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Explorando a liberdade sexual: por que algumas mulheres optam pelo sexo casual

Especialista explica razões de cada vez mais um grande número de mulheres tem optado por relações informais

A busca por experiências sexuais sem compromisso emocional ou romântico é a principal vantagem do sexo casual para a jornalista Luiza Ferreira, 24. “Sexo é mais do que uma condição de relacionamento, sexo tem a ver com autodescoberta, entender seu corpo, o que te dá prazer e suas preferências”, comenta.

Luiza atualmente é casada, mas possui um relacionamento aberto, o que lhe permite ter relações casuais com outras pessoas. Ela explica que foi necessário entender sua sexualidade e também se entender dentro da própria experiência sexual, e isso melhorou sua confiança e autoestima, porque após esse processo tudo ficou mais claro e prazeroso. “Muitas mulheres se reprimem por conta de questões sociais e religiosas, e o sexo casual é uma forma de se libertar e ter um momento íntimo, prazeroso e livre”, comenta Luiza. 

A experiência da jornalista justifica um crescente número de mulheres que optam por relações sexuais mais, digamos, informais. Segundo um levantamento realizado pelo C-date, site exclusivo para encontros casuais, quase 60% das mulheres adultas estão insatisfeitas com a vida sexual em relacionamentos ou casamentos.

E quase 40% das usuárias optam pelo relacionamento casual por não haver amarras. Já 23,05% das entrevistadas afirmaram que não evitam um relacionamento sério, mas que têm outras prioridades, como vida social, profissional, família, saúde física e mental. 

Segundo o psicólogo e sexólogo Rodrigo Torres, existem dois fatores para a insatisfação das mulheres com a vida sexual em relacionamentos. O primeiro está relacionado a uma “ditadura” machista, em que o prazer é voltado para a satisfação do homem. O outro fator apontado pelo sexólogo é que as mulheres em relações de longa duração têm menos desejo sexual espontâneo, ou seja, um desejo responsivo.

Dessa forma, para que a mulher mantenha o desejo sexual, é necessário que a relação seja provocativa e cultivada. “Os homens costumam ter desejo sexual espontâneo e monótono, menos preocupado com o prazer feminino, e com isso ocorre um afastamento natural” explica Torres.

O profissional também esclarece que existem várias motivações para as mulheres optarem pelo sexo casual atualmente, como a liberdade sexual, a busca pelo próprio prazer e a quebra de paradigmas patriarcais em relação à sexualidade. “A ideia da causalidade é sair da rotina e da monotonia, as pessoas tendem a buscar um padrão, mas ele ainda não é pautado no prazer feminino”, afirma o sexólogo.

Muitas mulheres, quando estão à procura de um relacionamento, escolhem a causalidade com o objetivo de conhecer o parceiro e entender se ele atende às expectativas sexuais, entende Rodrigo Torres. É o caso de Juliana (nome fictício), 22. Ela conta que optava por relacionamentos casuais justamente por não ter as amarras e o compromisso com o parceiro, mas que acabou se apaixonando em um dos relacionamentos.

Juliana explica que, apesar de estar em um relacionamento monogâmico, considera relevante as mulheres optarem pelo sexo casual: “Você tem a oportunidade de se conhecer e buscar seu prazer, isso é muito importante, principalmente por não precisar se preocupar com um relacionamento”, diz.

Rodrigo Torres explica que ainda existe o preconceito em relação às mulheres que transam no primeiro encontro e o controle e julgamento sobre a sexualidade feminina, mas, hoje, o uso de aplicativos e sites facilita o encontro de pessoas que desejam o mesmo tipo de relação. O sexo casual, por si só, não é uma quebra desses padrões, pois é importante que o homem também se preocupe com a resposta e o desejo sexual da mulher. 

Sexo seguro

Para o Ministério da Saúde, a camisinha (preservativo) é o método mais eficaz para se prevenir contra as infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV/Aids, hepatites B e C e a sífilis, além de evitar também a gravidez.

Em nota, afirma: “Quem tem relação sexual desprotegida pode contrair uma IST. Não importa idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião. A pessoa pode estar aparentemente saudável, mas pode estar infectada por uma IST”. Sobre o sexo casual e os riscos para a saúde, o sexólogo Rodrigo Torres comenta: “Estar num relacionamento sério com alguém não significa estar protegido contra ISTs, visto que pode existir infidelidade. O ideal é se prevenir”.

Sob supervisão de Fabiano Fonseca

FONTE O TEMPO

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