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Saúde libera 4ª dose a pessoas acima de 50 anos na próxima semana

O Ministério da Saúde recomendou em março a aplicação da 4ª dose da vacina contra a covid-19 em idosos acima de 80 anos. Alguns estados, no entanto, já realizavam a vacinação antes do anúncio. Em São Paulo, a imunização já está liberada para pessoas a partir dos 60 anos.

O reforço é necessário porque, em idosos, o tempo de proteção é menor devido ao envelhecimento do sistema imunológico. Desde dezembro, pessoas acima de 18 anos com problemas no sistema imune também já podiam tomar a 4ª dose.

Veja a seguir as principais dúvidas sobre essa dose da vacina:

Por que é importante tomar a 4ª dose da vacina contra a covid-19?

Segundo o infectologista Alexandre Naime Barbosa, o reforço é recomendado porque idosos apresentam déficit no tempo de proteção em relação ao restante da população.

“Devido a um processo de imunossenescência, o envelhecimento do sistema imunológico, eles perdem a proteção dada pela vacina, por isso há necessidade da dose de reforço”, explica Naime, vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista).

A queda de proteção é um risco, porque, mesmo em níveis menores, o novo coronavírus ainda circula entre a população. Sem anticorpos neutralizantes, o risco de evolução para formas graves da doença é maior.

Quando tomar a 4ª dose da vacina?

É preciso esperar um intervalo de 4 meses a partir da 3ª dose para receber o novo imunizante de reforço. A vacina serve como um estímulo adicional de proteção, para incentivar a formação de anticorpos neutralizantes.

Pode tomar junto com a vacina da gripe?

Sim, a vacinação com ambas as doses é liberada. Inclusive, o imunizante da gripe já está atualizado contra o H3N2, o subtipo do vírus Influenza A, que causou alta de casos no final do ano passado.

“Sabemos que as duas vacinas podem ser dadas em conjunto, o que é benéfico, porque se otimiza a visita à unidade básica ou ao centro de vacinação. Vamos começar os meses de mais frio e a vacina da gripe já está atualizada para o H3N2”, defende Barbosa.

Qual é a vacina recomendada?

A recomendação do Ministério da Saúde é receber a vacina da Pfizer, com a tecnologia RNA mensageiro —assim como a da Moderna, não aplicada no Brasil. Se ela estiver indisponível, a indicação é usar os imunizantes da AstraZeneca ou Janssen, ambos de vetor viral, explica o infectologista da Unesp. “Preferência é Pfizer, porque é a vacina mais imunogênica, que estimula mais o sistema imune, principalmente em idosos”, diz Barbosa.

Em exceções, caso nenhuma das três opções estiver disponível, a orientação é receber a CoronaVac, mesmo que alguns estudos indiquem que ela pode ter resposta imune menos robusta em idosos. “No início da vacinação, a CoronaVac salvou muitas vidas, quando não tinha vacina para todo mundo. Em último caso, sem acesso a nenhuma vacina, aí se justifica a sua aplicação, mas isso não deve ser a regra. Porém, não deve se esperar indefinidamente caso não exista a vacina da Pfizer”, diz.

Qual é a eficácia da 4ª dose e o tempo de proteção?

Pesquisas ainda monitoram as taxas de proteção da 4ª dose contra a covid-19. Um estudo em Israel, realizado por pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciência e divulgado nesta semana, apontou que a proteção da segunda dose de reforço teve queda após quatro semanas quando exposta à variante ômicron. Segundo a equipe, a proteção contra sintomas graves não foi reduzida durante as seis semanas que sucederam a aplicação.

De acordo com o infectologista, isso levanta discussões sobre o ritmo de reaplicação das doses. “Do ponto de vista logístico, o que avaliamos é a periodicidade da vacina, que depende também da circulação do vírus. Fato é que sabemos que a duração de imunidade pós-dose de reforço é temporária, mas importante”, disse o especialista em entrevista ao VivaBem.

No final de março, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos, na tradução do inglês), agência reguladora norte-americana nos moldes da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), liberou a 4ª dose para a população acima dos 50 anos e indicou a queda de proteção algum tempo após a 3ª dose.

“As evidências atuais sugerem algum declínio da proteção ao longo do tempo contra formas graves da covid-19 em indivíduos mais velhos e imunocomprometidos. Com base em uma análise de dados emergentes, uma segunda dose de reforço da vacina Pfizer ou da Moderna pode ajudar a aumentar os níveis de proteção para esses indivíduos de alto risco”, comentou em nota o diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, Peter Marks.

O comunicado ainda fez alerta sobre a necessidade de 3ª dose, definida como “fundamental para ajudar a proteger todos os adultos das complicações potencialmente graves da covid-19”. Por isso, encorajou a imunização de todas as pessoas. Para Barbosa, é importantes que quem ainda não recebeu o reforço inicial, se vacine “o mais urgente possível”. E então, dependendo do calendário, receba a 4ª dose após 4 meses.

FONTE UOL

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