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Audiência pública vai discutir implantação de porto seco da JMN em Entre Rios de Minas; ambientalistas defendem outra local

Desde que foi divulgada oficialmente a instalação de um terminal de cargas de minério da JMN, em Entre Rios de Minas, o empreendimento ganhou amplas e acalouradas discussões. A mineradora promoverá no dia 11 de julho, às 19:00 horas, na Câmara Municipal, uma audiência pública, quando a comunidade poderá conhecer de perto e questionar a empresa sobre o projeto, previsto para gerar em torno de 200 empregos na obra e 85 na operação.

O projeto consiste na construção de uma via de acesso pela MG383 até a ferrovia da MRS de onde seria embarcada a produção vinda da mina situada em Desterro de Entre Rios e outras mineradoras. A previsão é de que seriam gerados cerca de R$500 mil mês aos cofres da prefeitura de Entre Rios.

acesso que ligará MG 383 a MRS após o trevo de Entre Rios de Minas, sentido Lagoa Dourada/REPRODUÇÃO

A obra deve iniciar no segundo semestre e a operação do porto seco deve acontecer até final de 2023. O Terminal Ferroviário de Entre Rios (J. Mendes Logística) tem como objetivo a redução do trecho de rodagem atualmente realizado por caminhões. O empreendimento busca a diminuir e dinamizar a logística, gerando economia nos deslocamentos, produto entregue mais rápido, redução do número de veículos pesados nas rodovias e consequentemente aumento da segurança ao trafegar por estas vias. Conforme estudos técnicos realizados, com a implantação do Terminal de Entre Rios, haverá um ganho financeiro e ambiental significativo, uma vez que haverá a redução nos números de viagens e a redução de consumo de todos os demais componentes necessários para este tipo de transporte, tais como pneus e diesel.

Entidades ambientais

Por outro lado, entidades, entre as quais, o Instituto Guaicuy SOS Rio das Velhas, Projetos Manuelzão e ONG Ecoppaz-Ecologia pela paz, lideram um movimento para que não seja liberado o licenciamento ambiental do empreendimento, previsto para iniciar suas atividades no final de 2023, interligando a mina Morro dos Coelhos e outras mineradoras, em Desterro de Entre Rios a MRS.
O pedido de suspensão do terminal já foi protocolado na prefeitura, Ministério Público, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, como também a convocação, pela Câmara, de uma audiência pública para discutir com a comunidade o Plano de Controle Ambiental (PCA).
Os ambientalistas apontam que o licenciamento aponta em partes os planos de programas para mitigar os impactos e danos que serão causados pelo empreendimento.

Localização do empreendimento na região do córrego  da Barrinha situada  poucos quilômetros acima do ponto de captação de água da COPASA  que abastece Entre Rios de Minas/REPRODUÇÃO

No documento enviado aos órgãos públicos, as lideranças cobram possibilidades alternativas de localização do terminal que poderiam gear menos impactos ambientais e hídricos.
Outro questionamento se refere ao bioma Mata Atlântica, pela quantidade de matas que ainda existem ali e pelas boas práticas de agricultura que ali se praticam há quatro gerações, a bacia é uma importante área produtora de água de boa qualidade para Entre Rios de Minas e cumpre uma função de proteção de mananciais de utilidade pública e de interesse social. Caso o empreendimento venha a ser situado naquela localização, a segurança hídrica da cidade pode ser colocada em risco.

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