A oação vai contar com helicópeteros, blitzes, monitoramento de redes sociais e rastreamento de placas
A Polícia Militar de Minas Gerais iniciou, nesta quarta-feira (27) uma megaoperação que promete combater os “rolezinhos do grau” com toda a força do estado durante o revéillon. A ação criminosa perturbou o Natal de diversas cidades ao redor do Brasil e preocupa as autoridades nesse Ano Novo.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27), o coronel Flávio Godinho, diretor de operações da PM, revelou detalhes da megaoperação que visa combater a direção perigosa e a perturbação do sossego em Minas, respondendo aos incidentes ocorridos no feriado natalino.
O serviço de atendimento do 190 recebeu cerca de 12 mil ligações em apenas seis horas, na madrugada de 25 de dezembro. Desde então, a PMMG já realizou mais de 1,5 mil apreensões de motos e conduziu cem pessoas para a delegacia.
A PM vai aumentar a frota policial em comparação com o Natal, inclusive com a utilização de helicópteros e a realização de blitzes em todas as regiões de BH.
“Essas pessoas (motociclistas) estão se reunindo para cometer diversos crimes em Minas Gerais. Por isso, a Polícia Militar estará, de forma firme, ocupando todos os locais para anteceder essa modalidade criminosa e fazer a prisão dessas pessoas”, disse o coronel Flávio Godinho.
O diretor da PM anunciou que vai aumentar o número de viaturas motocicletas em circulação na cidade para combater o “rolezinho” durante o réveillon.
“O efetivo da Polícia Militar será enorme para ocupar os locais. Então, vai ter operações em torno de aglomerados, nas vias e nos grandes locais de deslocamento de pessoas”, disse.
O trabalho dentro dos aglomerados é feito através do GEPAR (Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco), da PMMG.
O coronel ressaltou que a operação vai diferenciar motociclistas comuns dos criminosos.
“Essa não é uma operação para sair prendendo qualquer pessoa de moto, porque nós sabemos que muitas pessoas utilizam o veículo para trabalhar ou fazer o deslocamento na virada do ano”, destacou o coronel.
Inteligência
O serviço de inteligência da operação também incluiu o monitoramento das redes sociais, que são geralmente o meio utilizado pelos motociclistas para organizar o movimento.
De acordo com a PM, algumas pessoas “embarcam no rolezinho” na ingenuidade, convencidas de que se trata de um encontro casual de motociclistas agendado pela internet.
O objetivo da operação do Ano Novo é identificar os líderes do movimento através das redes sociais para coibir a ação criminosa.
“A gente pede a população de bem, que tem a sua motocicleta, que utiliza a moto no dia a dia para trabalhar: não se iludam com a proposta de se juntar a esses criminosos, achando que está indo para um passeio, que o barulho da moto é interessante, que aquilo é uma resposta a alguma ação”, disse o Coronel.
O coronel lembra que alguns vídeos, registrados durante o Natal, mostram motociclistas efetuando disparos com arma de fogo contra a força policial e colocando a vida de outras pessoas em risco.
“Aquilo é cometimento de crime, essas pessoas tem que ser presas. Isso tem que ser rechaçado com toda a força, com todo o braço forte do Estado”, acrescentou.
O serviço de Inteligência também inclui a identificação e o monitoramento das placas das motos utilizadas durante a ação criminosa.
“Posteriormente, a Polícia Civil, o Ministério Público e outros órgãos que fazem parte da Força Tarefa, irão adotar o que a lei prevê para que essas pessoas sejam punidas e chamadas para esclarecer qualquer ato criminoso”, explicou o coronel.
Bala de borracha
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial usando bala de borracha contra um motociclista que estava participando do “rolezinho de Natal”, em Ibirité (MG).
‘Rolezinho do grau': veja o momento em que PM atira bala de borracha em motociclista –https://t.co/5z9pMlP22C#Itatiaia https://t.co/5z9pMlP22C
— Itatiaia (@itatiaia) December 26, 2023
O Coronel Flávio Godinho confirmou que a PM pode voltar a adotar a prática de menor potencial ofensivo, caso necessário.
De acordo com a PM, muitas vezes as próprias motocicletas são usadas como uma “arma” contra as forças policiais.
“Quando essas pessoas utilizarem as motocicletas contra a vida do policial, ele vai utilizar todo treinamento e equipamento que dispõe para proteger tanto a vida dele, como das pessoas que utilizam a via”, disse o coronel da PM.
A ação pode incluir o uso de bala de borracha, disparo de choque elétrico e gás lacrimogêneo para prevenir um ataque letal.
FONTE ITATIAIA