Por volta das 9:00 horas, do dia 21 de agosto, os familiares Amirie Agatha receberam a notícia da morte da recém-nascida. O parto aconteceu no Hospital Queluz, em Lafaiete. A perda prematura foi atribuída a ausência de UTI Neonatal para atender casos mais graves.
A partir da tragédia, a avô da Amirie Agatha iniciou uma luta e uma mobilização para que a cidade fosse contemplada com a UTI Neonatal. O Movimento Mães de Queluz” ganha protagonismo a cada dia em Lafaiete e arregimenta diversos setores na busca desta conquista que vai salvar vida.
Ainda nesta semana, a Câmara debateu um requerimento do Vereador Pastor Angelino (PP) em que cobrou as ações do Executivo. Ontem, a pedido da Vereadora Damires Rinarlly (PV), ocorreu ontem (6) pela manhã, aconteceu uma reunião na Câmara Municipal para discutir a implantação da UTI. “É um grande desafio, complexo, mas precisamos enfrentar. Isso vai exigir participação de diversos atores, a população, força política e poder de argumentação para convencer a Secretaria de Estado e Ministério da Saúde da necessidade de leitos de UTI em Lafaiete que atenderá a microrregião”, explicou Wagner Costa.
Segundo ele, o hospital já tem o projeto e local para a construção da UTI, mas custa em torno de R$ 1 milhão. Em seguida, ele explicou que é necessário convencer tanto o Estado e Governo Federal da necessidade técnica de mais leitos disponíveis, algo em torno de 10, contratação da equipe e aquisição da aparelhagem com custo estimado em torno de R$ 2,5 milhões.
Na 3ª etapa é o financiamento para custeio da UTI NEO, com 10 leitos, em torno de R$450mim/mês com rateio tripartite (União, Estado e Município).
Mas para chegar a conclusão deste arranjo seria necessário um arcabouço técnico. Isso porque pela Portaria nº930/12, a Macro região, que reúne 51 cidades, já ultrapassa em um leito a mais do que o preconizado pela legislação técnica do setor. Barbacena e São João Del Rei alcançam 15 entre leitos de UTI NEO e UTI Pediátrica. “Precisamos de uma grande mobilização para mudar esta portaria”, comentou Wagner.
Recentemente, a Secretaria de Estado de Saúde, depois de muitas cobranças, reconheceu que o Queluz é o hospital mais adequado abrindo perspectivas para receber a UTI Neonatal.
“Agora o convencimento é técnico de que será implantado um CTI, UTI ou UCI (Unidade de Cuidados Intensos). Podemos ser enquadrados nestas 3 modalidades e cada qual com suas especificidades e atendimento. Claro que vamos buscar o CTI que tem o gama de serviços para atender nossas crianças com mais qualidade e melhor capacidade de salvar vida”, disse Wagner.
A Provedora do Queluz, Cristina Rodrigues Pereira, apontou o engajamento da comunidade tanto local como regional para persuadir da importância deste benefício. “Temos a estrutura adequada agora falta o recurso. Mas é este é um desafio de todos nós”.
O Presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Roberto Santana, informou que a obra estrutura para adequação poderia vir de uma emenda parlamentar e sugeriu mobilização dos vereadores juntos aos seus representantes da Assembleia de Minas e no Congresso. “Temos 126 mil habitantes e precisamos mostrar nossa força”.
“A população precisa dar seu grito para mobilizar os políticos. Precisamos cobrar deles mais empenho. Não podemos perder mais vida”, desabafou Gena Costureira que vem buscando a mobilização nas redes sociais. “Eu represento as Mês do Queluz e tenho mais de 20 depoimentos de mães que perderam filhos e outras histórias de dramas vividos. Quero que todas as mães se envolvam nesta causa e não podemos arrefecer. Cobro comprometimentos dos políticos locais nesta campanha e buscarmos nossos representantes em Brasília”, finalizou.
Próximas reuniões devem ocorrer em breve para não arrefecer o movimento.
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