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Piscinão no centro de Lafaiete: uma alternativa viável e barata para minimizar as enchentes e inundações

As enchentes, são fatores decorrentes do acúmulo de águas das chuvas que escorrem superficialmente e acumulam em áreas mais baixas do relevo. Quando excede a capacidade de vazão, este termo denomina-se inundação, onde água acumulada transborda. O planejamento urbano, é fundamental no controle das enchentes, respeitando os limites de cheias dos córregos e rios, medidas que permitem infiltração das águas das chuvas, criação e manutenção de redes pluviais urbanas.

Exemplo:  imagina descarregar um balde com 40 litros de água na pia de sua casa de uma única vez, irá transbordar, mas se for descarregada de forma gradativa,  a vazão comportará o volume de água.

Muitos municípios acreditam, que criar e ampliam galerias subterrâneas de drenagem, que é uma medida estrutural e muitas vezes onerosas ao erário é a melhor solução.  Quando não observadas as muitas variáveis que envolvem projetos de drenagem, apenas com o objetivo de ampliar a vazão das águas de chuva, num volume de água muito elevado, são necessárias medidas cautelares, pois há risco de apenas mudar o problema de lugar, retirando a água de um local e lançando em outro.

É extremamente importante uma legislação que trate a taxa de permeabilizarão do solo, loteamentos com bacias de dissipação de energia, evitando que o escoamento destas águas seja simplesmente lançado em Áreas de Preservação Permanente (APP),  criação de Jardins de Chuvas, preservação de áreas verdes, a arquitetura urbanística tem muito a oferecer.

Considerando que a vazão é uma razão de tempo por volume do fluido hidráulico, é fundamental pensar na retenção de águas do escoamento superficial (bacias dissipadoras), permitindo que as calhas de drenagem suportem a água nos picos de chuvas mais intensas, que geralmente, duram curto tempo.

Reservatórios do tipo “piscinão” são opções bastante apropriadas para controle da vazão, onde a água retida seja liberada gradativamente. Estes reservatórios podem ser abertos ou subterrâneos. No caso de Conselheiro Lafaiete, que tem uma Geomorfologia muito características de Mares de Morro, com forte amplitude entre cristas e vales, favorecem maior velocidade no escoamento das águas superficiais, associado a pavimentação urbana. Se levarmos em conta uma análise temporal, os problemas com inundações se atenuaram pós anos 80, associado diretamente ao crescimento urbano da cidade. Importante salientar que é necessário estudo das micros e macros drenagens.

As figuras 1 e 2, representam a bacia hidrográfica do rio Bananeiras de sua nascente, em Buarque de Macedo, até o Ponto P1, onde se localiza o túnel de passagem subterrânea a malha ferroviária (região dos camelôs).

As cores mais escuras, representam as áreas de maior altitude do relevo e as mais claras de menor altitude, onde ás aguas escorrem e se acumulam nas partes mais baixas.

Na figura 3, é possível identificar que a pêra ferroviária situada na região do triângulo, em sua porção mais baixa, é uma área muito apropriada para se criar um reservatório destinado a controle de cheias do rio Bananeiras, desta forma, nos picos de fortes chuvas, a calha do rio terá condições de receber o grande volume de água oriundo da parte central.

Da mesma forma, pode-se criar reservatórios(caixas secas) desta natureza ao longo das grandes avenidas, como Telesforo Cândido de Rezende e Manoel Martins.

Figura 4: Bacia hidrográfica área central do município,

Na figura 4, local onde se encontra a rodoviária de Conselheiro Lafaiete, é ponto estratégico para retenção de água das vertentes centrais.

São trabalhos eficientes que podem receber um tratamento urbanístico dos profissionais de arquitetura. Importante os Poderes Públicos Municipal se atentarem para preservação das áreas citadas, pois são estratégicas para o controle das enchentes na área central da cidade.

 Os materiais cartográficos, podem ser obtidos gratuitamente pela internet, nos sites da Embrapa,  IBGE, Google, CRPM. Desta maneira, o projeto pode reduzir custos expressivos ao erário municipal. Outro fator importante é uma revisão nas redes de drenagem pluviais da cidade  que em muitos casos, estão inativas pelo assoreamento(entupidas) onde a água corre superficialmente.

Além das medidas estruturantes, é necessário realizar um trabalho educativo e de sensibilização da comunidade, consideradas não estruturantes.

  • Leandro Magno Lopes Da Silva-
  • Professor
  • GEÓGRAFO
  • Pós Graduado em Gestão Ambiental/
  • Pós Graduado/ Especialização em Geoprocessamento
  • Pós Graduação/Mestre em Sustentabilidade.

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