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Serra da Moeda, uma joia ameaçada

A Serra da Moeda tem esse nome porque é marco do município (de Moeda), no século XVIII, se deu com a abertura de uma fábrica clandestina de cunhagem de moedas, no distrito do que hoje chamamos de Moeda Velha. Ruínas da antiga fábrica de cunhagem de moedas, estrada de pedra construída pelos escravos, pinturas rupestres e todo o ecossistema da serra, fazem parte de um do mais belo roteiro turístico cultural, natural e de aventura em terras mineiras.

Com uma extensão de 70 quilômetros e 1.500 metros de altitude a Serra da Moeda se destaca pela beleza e por apresentar condições favoráveis para a prática do voo livre que atrai principalmente nos finais de semana, pilotos de parapente e asa-delta de diversos lugares do mundo.

Topo do Mundo, na Serra da Moeda, é ponto conhecido de prática de paraglider   Foto:Herbert Cabral/TV Globo 

Para quem prefere se aventurar com os pés no chão, uma das alternativas é caminhar pelas trilhas ecológicas.

Eventualmente, o local ainda conta com atrações diversificadas como cavalgadas e passeio de balão. Em Azevedo, município de Moeda foi descoberto pinturas rupestres e criado o sitio arqueológico, denominado “Jardins das Pedras.”.

Crédito: Rafael Porto

Atualmente, a sociedade civil organizada (ONGs ambientais) trava com as mineradoras uma luta de titãs em defesa da preservação da Serra da Moeda ameaçada pela atividade mineraria.

Ação das mineradoras na Serra da Moeda as margens da BR 040 – Foto: Reprodução/TV Globo

Moeda Velha

Capela São Caetano do século XVIII ao lado ruínas da antiga fabrica de moedas falsas.(foto-blog Entretantos)

São Caetano da Moeda Velha, distrito de Moeda, transformou no passado (sec. XVIII) na primeira fabrica de moeda de ouro clandestina na Capitania de Minas Gerais. “A Serra era chamada de “Serra Paraopeba, mas, com a fabrica de moedas falsa, a serra passou a chamar” Serra da Moeda”. Seus lideres e sócios, Inácio Ferreira e Francisco Borges montaram uma estrutura  rígida, complexa envolvendo escravos,ferreiros,fundidores e um protetor com influência, junto ao governador e ramificações na corte portuguesa. O código de honra era levado a risca e quem quebrava o código era condenado a morte.

Em 1731, a fabrica foi denunciada ao Ouvidor Diego Cotrim que a frente de uma tropa de 200 homens bem armados desceram o Boqueirão da Serra desmantelando todo o bando dos falsários e pondo fim à primeira fabrica de moeda falsa no Brasil Colonial e hoje, essa joia do patrimônio natural e cultural de Minas Gerais está ameaçada pelo empreendimento das empresa mineradoras.

       Trecho da BR-040 atingido pelo rompimento, na manhã de 08 de janeiro de 2022.

Por João Vicente   

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