O segundo aumento no valor do combustível em 17 dias, e o décimo primeiro do ano, coloca consumidores em alerta. Em alguns estados o tanque de gasolina equivale a um terço do salário mínimo.
Para encher o tanque dos carros, o brasileiro gasta em média R$355 em gasolina, chegando a um terço do salário mínimo vigente de R$ 1.100. Em Salvador o valor equivale a 74,1% da cesta básica que hoje custa R$ 478,86.
As comparações expressam a alta da inflação e o impacto da economia na vida dos brasileiros. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de outubro no Brasil é a maior desde 1995.
Em 2021 o IPCA-15 acumula alta de 8,34% e comparando aos últimos 12 meses a alta é de 10,34%. Em outubro de 2020 a taxa foi de 0,94%. A elevação foi inesperada, economistas projetavam alta de 0,97% de outubro para setembro e 10,09% na comparação anual. O preço do combustível e da energia elétrica contribuíram para esses índices.
Hoje o litro da gasolina está mais caro que 1kg de arroz de marca renomada. Na segunda (25), quando foi anunciada a última alta, postos de combustíveis registraram filas enormes nos postos de consumidores que queriam garantir o abastecimento antes do repasse de aproximadamente R$ 0,30.
Em busca de frear as altas constantes e revisão da política de preços da Petrobras, Wallace Landim, o Chorão, uma das lideranças dos caminhoneiros autônomos, reforça que “está mantida a paralisação do dia 1º de novembro, se o governo não sinalizar alguma coisa concreta”.