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Circuito turístico ‘Villas e Fazendas’ reúne 12 municípios, história e muitos atrativos


Santana dos Montes faz parte de um roteiro turístico de experiência que reúne 12 municípios: Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Itaverava, Lamim, Piranga, Rio Espera, Santana dos Montes, Senhora de Oliveira e Queluzito. 

Algumas cidades do Circuito Villas e Fazendas já perderam muito do tempo em que bandeirantes cortavam as serras em busca de ouro, das grandes fazendas de escravos e dos causos dos tropeiros que passavam meses na estrada tocando gado e levando mercadorias.

Mas em Santana dos Montes as fazendas antigas são atração à parte. Sem ter ouro para ser explorado, o solo fértil era favorável às grandes plantações de legumes, frutas, verduras e cereais e à criação de gado, que abastecia os centros minerários da região.
Conhecer esta história pode ser uma aventura. O turista pode fazer roteiros de jipe ou de bicicleta para visitar as construções seculares, cachoeiras e riachos de águas cristalinas. 

Fazenda Paciência

Muitos casarões foram transformados em hotéis fazenda que, além de oferecer opções de gastronomia e lazer, como trilhas de bicicleta ou a cavalo, são verdadeira aula de História. O Pico da Paciência deu nome à fazenda de 1742, que pertencia ao Barão de Queluz. As instalações em estilo colonial dão uma ideia da imponência do local. 

A sede, um sobrado de dois andares, além das acomodações dos proprietários, serve como recepção, onde o hóspede é recebido em um salão repleto de antiguidades e peças de coleção. O chiqueiro foi transformado em adega e restaurante; a destilaria em cobre mostra como é feita a cachaça, e as formas de rapadura lembram como a cana era aproveitada. Há uma estrutura em pau a pique que ensina a técnica antiga das casas mais modestas. E a Pedra do Amor é onde casais apaixonados trocam promessas e compartilham sonhos.

Cada um dos 13 apartamentos homenageia personagens da história de Minas, como o poeta inconfidente Cláudio Manoel da Costa. Na gastronomia, pratos que reúnem o melhor da culinária tradicional mineira com a influência africana, servidos no fogão a lenha.

Mas há as conveniências da vida moderna, como TV a Cabo, sauna, piscinas e sauna, lago para pesca e passeio de gôndola, além de uma pista de boliche de tamanho oficial e o curioso livro mais pesado do mundo, segundo o dono da fazenda, com 7,5 toneladas e mais de 41 mil páginas.Na propriedade em Catas Altas, Manoel e Neca criam carneiros como atividade secundária à extração de azeite. O passeio termina no Café com Roça, sítio onde o turista experimenta iguarias como umbigo de banana, costelinha com ora pro nobis, frango com caldo de fubá e angu feito com fubá de moinho d’água. É pra comer ajoelhado! E, além do cafezinho, dos doces de leite e de casca de laranja da terra, tem um chá de oliveira, que ajuda a controlar o colesterol e faz bem ao coração, garante Moacir. Visitas podem ser feitas durante o ano todo.

Além Disso

Dos 300 anos da Fazenda Papagaio só restaram as terras, a memória da família e as ruínas de antigos muros de pedra. Filha de agricultores, Cristiane Costa aprendeu desde cedo a amar a vida na roça. 

Formada em biologia e pós-graduada em sustentabilidade, foi voluntária em projetos de permacultura, voltados para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza. Aprendeu os segredos da destilação de óleos essenciais e do cultivo de plantas aromáticas.

Esses óleos têm aplicações terapêuticas (aromaterapia) para o tratamento de sinusite, dores de cabeça e sintomas psicossomáticos, explica a empreendedora. Os princípios ativos são diluídos e podem ser usados por inalação ou tópico –na pele, em cremes, óleos vegetais.

Cristiane conta que trabalhava em uma cervejaria enquanto construía a sede, o laboratório, e desenvolvia as matrizes de alecrim, capim limão, citronela, manjericão, lavanda, melaleuca, gerânio, patchouli e outras espécies. “Já vai fazer uns dois anos que me dedico ao plantio das mudas e à destilação. Você tem que desenvolver, primeiramente, as matrizes. Depois, fazer uma grande produção de mudas – para isso eu construí um viveiro. Depois, você tem esse grande plantio e você inicia o processo de destilação”, explica a bióloga.

A propriedade tem três hectares plantados, usados na produção de óleos essenciais. Pode parecer muito, quando a gente pensa em ervas aromáticas. Mas para destilar 10 ml de óleo essencial são necessários 5 kg de plantas.

Neste ano, a bióloga começou a receber grupos (de quatro pessoas, com o custo de R$ 80 para cada uma) para visitas guiadas. Os turistas conhecem as plantas, aprendem para que serve cada tipo, como cultivá-las, como é feita a destilação dos óleos e as propriedades curativas. Muitos falam de sintomas que gostariam de tratar e ela indica qual o melhor óleo. Na saída, o turista leva de brinde um óleo essencial. 

Para os moradores da região, já acostumados ao uso dos óleos, Cristiane já prepara a diluição (normalmente prescrita por aromaterapeutas), de acordo com o que cada um está sentindo e eles só passam lá para buscar. Ela distribui os produtos e vende pela internet ou pelo Instagram, onde as pessoas também podem agendar a visita guiada.

FONTE HOJE EM DIA

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