3 de maio de 2024 03:53

Polícia Civil investiga morte de paciente que teve respirador desligado em hospital de MG

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte de um paciente que estava internado na Santa Casa de São Sebastião do Paraíso (MG). A ocorrência foi registrada pelo hospital e a suspeita é que um funcionário tenha desligado o respirador do homem que tinha diagnóstico de morte cerebral.

O caso teria acontecido no dia 8 de março. O paciente de 81 anos estava na ala de emergência do hospital após um acidente vascular cerebral (AVC) e os aparelhos foram desligados sem autorização da família.

Santa Casa de São Sebastião do Paraíso (MG) — Foto: Reprodução/EPTV
Santa Casa de São Sebastião do Paraíso (MG) — Foto: Reprodução/EPTV

O diretor técnico do hospital foi quem registrou a ocorrência após ser procurado por dois médicos relatando que um funcionário do hospital teria desligado um respirador que mantinha o funcionamento dos órgãos do paciente diagnosticado com morte cerebral. Sem o aparelho, ele teve uma parada cardíaca.

O boletim de ocorrência também afirma que o funcionário não é médico e que o caso foi repassado à autoridade para que fossem tomadas as medidas necessárias.

A Santa Casa de São Sebastião do Paraíso informou que assim que tomou conhecimento dos fatos e instaurou procedimento interno para apuração. Disse também que o procedimento está próximo de ser concluído e será destinado ao delegado de polícia seccional, ao Ministério Público e ao município, gestor da saúde local. Após o esclarecimento dos fatos, a Santa Casa irá se pronunciar.

A Polícia Civil já começou a apurar o caso. Segundo o delegado Tiago Bordini, as investigações estão em fase inicial a fim de recolher e analisar os documentos médicos. O próximo passo será ouvir as partes envolvidas.

“Os atos normativos do Conselho Federal de Medicina permitem ao médico que retire o suporte médico de pacientes com o procedimento protocolo de morte encefálica já cumprido. Essa permissão, se fosse o caso, se for o caso, ela deveria ter sido cumprida por um médico”, afirmou.

“Nós estamos trabalhando ainda para esclarecimento da verdade, esclarecimento do que realmente aconteceu, para depois tratarmos do aspecto jurídico, definirmos a capitulação jurídica, se houve realmente crime, se não houve um crime. Então, a Polícia Civil é focada no momento e na apuração dos fatos, do que realmente aconteceu”.

Sobre os possíveis crimes, a Polícia Civil reforça que só poderão ser elencados após andamento nas investigações.

“A gente não tem condições de supostamente indicar alguns crimes em razão de não saber exatamente ainda todos os detalhes que aconteceram. Obviamente, o primeiro crime que passa pela cabeça do senso comum seria um homicídio, a eutanásia. O que, pelos elementos colhidos até então, não está totalmente descartado, claro, mas a gente está tratando isso descartando, em princípio, essa hipótese. O que restaria, provavelmente, seria um exercício irregular de medicina, talvez”, completou o delegado.

FONTE G1

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