3 de maio de 2024 09:41

Fábrica de Itaverava (MG) exporta alambiques até para Europa e África

O mais gostoso de viajar é poder experimentar o que nunca vimos antes. Conhecer histórias e a fabricação de produtos típicos fazem parte da identidade local de cidades, regiões e países. E descobrir a origem e a fabricação de bebidas pode ser um passeio divertido.

A Santa Efigênia, em Itaverava, é a maior fábrica de alambiques da América Latina, diz um dos sócios do empreendimento, Lenísio Barbosa dos Santos. É um negócio de família e irmãos e sobrinhos se desdobram para atender os pedidos que chegam de vários países da América do Sul, Europa e África, além, é claro, do Brasil.

Ao chegar, o visitante fica impressionado com a quantidade de rótulos de gin disponíveis no showroom, já que, além de fabricar os gigantescos equipamentos de cobre, eles também desenvolvem receitas usando uma infinidade de ingredientes como o famoso zimbro, além de óleos essenciais e especiarias.

Uma das maiores fabricantes de destilarias do país fica em Itaverava e vende para China, Nova Zelândia, Europa, África e Américas (Luciane Amaral / Hoje em Dia)

“Leva em média 30 dias para desenvolver a receita, que pode levar de baru a maxixe”, diz Lenísio. “O Brasil tem uma grande riqueza botânica que oferece uma gama de sabores e aromas incrível”, destaca.

A fábrica, que existe desde 1948, emprega 1% da população do município e gera 200 empregos indiretos. E é um processo pra lá de artesanal. Os rolos de chapas de cobre são cortados e a modelagem é feita à mão, com milhares de marteladas até tomarem as formas gigantescas de grandes destilarias. 

Depois tudo é soldado e enviado para Chile, México, Equador, Inglaterra, Argentina, Nova Zelândia, Guiné Bissau, Aruba. É até difícil enumerar a quantidade de países que fabricam bebidas destiladas com equipamento de Itaverava. “Por mês, são produzidos de 12 a 20 alambiques, dependendo do tamanho”, conta Rafael Rodrigues dos Santos, outro sócio da empresa.

Dos tanques, saem combucha, vinho, cerveja, gin, vodka e, claro, cachaça. “Montamos mais de 90% das destilarias mais conhecidas no Brasil. E 95% das destilarias de gin”, afirma Lenísio Barbosa, orgulhoso.

Os clientes mais dedicados, que gostam de produtos exclusivos, podem ainda comprar mini destilarias e fazer a própria bebida, em casa mesmo, com as receitas encomendadas na Santa Efigênia. “Além de vender os equipamentos, nós também damos consultoria”, destaca o empresário.

Chapas de cobre são modeladas, cortadas e é com um minucioso trabalho de manufatura artesanal que as peças se transforma no destilador da cachaça (Luciane Amaral)

E conhecer a Santa Efigênia é uma experiência completa. Além de conhecer todo o processo de fabricação e desenvolvimento de receitas, a empresa oferece uma experiência completa, com degustação no local. 
Quem gosta, ainda pode levar para casa uma garrafa para dividir com os amigos. 

Jamir Oliveira mora em Conselheiro Lafaiete, que fica na mesma região, e descobriu que tinha gin artesanal na região. Não deu outra: pegou a mulher e correu para a fábrica. “Experimentei na casa de um vizinho e encaramos 20 km de estrada para conhecer aqui e comprar o gin. Sempre passava direto, mas gostei e vamos voltar”.

  • Hoje em Dia

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