1 de maio de 2024 16:57

Medo e apreensão em barragem: Vale nega ‘risco iminente’ em Mariana e não vê necessidade de remover famílias

A Vale garante que “não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril” na Mina de Fábrica Nova, em Mariana, na região Central de Minas Gerais, que teve estruturas interditadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM). O órgão federal alegou falta de comprovação de instabilidade das estruturas para adotar a ação.

No posicionamento divulgado nesta segunda-feira (13 de setembro), a mineradora também afirmou que não vê “necessidade da remoção das famílias”. O Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) da mina indica que 295 pessoas estariam na Zona de Autossalvamento (ZAS) e poderiam ser removidas de casa.

Técnicos da ANM e da Defesa Civil realizaram uma vistoria nesta segunda-feira, para verificar as condições da estrutura e avaliar se será necessário evacuar o distrito.

A Vale acrescentou que a pilha de estéril “é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação”. Também disse que o dique, que estaria ameaçado em caso de rompimento, “é de pequeno porte e tem declaração de condição de estabilidade positiva”. “A Vale reitera que a segurança é um valor inegociável e que cumpre todas as obrigações legais. A Vale continuará colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas”, completou a nota.

Mina de Fábrica Nova em Mariana — Foto: Fred Magno

Detalhes sobre pilha estéril

Pilhas de estéril são estruturas compostas por materiais que não têm “aproveitamento industrial”, em meio ao processo de extração do minério, explica o professor Carlos Martinez, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esse material é separado a seco, com pouca umidade.

O professor compara, visualmente, o processo a uma pirâmide ou a uma montanha. “Você cria montanhas com o material retraído da extração do minério de ferro. Esse material, que tem baixa concentração de ferro e outros minerais, é jogado ou em uma barragem de rejeito, ou em uma pilha de estéril, que é como uma montanha”, explica.

O urbanista Marcus Polignano acrescenta: “Essas pilhas são acúmulos, são montanhas. Você vai fazendo o empilhamento desse material. Isso é praticamente mantido por terraplanagem. Não tem nenhum tipo de contenção. É uma estrutura por si só delicada”.

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