28 de abril de 2024 15:43

Renault revela o SUV Kardian, o seu rival do Fiat Pulse e VW Nivus

Modelo compacto tem plataforma, motor e câmbio inéditos no Brasil; vendas começam em março

A Renault revelou hoje o novo Kardian , seu SUV destinado a concorrer com rivais de peso, como  Fiat Pulse e Volkswagen Nivus . Embora tenha sido apresentado agora, o modelo começará a ser produzido na fábrica de São José dos Pinhais, Paraná , em janeiro de 2024 . Vendas mesmo só em março do ano que vem, ocasião em que devem ser apresentados preços e demais detalhes. Foram investidos cerca de R$ 2 bilhões para desenvolvimento, adaptação da fábrica, produção de um novo motor , entre outros. 

Ao perguntarmos se o Kardian tinha algum parentesco com o Sandero Stepway europeu , cuja terceira geração nunca foi trazida ao Brasil, os representantes da marca francesa afirmaram categoricamente que o carro não compartilhava elementos com o Dacia. 

O Kardian tem uma identidade bem diferente dos carros da Renault produzidos no Brasil, uma linguagem de estilo que estreou por aqui no Megane E-Tech . Os faróis são divididos em luzes de rodagem diurnas e um conjunto de luzes principais de facho alto e baixo, todos de LEDs , com espaço também para o jogo de faróis de neblina.

A grade vai pelo caminho da tridimensionalidade e evidencia o novo logotipo do fabricante , reservando também espaço para o “bocão inferior”. O jogo entre elementos pretos e na cor da carroceria reforça os recortes ousados do para-choque e conjunto de iluminação. Somado a isso, em nome da robustez visual, há protetor inferior prateado e capô envolvente, elevado e vincado. 

Lateralmente, fica evidenciada a altura elevada da suspensão: são 20 cm de altura do solo . A linha de vidro ascendente é emoldurada à moda da gama europeia, se juntando ao teto bicolor. Disponíveis na versão de lançamento, os racks levam até 80 kg e também podem ser configurados na posição transversal . As rodas aro 17 são diamantadas, mesclando tons metálicos e escuros, e calçam pneus Pirelli Scorpion 205/55 R17.

Cristalinas, as lanternas incorporam o formato da letra “C”, invadindo a tampa e fazendo um belo conjunto com o elemento metalizado do para-choque traseiro. 

Além do nosso país, o Kardian será produzido no Marrocos , na África, de onde devem ser exportados os carros destinados aos países europeus, cabendo ao Brasil a missão de suprir os modelos que serão exportados para outros mercados, principalmente os da América Latina , foco inicial da Renault.

A despeito da distância de tempo da produção e comercialização, já foram liberadas muitas informações do Kardian. A começar pela nova plataforma modular, uma variante aperfeiçoada da CMF-B em vários pontos. Capaz de ser adaptada a comprimentos que vão de 4 a 5 metros , a arquitetura também permite distâncias entre-eixos de 2,60 m a 3 m , além de incluir a possibilidade do uso de tecnologias híbridas do tipo leve ( 48V ), plena (mesmo sistema de um Toyota Corolla Hybrid , por exemplo). Entretanto, não é prevista nenhuma configuração elétrica ou híbrida plug-in

O Kardian se encaixa próximo às bases de ambas medidas. O comprimento é de 4,12 m e o entre-eixos tem 2,60 m . Embora se encaixe no perfil de vários rivais, o posicionamento de mercado ficará em uma faixa mais parecida com a do Fiat Pulse (4,10 m e 2,53 m) e do Volkswagen Nivus (4,26 m e 2,56 m), com clara vantagem para o Renault em entre-eixos. 

É importante ressaltar que o VW tem preços entre R$ 130.890 e R$ 147.890 , valores iniciais das versões Comfortline e Highline, respectivamente. Por sua vez, o Fiat Pulse Impetus, o mais caro, começa em R$ 133.490 . Claro que os preços oficiais não serão revelados agora, no entanto, esperar que o Kardian mais caro chegue próximo da casa dos R$ 140 mil ou R$ 150 mil é uma projeção possível . 

Há um outro elemento de ligação do trio: o uso de motor 1.0 turbo de três cilindros e injeção direta . No caso do novo Renault, o propulsor é uma versão reduzida do 1.3 turbo TCe de quatro cilindros do Duster e Oroch , aquele projetado em parceria com a Mercedes-Benz. O tricilíndrico rende 125 cv, potência divulgada com etanol – ainda não foi falado o número com gasolina – e 22,4 kgfm de torque de 2.000 a 4.000 rpm, sendo que cerca de 90% da força está disponível abaixo dos 1.000 rpm. No geral, são números próximos aos 128/116 cv do Nivus e 130/125 cv do Pulse, mas com a vantagem de ter 2 kgfm do que os 20,4 kgfm dos concorrentes. 

Segundo o  Autos Segredos, o Kardian também terá opção 1.6 aspirada , propulsor que já é usado em outros Renault há muito tempo. Não se sabe a potência e o torque final, mas o SCe atual rende 118/115 cv e 15,9 kgfm . É justamente essa motorização que pode o aproximar mais do Pulse, que tem motor 1.3 aspirado nas opções mais em conta, cobrindo a faixa dos R$ 110 mil a R$ 115 mil . Até nas opções de câmbio eles são parecidos: manual ou CVT. Por enquanto, apenas o 1.0 turbo foi divulgado. 

O conjunto mecânico também se destaca por ter câmbio automático de dupla embreagem e seis marchas , caixa com embreagens banhadas a óleo . O fato delas serem úmidas ajuda a afastá-la da má fama das do tipo “secas”, famosas por falhas e ruídos, especialmente o Powershift . A transmissão também chama atenção por usar seletor eletrônico do câmbio , uma pequena aleta que não tem uma conexão mecânica. A particularidade permite liberar um bom espaço para porta-objetos, porta-copos e bandeja de recarga sem fio do celular. Se você quiser fazer trocas manuais, as aletas no volante estão lá.

Sinceramente? Deixar os câmbios automáticos de dupla embreagem trabalharem livres deve ser a melhor opção. Esse tipo de transmissão evita as interrupções durante as passagens, um truque que é possível graças ao funcionamento independente das embreagens. Uma delas controla as marchas ímpares, deixando para a outra as marchas pares. Com isso, as trocas se alternam sem interromper a força. 

Sei que tudo isso é uma projeção, mas se o Kardian ficar na faixa dos 1.200 kg, a relação peso potência não deve se afastar tanto dos 9,5 kg/cv, o que fica não muito longe dos Fiat e VW. O que vai ajudá-lo é a relação mais favorável de torque e peso, além da rapidez desse tipo de transmissão. O Pulse tem caixa CVT e o Nivus, por sua vez, aposta no câmbio automático de seis marchas. Apostamos que a aceleração de zero a 100 km/h será abaixo dos 10 segundos . 

Voltando ao capítulo medidas, a largura é de 1,77 m (2,02 m com os retrovisores) e a altura varia entre 1,54 m (sem as barras de teto) e 1,59 m (com as barras). 

porta-malas oferece 410 litros , mas é necessário parar um pouco antes de comparar aos 380 l do Pulse, pois o Fiat está mais próximo dos 300 l do Argo, carro que lhe deu origem. A diferença entre o SUV e o hatch é atribuída à mudança no padrão de medição. Antes eram usados bloquinhos (VDA), método que deu lugar ao padrão líquido, mais generoso e mais afastado da capacidade real de acomodação de objetos. Como teve a seção traseira bem alterada em relação ao Polo, o Nivus leva 415 l – o hatch comporta 300 l. Para ajudar na hora de expandir o espaço de maneira mais prática, o banco traseiro do Renault é bipartido 60/40.

Por dentro, o painel tem linhas parecidas com as da gama Dacia europeia, como também os veículos vendidos no Brasil, em pontos como saídas de ar, comandos do ar-condicionado digital , entre outros. Mas há elementos bem diferentes, exemplo do painel digital de 7 polegadas que pode ser configurado com oito cores de fundo, combinando com os diferentes tons de iluminação dos LEDs das portas. A tela do quadro de instrumentos é do mesmo tamanho da usada pelo Pulse, mas perde para a de 10,25″ do Nivus. Afora isso, ambos concorrentes têm centrais de 10,1″.

Há enxertos de couro sintético nos painéis e nos apoios de braço das portas, todos com costuras aparentes. Acabamentos macios terminam por aí, nada que fuja da regra dos compactos nacionais. O freio de mão eletrônico tem auto hold (segura a pressão nos freios em paradas e libera ao tocar no acelerador) e deve ser de série apenas nos Kardians mais caros .

A conectividade é reforçada pela central multimídia de oito polegadas , pelas quatro entradas USB (duas à frente, incluindo uma do tipo USB A, e duas atrás) e conectividade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay . A tela pode ser combinada aos tons de ambientação da cabine e do sistema Multi-Sense. Ele permite escolher o comportamento e o ambiente de bordo de acordo com a vontade do condutor e dos três modos de condução : Eco, Sport e MySense, sendo o último configurável. 

A ergonomia para o motorista é garantida com a ajuda do volante ajustável em altura e distância – sem abrir mão do prático controle do som na coluna – e dos bancos envolventes. Os revestimentos podem vir no degradê de laranja da Premier Edition ou em outros tons e padrões – foram exibidas opções associadas ao nome de versões diferentes, exemplos de Evolution, Techno e Iconic. 

Atrás, o espaço é bom até para passageiros altos. Mesmo sendo corpulento e com altura de 1,84 m, minha cabeça ainda ficou longe do teto, enquanto as pernas não encostam muito nos bancos da frente. A largura pode levar três pessoas mais baixas, uma vez que ainda há um túnel central. O console poderia ter incorporado saídas de ar traseiras.

Um ponto o afasta muito dos rivais: a segurança . Os seus concorrentes não oferecem suítes completas de salvaguardas. Exemplo: nas versões equivalentes ao Kardian mais completo, o Pulse tem frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa e comutação automática de farol alto, mas traz apenas quatro airbags. Já o Nivus aumenta o número de airbags para seis e conta com controle de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma.

Só que o Kardian traz os seis airbags , os mesmos controles de cruzeiro adaptativo , frenagem automática , e adiciona sensores de ponto-cego (funcionam entre 30 e 140 km/h), câmera 360 graus e alerta de distância segura (é medido em segundos e suas frações), um pacote mais global.

Serão cinco opções de cores: branco Glacier , cinza Etoile , cinza Cassiopée , preto Nacré e a inédita cor laranja Energie.

Parte do plano estratégico Renaulution , o Kardian representa, de fato, uma nova fase da Renault . A marca pretende reforçar mais a sua presença no mercado e, para tal, também produzirá no país outros derivados da mesma plataforma.

FONTE IG

 

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