4 de maio de 2024 21:50

Planeta potencialmente habitável foi descoberto “perto” da Terra

O exoplaneta apresenta indícios de que pode ter um ambiente capaz de abrigar vida, no entanto ainda não se tem muitas informações sobre ele

Astrónomos descobriram um novo planeta potencialmente habitável muito próximo e com um tamanho semelhante ao da Terra e que orbita a uma distância de sua estrela que pode permitir a existência de vida como conhecemos.

  • O exoplaneta orbita uma anã vermelha chamada Wolf 1069 e recebeu o nome de Wolf 1069b
  • Está a cerca de 31 anos-luz da Terra, considerado perto paras os padrões espaciais
  • Orbita sua estrela em uma distância de cerca de 10 milhões de quilômetros e está na sua zona habitável
  • Sua órbita dura 15,6 dias
  • Possui 1,36 vezes a massa da Terra
  • A descoberta de um planeta como o Wolf 1069b já é uma grande conquista.

Com as tecnologias que temos hoje, buscar um exoplaneta pequeno como esse é mais complicado. Isso porque as técnicas usadas para descobrir um novo planeta é feita de forma indireta, observados as interações dele com suas estrelas.

Como um exoplaneta é descoberto

Existem dois métodos para que um novo exoplaneta seja descoberto. O método de trânsito, que observa quedas regulares na luz da estrela quando um objeto passa na frente dela. Essa técnica pode ser usada quando o planeta orbita entre a Terra e o seu Sol.

O outro método é o de velocidade radial. Ele detecta alterações nos comprimentos de onda emitidos pelas estrelas, quando ela é minimamente movida devido à interação gravitacional que aconteceu com a passagem do planeta.

Assim quanto menor o planeta, menor vai ser a sua interação com a estrela que ele orbita. Por causa disso, menos de 1,5% dos cerca de 5200 exoplanetas descobertos até hoje possuem massa menor que 2 vezes a da Terra.

Zonas habitáveis

Dos 1,5% desses planetas que não são 2 vezes maiores que a Terra, apenas alguns deles estão a uma distância suficiente de suas estrelas para que água possa ser encontrada no estado líquido.  

Estar nessas zonas é um dos primeiros passos para que um planeta seja potencialmente habitável, e essa distância ideal da estrela e os exoplanetas pode mudar dependendo da estrela. 

Por exemplo, no Sol, a zona habitável vai de Vênus e Marte, e a Terra está a cerca de 150 milhões de quilômetros da estrela. No Wolf 1069b essa distância é 15 vezes menor, no entanto a anã vermelha que ele orbita é menos quente e menor.

A radiação que o Wolf 1069b recebe é cerca de 65% do que a Terra recebe do Sol. Se o planeta fosse rochoso e nu isso manteria a temperatura do planeta em cerca de -23° Celsius, o que faria com que a água congelasse.

Atmosfera e campo magnetico 

No entanto, não é só a distância do Sol que torna um planeta potencialmente habitável. Outro fator é a presença de atmosfera e um campo magnético. A presença de uma camada de ar densa pode reter o calor e garantir que a temperatura aumente.

No entanto, a presença de uma atmosfera densa e estável depende também da existência de um campo magnético global, que pode ser gerado internamente ou por causa de interações com a estrela.

Um campo magnético gerado internamente em um planeta é resultado da conversão de energia cinética, gerado pela rotação, convecção e condução de fluidos, em energia magnética.

Segundo pesquisadores do Instituto Max Planck de Astronomia ( MPIA ), na Alemanha, responsável por descobrir a estrela, o Wolf 1069 b pode possuir estar gerando campo magnético internamente. Eles pontuam que simulações apontam que 5% dos sistemas planetários possuem apenas um planeta, como o da estrela Wolf 1069.

As simulações também revelam um estágio de encontros violentos com embriões planetários durante a construção do sistema planetário, levando a impactos catastróficos ocasionaisRemo Burn, astrônomo do MPIA, em resposta a ScienceAlert

Esses choques esquentam o exoplaneta e fazem com que o núcleo continue se fundindo e gerando um campo magnético.

Outro problema

Devido estar muito próximo de sua estrela, o planeta pode ter o mesmo bloqueio que a Lua tem. Uma das faces do Wolf 1069b está sempre voltada para a Wolf 1069. Isso acontece por causa dos freios gravitacionais que acontecem quando um objeto está orbitando muito perto de outro mais massivo.

Quando essa relação acontece entre uma estrela e um planeta, de um lado é sempre dia enquanto do outro é noite. Mas isso não descarta a existência de vida no exoplaneta recém descoberto, ela pode existir na linha eterna entre dia e noite. No caso de Wolf 1069 b, um mapa de simulação de temperatura do planeta indica que é mais provável a existência de vida no lado que é sempre dia.

Assim a peça essencial seria descobrir mais sobre a atmosfera do exoplaneta. No entanto, ele não está no campo de visão entre a Terra e a Wolf 1069, e o pouco que sabemos é por causa da sua interação gravitacional com a estrela.

FONTE OLHAR DIGITAL

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