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Ofício de Trevas – Um espetáculo de fé: dia 5 de abril na Igreja de São Sebastião

OFÍCIO DE TREVAS – UM ESPETÁCULO DE FÉ
05 de abril de 2023 – 20:00 horas – Ig. Matriz São Sebastião

A Paroquia São Sebastião, segue os preparativos para a Semana Santa. Após três anos de determinadas limitações impostas pelo árduo, todavia, indispensável isolamento social, as Matinas de quinta feira santa, estão de volta. A Paroquia, deu início a esse evento no ano de 2016. Foram quatro anos ininterruptos, com a participação do Madrigal Roda Viva e músicos convidados: O organista Wallace Moura, a Orquestra Sinfônica da PMMG, o violinista Léo Cassilhas, e os pianistas Juliana Marin e Paulo Borges.
Durante a Semana Santa, a Igreja realiza diversas celebrações para relembrar os últimos passos de Jesus. Um dos momentos marcantes é o “Ofício de Trevas”, que expressa de forma arrebatadora, os sofrimentos passados nos últimos dias de vida de Jesus Cristo, antes da crucificação. Evento que aos poucos alcança status de tradição em Conselheiro Lafaiete. A cerimônia é caracterizada pela liturgia, com reflexões sobre as dificuldades vividas por Jesus Cristo em seus últimos momentos, antes da prisão, no Monte das Oliveiras.

Padre Daniel

HISTÓRIA

O Ofício de Trevas (matutina tenebrarum) é uma liturgia cristã relacionada à Paixão de Cristo, que existe desde o século XIII. É o ofício das matinas e laudes de quarta, quinta e sexta-feira da semana santa. Embora o nome, Ofício de Trevas, possa dar a entender, não é um rito enigmático e obscuro, mas uma das orações mais belas da Semana Santa. Em alguns lugares ele é celebrado na Segunda Feira Santa, mas o dia mais correto para esta celebração é entre a noite de Quarta-Feira até antes do amanhecer da Quinta, marcando o início do Tríduo Pascal. Durante os séculos houve muitas formas musicadas, inclusive não apenas na forma gregoriana, mas também na forma de música clássica. Durante muito tempo este rito permaneceu guardado pela igreja, mas atualmente vem sendo retomado em diversas paróquias e dioceses do Brasil.

ESPETÁCULO

Nessa celebração, podemos conferir extraordinária densidade litúrgico-musical. No final de cada um dos Salmos que vão sendo cantados, o cerimoniário apaga uma das velas. Ao mesmo tempo, as luzes da igreja vão sendo apagadas também. As velas são apagadas sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta vela não é apagada. Continua acesa e é levada para atrás do altar. As velas que vão se apagando representam os discípulos, que pouco a pouco se afastavam de Jesus Cristo, durante a sua Paixão. A vela branca escondida atrás do altar e, mais tarde, outra vez visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois, fulgurante de luz e de glória.
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu. O ruído de matracas no fim do ofício de trevas significa o terremoto e a perturbação dos inimigos, e recordam a desordem que sucedeu na natureza com a morte de Nosso Senhor. São realizadas leituras dos salmos, lamentações e cantos em latim. Durante o cerimonial, os últimos passos de Cristo são simbolizados por velas que são apagadas aos poucos, até o momento derradeiro.
Após as luzes das velas serem apagadas, a única vela acesa é retirada e dá lugar aos sons de trovoadas, que se refere à morte de Jesus. No entanto, depois desse momento, a vela acesa, volta a ser colocada e todas as luzes da igreja são acesas. Para os fiéis, esse período representa à presença de Cristo.

AS OBRAS E OS PERSONAGENS

Quem está acompanhando os preparativos e ensaios do Roda Viva, às terças e sextas feiras, no Solar, assegura que será um dos mais belos espetáculos de fé. A Paroquia em comum acordo com Roda Viva, escolheu, do riquissímo acervo do Museu da Música de Mariana, “As Matinas de Quinta feira Santa”, do compositor mineiro, Jerônimo de Sousa Queirós – século XVIII. Composta para coro a quatro vozes; violino I e II; baixo; flautas I e II; trompas I e II.
De acordo com o Professor e Maestro Geraldo Vasconcelos, os elementos instrumentais, destacadamente o violino I – que será executado por Léo Cassilhas – são construídos com fino zelo, e se destacam na composição. Afora as entradas e codas instrumentais, clássicas no estilo, há a ocorrência de interlúdios bem expressivos, que parecem ter por finalidade explicar o texto. Conquanto a peça tenha sido escrita para as quatro vozes – SATB – é acentuada a ausência do soprano em algumas seções, versadas, assim, a três vozes. A composição proporciona multiplicidade tonal, possuindo relações, em vários Responsórios, entre tônica e tônica relativa. Para esse evento, os demais instrumentos foram ajustados em redução para piano, a cargo do instrumentista Paulo Borges, finaliza Vasconcelos.
É possível encontrar fragmentos dos ensaios, nas redes sociais (facebook, instagram, entre outras) que sugerem a magnitude dessa noite Santa.

MADRIGAL RODA VIVA – Bodas de Prata

Além do Madrigal Roda Viva, que está completando 25 anos de muita música e história, quem comparecer à Matriz de São Sebastião, dia 05 de abril, poderá contemplar o violino de Léo Cassilhas e o piano de Paulo Borges, adornando a estraordinária e renovada sonoridade do Madrigal.
Paulo Borges reside e trabalha em Belo Horizonte. É natural de Machado-MG, iniciou seus estudos com a professora Maria Thereza Garcia. Posteriormente, estudou piano com Jayme Guimarães, através do curso de música da UFSJ. Participou de diversos festivais de música, como Femusc, Música nas Montanhas (Poços de Caldas) e Semana da Música de Ouro Branco, tendo oportunidade de participar de master classes com renomados pianistas nacionais e internacionais. Se apresentou algumas vezes, como solista e camerista, pelos concursos Segunda Musical da ALMG, Música XXI da UFSJ e Jovem Músico BDMG.
Leonardo Cassilhas – Léo Cassilhas, como é conhecido em Lafaiete, é natural de Belo Horizonte. Iniciou seus estudos no SESI em 1989 na turma do professor Sérgio Arraes; Participou do primeiro festival de inverno da UFOP em 1992 no módulo Suzuki; Ingressou no conservatório de música da UFMG em 1995 na turma do professor Max Teppich; Oficinas de música erudita, e composição livre da professora Vera Maria Walter Luz – Orquestra jovem do SESI; Conservatório da UFMG; Orquestra jovem do palácio das artes, e orquestra experimental da PMMG, sob a regência do maestro Capitão Cigarra, além de várias apresentações no país, como a ópera, “a peste e o intrigante, ópera infantil em 1995, no palácio das artes, participações em shows com Marcus Vianna, banda Dogma e outros artistas. Mudou-se para Lafaiete em 2006.

O Ofício será presidido pelo Paroco, Padre Daniel Marcos de Lima. A regência será do Maestro Geraldo Vasconcelos.

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