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Para ambientalistas, terminal provocará impactos irrecuperáveis na bacia do Rio Brumado, vindo a causar insuficiência hídrica e riscos de contaminação das águas por minério

Nota de resposta sobre a reunião pública promovida pela J. Mendes sobre a instalação do terminal de ferroviário em Entre Rios de Minas, realizada no dia 21/10. *”Em respeito aos anos de existência deste Jornal, a bem da verdade, não podemos deixar de questionar a matéria intitulada “Cidade discute desafios e impactos do terminal rodoviário que vai gerar mais de R$ 9 milhões na economia ao ano (Na verdade, terminal ferroviário) .

De fato é a 3ª reunião que a JM (J.Mendes) promove em Entre Rios de Minas para apresentar o seu projeto de instalação do Terminal para carregamento de minério, muitas vezes erroneamente denominado de Porto Seco e agora Terminal Ferroviário. Como também é verdade que o tema despertou na cidade interesse pela sua discussão, até porque, a forma desrespeitosa como ele originalmente surgiu, pegou a todos nós de surpresa. É bom que saibam que os representantes da empresa, ignoraram a existência do Plano Diretor em vigor, pelo simples fato de terem a maneira deles, identificado uma região propícia a produção mais abundante de água para as futuras captações pretendidas para o empreendimento e adentraram demarcando as propriedades rurais na região da Barrinha, sem sequer comunicarem aos seus proprietários. Isto gerou a revolta de dezenas de proprietários e despertou nas poucas lideranças populares existentes no município e ambientalistas a preocupação com a região pretendida pela JM, uma vez que esta é uma área sensível e classificada como de especial interesse ambiental. Exatamente por manter o mínimo de cuidados ambientais preservacionistas e de práticas agriculturáveis sustentáveis, a região contribui enormemente para a melhoria da qualidade da água que abastece a zona urbana do município que é captada pela COPASA no Rio Brumado. Portanto, não se trata aqui de sermos contra a instalação do terminal em Entre Rios de Minas, apesar dos transtornos que este acarreta. Haja vista para quem conhece Joaquim Murtinho, Bação em Itabirito e outros, o sofrimento cotidiano dos moradores com ruídos, poeira e escassez da água. Por isto somos inteiramente contrários ao local “aleatoriamente” escolhido e que certamente provocará impactos negativos e irrecuperáveis na micro bacia do alto Rio Brumado, vindo a causar insuficiência hídrica e riscos de contaminação das águas por minério.

Instalar este Terminal em local adequado como aponta consecutivamente 2 estudos do Plano Diretor, tem o nosso apoio, consagrando assim a possibilidade anunciada dos 85 empregos diretos quando em funcionamento e os 200 temporários na implantação, bem como o objetivo de reduzir da distância do tráfego intenso de caminhões, proporcionar a geração de renda e impostos para o município. Respeitamos a posição dos integrantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem), expressa na referida reunião do dia 24/10 contra o empreendimento, pois bem sabemos que esta faixa da população é a que mais sofre com os impactos causados e menos chance tem de alcançarem os empregos oferecidos, como também comungamos com a preocupação expressa por alguns em relação às precárias condições de trafegabilidade da MG-271 e do trecho da MG-383 até a 040 devido ao excesso de cargas transitando por estas, assim como nos solidarizamos com a expectativa dos estudantes do Curso Técnico de Logística em conseguirem o seu 1º emprego.

Portanto, não procede a informação que a Empresa JM descreveu na apresentação do empreendimento, “tendo acatado as sugestões da comunidade local e feito adequações ao projeto para a região da Barrinha”, uma vez que todos nós e boa parte da população vemos como importante para o município a implantação do Terminal Ferroviário pelo que ele poderá impulsionar na economia, mas discordamos da localização ainda pretendida pela JM. Por isto continuamos exigindo a realização do EIA-RIMA, uma vez que a Região da Barrinha não é considerada adequada a este tipo de empreendimento segundo as diretrizes do Planos Diretor Participativo (PDP), tecnicamente estudado e corroborado recentemente na sua revisão 10 anos após, da mesma forma que o PDP manteve o indicativo da área apropriada para empreendimentos industriais, onde entendemos ser a mais adequada para se instalar o Terminal Ferroviário.

Assim sendo, não podemos deixar de registrar aqui, que ao contrário do que disse a matéria deste Jornal, a esmagadora maioria das pessoas presentes no Auditório da Câmara e imediações deste, não eram de populares e lideranças de Entre Rios de Minas e sim dos funcionários e terceirizados prestadores de serviço para a JM, muitos ainda uniformizados por que foram intimados a comparecerem após o trabalho, assim como alguns empreendedores bem sucedidos em Desterro de Entre Rios, mas que sequer são nascidos ou mesmo antes residentes lá. Mais parecia um evento de Confraternização da Empresa para os seus. Razão pela qual embora inscritos, abdicamos de apresentar a nossa opinião e considerações ao projeto para uma plateia formada por pessoas dependentes da JM e portanto submissas às suas posições. Daí fica explicado porque a “reunião foi marcada pelas opiniões e depoimentos amplamente favoráveis ao terminal”. Na verdade, só elogios deles para eles. Não foram as nossas opiniões e nem dos por nós representados.

 Representantes da ONG ECOPPAZ (Ecologia pela Paz) e da AMPAG (Associação Mineira de Produção Agroecológica)

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