2022 será um ano muito especial para quem vive e faz arte em Congonhas. O Instituto Cultural Profetas em Arte – O Profarte – e o Grupo de Teatro Boca de Cena irão completar 36 e 25 anos, respectivamente. Para celebrar esse marco, será lançado um selo comemorativo e várias iniciativas serão realizadas ao longo do ano.
O Profarte nasceu a partir da ideia de mulheres, artistas de Congonhas, de criar um bloco carnavalesco, ainda na década de 80, exclusivamente feminino. O Madames de Rè desfilou por 12 anos, no auge do sucesso do carnaval congonhense, que atraía foliões e turistas de todo o estado. De lá pra cá, outras inúmeras iniciativas envolvendo cultura, teatro, dança, música, educação patrimonial e ambiental, literatura e artes visuais foram abraçadas pelo Instituto.
Uma delas foi o Grupo de Teatro Boca de Cena que teve início em 1997, comandado por Wenceslau Coimbra e Regina Bahia. Durante esses 25 anos, foram mais de 35 espetáculos montados e várias premiações em importantes festivais. O Boca, como é carinhosamente chamado, foi também a primeira casa de vários artistas que alçaram voos mais altos no teatro posteriormente, contribuindo para a formação e para o despertar do interesse pela arte de mais de uma geração.
Seguindo este mesmo propósito, em 2013, foi criada a Casa de Arte Boca de Cena. Um espaço cultural que abriu as suas portas para crianças, jovens e adultos, realizarem atividades como oficinas de teatro, recreação, máscaras, confecção de bonecos, aulas de pandeiro, Mostras de Cenas, Prosa com Arte, exposições, Contação de Histórias, Rodas de Conversas, e tudo mais que a imaginação artística do grupo propôs. Além de abrigar todo o acervo técnico, cenográfico e de figurino, a Casa foi também o principal local de criação do grupo, desde as leituras até a estreia. Infelizmente, com a pandemia, o espaço teve que ser fechado. A maior parte do acervo que estava no local, foi doado a artistas e entidades de Congonhas e Região.
Se por um lado, a pandemia impossibilitou a realização de alguns projetos em 2020 e 2021, por outro, abriu caminhos para que novos formatos artísticos pudessem ser trabalhados pelo grupo. A aposta foi no audiovisual, com a edição de vídeos e lives protagonizados pela personagem Cocada, interpretada por Regina Bahia. A produção é um resgate desta personagem que faz parte da memória da cidade, e que surgiu pela primeira vez no programa Agenda Cultural, apresentado nos anos 90 pela atriz na Rádio Congonhas.
Para cumprir o seu papel social com a educação patrimonial, cultural e artística, o Profarte sempre esteve envolvido em projetos que levam a arte para além dos palcos. Toda essa trajetória, faz do Profarte e do Boca de Cena importantes vetores de transformação social, por meio da cultura e da arte. Por acreditar nessa força, o Instituto vem buscando movimentar a cultura e fomentar a produção artística de Congonhas. Dentro dessa perspectiva, lançou no final do ano passado um edital para seleção de projetos culturais com o objetivo de repassar recursos que foram obtidos por meio da Lei Aldir Blanc da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais. Foram contemplados 10 projetos, no valor de R$9.800,00 cada, que serão desenvolvidos ao longo de 2022.
Nesses 36 anos de trajetória, o Profarte ocupou espaço de destaque na produção cultural de Congonhas e levou a arte, emoção e história local para toda Minas Gerais. O Grupo Boca de Cena chega aos 25 anos comemorando dezenas de produções que encantaram e divertiram gerações. O propósito de promover a arte e transformar a sociedade por meio da cultura se reafirma e se fortalece para os próximos anos. Essa história continuará sendo escrita e contada com a mesma paixão e entusiasmo, que são o alimento para a alma de todo artista.
O selo comemorativo já ilustra as redes sociais do Instituto. Em breve será lançada a programação anual em todas as plataformas.