do gestor, é revelado no documento e expressa a insatisfação pela falta de espaço e de participação nas decisões governamentais, conforme compromisso firmado em campanha. “Destaco, entre tantas lembranças, as inúmeras conversas ainda no período pré-eleitoral onde sonhávamos a oportunidade de realizar as mudanças profícuas no modo gerir a cidade e nos valores e diretrizes que nos guiariam a eventual administração”, assinalou o vice-prefeito, salientando o registo do ofício com o dito latino “scripta manente, verba volant” (“palavras voam, palavres escritas permanecem para sempre”).
Paulo Policarpo relata que as suas atribuições estão atreladas exclusivamente à vontade do Chefe do Executivo e atribuiu o centralismo das decisões e alertou para reflexão. “Livre-se de bajuladores. Mantenha perto de si pessoas que lhe avisem quando você errar!”. Em acordo, o vice-prefeito foi exonerado do Cargo de Secretário de Obras em maio, mas com a promessa de uma participação direta no Governo, citando as ligações sem retorno, já visando um espaço a agenda do prefeito “para os nossos entendimentos prometidos e fracassados”.
Ao final do ofício, o vice prefeito cobra mais espaço na administração com “vistas a efetivação de um estrutura que dê capacidade de exercício pleno do cargo”.
Ele pediu a transferência do seu gabinete para a sede da prefeitura, a utilização da sala de reuniões no gabinete do prefeito para encontros de sua agenda, como também das dependências da Romaria visando a sua aproximação como o centro das decisões.
Nossa reportagem conversou com o vice-prefeito quando ele afirmou que as tratativas de maior participação no governo serão efetivadas.