O IBAMA promoveu na noite desta quinta-feira (7), no Ginásio Poliesportivo Municipal Vereador Francisco João de Souza, uma audiência pública para apresentar, dirimir dúvidas e colher críticas e sugestões relativas ao Relatório de Impacto Ambiental (Rima) referente à Usina Termelétrica (UTE) prevista para ser instalada Queluzito (MG). O empreendimento é da CEMIG Geração e Transmissão S. A. O grau de interesse da comunidade podia ser mensurado pela ampla participação populares e de lideranças, muitos de olho no potencial de negócios e suas repercussões na economia regional.
As apresentações das CEMIG, IBAMA e da ARVUT, empresa responsável pela elaboração do relatório de impacto ambiental, discorreram por mais de 3 horas sobre a UTE Queluzito e seu o licenciamento prévio, primeira fase do empreendimento. Foram apresentados os estudos da usina que vai gerar energia elétrica a partir do gás natural e terá capacidade de até 630 MW, capaz de atender mais de 2,5 milhões de residências. A energia gerada será transportada até o sistema interligado nacional por meio de linha de transmissão de 8 km ainda ser construída.
A usina será erguida há 3 km do centro de Queluzito, em uma área de 25 hectares na comunidade rural de Campo Belo, onde está instalado o gasoduto Gasbel II que liga Volta Redonda (RJ) e Queluzito (MG), alimentando usinas termelétricas na região metropolitana de Belo Horizonte e em Juiz de Fora.
O valor do investimento da CEMIG gira em torno de R$ 2 bi com previsão de início das obras entre 2024 e 2025 e término em até 4 anos para a operação da usina. No pico da obra, na fase de instalação, serão gerados perto de 1,1 mil empregos diretos e indiretos. Em operação, será 70 postos de trabalhos.
Impactos
Os estudos apresentados para análise do IBAMA preveem minimizar os impactos do empreendimento no campo ambiental e sócio-econômico, permitindo quer a usina seja implantada e operada com a menor interferência possível no meio ambiente e na comunidade local e outras impactadas como Conselheiro Lafaiete.
O local escolhido para implantação da UTE situa-se na malha do gasoduto, tem disponibilidade hídrica e facilidade de escoamento de energia pelo sistema, fatores preponderantes na escolha de Queluzito para receber o empreendimento que situa-se na bacia do Rio Paraopeba cujo uso das águas não afetará, segundo os estudos, sua vazão, dentro do padrões estabelecidos pelos órgãos ambientais.
A comunidade questionou sobre programas de impactos ao meio ambiente, como qualidade do ar, poluição sonora em dos cursos d’água. O prefeito Danilo Albuquerque exaltou a chegada da usina e seu desdobramento na cadeia produtiva, como na geração de emprego, renda e tributos (ISS e ICMS), mas considerou sua preocupação com a instalação de alojamentos para evitar sobrecarga dos serviços públicos. Ele cobrou um cronograma detalhado da obra e maior diálogo com o empreendedor para antecipar e minimizar impactos negativos na comunidade. Quase 60% da população de Queluzito vive na zona rural e a principal preocupação é a qualificação da mão de obra local como abertura de novos negócios.
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Em meio ao otimismo e as incertezas do futuro da cidade, os impactos no modo de vida e nas relação comerciais e humanas, com chegada de fluxo migratórios, aumento da especulação imobiliária, etc, os desdobramentos do empreendimento mudará o curso da história da cidade e será um divisor de águas para uma cidade de pouco mais de 1,7 mil moradores.
Sem dúvida, a prefeitura vai aumentar consideravelmente seu poder de investimentos e Queluzito será uma das cidades mais abastadas de Minas. O prefeito Danilo não quis projetar uma média de arrecadação com a usina em funcionamento, mas o ex-gestor, Célio Pereira, cujo empreendimento ganhou um impulso maior em sua administração, calculou uma receita mensal de mais de R$1,5 milhão. Segundo ele, na implantação, em um perído de 4 anos, a prefeitura pode arrecadar mais de R$ 40 milhões com ISS e outros tributos.
Ao ser questionada sobre o tráfego de carretas no centro de Queluzito, a Cemig informou que irá construir uma alça para chegar a usina. “Queluzito não mais será a mesma e vamos perder aquele clima e charme da tranquilidade tão característico de nossa cidade”, ressaltou uma cidadã na plateia da audiência a nossa reportagem de forma informal, citando que o desernvolvimento econômico acarreta impactos nocivos.