Além de Itaverava, Piranga sofreu com a tempestade que caiu na noite desta quarta-feira (29).
Moradores da rua Sargento Santana, na Vila do Carmo, ficaram assustados com o volume das águas da chuva do Córrego das Almas que desceu pela rua na altura dos bares do Baiano e Silvério. A enxurrada invadiu residências e gerou transtornos. No evento de ontem foram registrados 84mm.
Segundo o ambientalista, Patrício Carneiro é possível evitar novos episódios que pode trazer consequências graves.
A solução
O córrego das Almas é formado por dois braços d’água, que se unem na rua Belém: um deles nasce no morro do Gago, à esquerda da torre, com uma bacia de 120 hectares; o segundo nasce no morro do Vicente, com uma bacia de 119 hectares. Após o encontro dos dois braços d’água na rua Belém, deste ponto até a base da subida do morro para o bairro Rosário há mais 65,9 hectares de área, portanto, totalizando 304,9 hectares da bacia do córrego das Almas na Vila do Carmo.
Desse montante, 128 hectares são ocupados pela área urbana e pastagem, e a maior soma, cerca de 176,9 hectares, mais da metade, são ocupados por mata (primária e secundária). O que acontecerá se esta vegetação for suprimida, considerando que o bairro avança sobre áreas de preservação permanente e parte dele já foi, inclusive, urbanizado sobre o leito de inundação do córrego, em alguns trechos ainda canalizado?
Intervenções pontuais já se fazem urgentes como a construção de bocas de lobo na rua Sargento Santana, mudança do nível de vazão das manilhas no ponto onde o córrego passa a medida mais importante para prever eventos extremos é, ainda, a prevenção, e ela passa, sobretudo, pela proteção das matas situadas nas encostas do Morro do Gago e do Morro do Vicente, as quais respondem pela maior parte da área da bacia. A vegetação funciona como agente amortecedor da água das chuvas, retardando os processos erosivos e garantindo a infiltração de boa parte da água no solo, diferentemente de quando a área se encontra exposta. Se a vegetação do entorno não for preservada, parte do bairro poderá sofrer as consequências drásticas de inundações periódicas e de deslizamentos de encostas sobre residências.