“O Corredor Cultural da antiga Rua Direita do Centro Histórico da parte alta da cidade de Conselheiro Lafaiete é um museu céu aberto sobre a memória urbana da cidade”
O ArtQluz/Cultural é um projeto que visa promover ações de Educação Patrimonial e a memória urbana através da sua arquitetura, usando como primeira referência o espaço aqui definido como Eixo-Cultural da parte alta da cidade, espaço emblemático da evolução urbanística e cultural de Cons.Lafaiete. Quando se fala em espaço público, quase sempre se esquece da importância da observação e reconhecimento dos aspectos arquitetônicos para o exercício da apropriação do mesmo. Para esta observação, precisamos de hábito e exercício de sensibilidade. O Corredor Cultura Rua Direita é uma via de destaque desde os primórdios anos do arraial.
O Corredor Cultural da Rua Direita possui exemplares de diversos estilos arquitetônicos que retratam evoluções e (dês) construções urbanísticas presentes em toda área central da cidade, possuindo vários espaços de uso cultural localizados nela ou em seu entorno. Também foi o primeiro espaço de vida urbana na cidade, onde mais tarde com a chegada da ferrovia a cidade ficou dividida em parte alta e parte baixa.
A importância artístico-cultural da ação apresentada neste projeto consiste efetivamente na proposta de interpretação do patrimônio histórico-cultural através da realização de visitas guiadas, com intuito de criar espaços onde os jovens possam preparar-se para uma observação crítica e construtiva do patrimônio comum, em especial ao que se refere a seu patrimônio cultural material, imaterial e ambiental, apresenta-se como oportunidade para destacar elementos da identidade sociocultural dos lafaietense.
Assim, o projeto busca mostrar como a observação é importante no reconhecimento do patrimônio material e imaterial e como este é um passo importante e significativo no exercício da cidadania. Num país que aplica poucos recursos em ações patrimoniais, este projeto propõe-se a contribuir para que mais pessoas possam iniciar (ou ampliar, em alguns casos) a concepção do que seja a história, processo contínuo que tem ligação conosco no momento presente, a partir das percepções do que nos aconteceu no passado e que ficou marcado em nós (individualmente e coletivamente) se projetando no futuro.
Esse projeto foi lançado no centenário da EE Domingos Bebiano justamente por ser uma escola publica, onde a arquitetura do seu prédio centenário é um exemplar de arquitetura neoclássica que chegou ao Brasil na segunda década do século XIX e de frente onde passava o caminho novo da Estrada Real.
Nosso objetivo é fazer do projeto uma ferramenta pedagógica, lúdica de pesquisa e estudo sobre a história urbana da cidade a partir dos estilos arquitetônicos ainda presente no corredor que abrange à Av. Prefeito Mario Rodrigues Pereira, Pça Tiradentes e Barão de Queluz, Rua Comendador Baeta Neve, Rua Barão de Suassuy e o entorno , como a Rua Melo Viana, Afonso Pena,Tavares de Melo,Duque de Caxias e através da participação dos estudantes produzirem material audiovisual, cartilha, valorizando a Educação Patrimonial e a sua importância na preservação do nosso patrimônio histórico cultural da cidade de Cons.Lafaiete e sua memória.
Tanto o Domingos Bebiano e o Nazaré são escolas aptas a desenvolver o projeto e se caso se interessarem em conhecer melhor a proposta ao ler essa matéria, estou à inteira disposição pelo contato 31 990863943 ou pelo email [email protected].
Aniversário da cidade
Conselheiro Lafaiete passou a ser povoado com a febre do ouro que tomou conta da Província de Minas Gerais a partir de 1695, com a descoberta do ouro na terra de Marília de Dirceu, Itaverava (pedra brilhante), portal de entrada da minerada em busca de fortuna e poder. Lafaiete era apenas uma passagem no inicio da ocupação das bandeiras paulistas de Taubaté no eldorado das Minas Gerais. Mas, foi por pouco tempo. Já no inicio do século XVII, a Coroa autorizou construir o novo caminho que encurtava a distancia até o Rio de Janeiro e o arraial ganha uma estrada real, o chamado caminho novo. Ai apareceu a Rua Direita com a Capela, algumas casas e casarões dos fazendeiros português que tinham terras e suas fazendas, mas, o morar na cidade representava também poder político e por isso os fazendeiros e depois coronéis caprichavam na construção dos imóveis no estilo arquitetônico colonial da época, no tamanho do imóvel, no embelezamento e com filhos estudando na Europa. Pequena ainda, o arraial Carijós virou Vila Real de Queluz . Em 1842, no tempo das batalhas entre eles – legalistas e liberais – ainda pequenos, Queluz já tinha Câmara Municipal instalada e dezenas de distritos. Mas, foi com a chegada da ferrovia, que Queluz começou a se expandir e se dividiu em duas Queluz: parte alta e parte baixa. Em 1934, quando Queluz virou Conselheiro Lafaiete da noite para o dia , o Brasil estava sob as tutela do Estado Novo de Getulio Vargas. O certo que fez acirrar ainda mais a parte baixa da parte baixa alta na política, no esporte e nas turmas do namorico. Mas, foi na década de 70 com a chegada da Açominas que Lafaiete passa definitivamente para um do processo acelerado e desordenado do seu espaço urbano e hoje corre contra o tempo pra se adequar aos novos tempos de urbanização sustentável(Revisão Plano Diretor Participativo). Por isso, urbanizar sim, com sustentabilidade, segurança jurídica e democratização da terra urbanizada, principalmente, no campo da habitação de interesse social, garantido dignidade e cidadania para as famílias de baixa. Finalizo dando meus parabéns à cidade de Conselheiro Lafaiete e que o ArtQluz se torne uma realidade nas escolas e que possa contribuir para formação de jovem mais consciente e comprometido na busca do conhecimento em prol do bem estar da coletividade.