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Chevrolet foi à TV pedir que não comprassem o novo Corsa: Sua mensagem foi bem clara: ‘Não se precipite, ajude-nos a manter o preço justo’

Competindo com Volkswagen Gol, Fiat Uno, e Ford Escort, o Corsa permaneceu em linha até 2012, com mais de 3 milhões de unidades produzidas!

Imagine a cena: você está assistindo ao Jornal Nacional e, de repente, um anúncio da Chevrolet surge com um pedido incomum – Não compre o novo Corsa. Isso aconteceu em março de 1994, quando André Beer, então vice-presidente da General Motors do Brasil, fez um apelo nacional pela moderação na compra do hatch lançado no mesmo ano. Sua mensagem era clara: “Não se precipite, ajude-nos a manter justo o preço do Corsa”. Nesse contexto, “preço justo” significava aderir ao valor estabelecido pelo programa do carro popular do governo, cerca de R$ 7.500, equivalente a R$ 94.625 em valores atuais.

A demanda explosiva pelo Corsa Wind 1.0: clientes pagavam até 50% de ágio para ter um desses na garagem

Lançado em janeiro de 1994, o Corsa Wind 1.0 só chegou às concessionárias em fevereiro, e a demanda superou todas as expectativas. O sucesso foi tão avassalador que clientes estavam dispostos a pagar até 50% de ágio para ter um desses na garagem imediatamente. A justificativa oficial para a produção limitada era um suposto gargalo na linha de pintura da fábrica da Chevrolet em São José dos Campos, São Paulo. Porém, a realidade era outra. Os responsáveis pela linha de produção, céticos quanto ao potencial sucesso do Corsa, não aumentaram os pedidos de componentes necessários para a montagem, levando a um descompasso dramático entre oferta e procura.

Percebendo o erro, um comitê de crise foi formado. A sugestão emergencial foi colocar André Beer, uma figura carismática, na televisão, pedindo paciência aos consumidores ansiosos. Apesar disso, as revendas continuavam abarrotadas no dia seguinte ao anúncio. Uma medida mais eficaz foi tomada: a transferência das linhas de produção dos modelos Kadett e Ipanema para a unidade da Chevrolet de São Caetano do Sul, liberando espaço para aumentar a produção do Corsa em São José dos Campos. Esta solução, no entanto, só se concretizou em novembro daquele ano.

Chevrolet Corsa vs. Volkswagen Gol 1000, Fiat Uno Mille, e Ford Escort Hobby: Uma batalha de gigantes

Não existem números específicos sobre o Chevrolet Corsa Wind, mas os dados da General Motors são impressionantes: em novembro de 1994, foram produzidas 9.201 unidades das versões 1.0 e 1.4. O carro se tornou um verdadeiro fenômeno, com 60 mil unidades vendidas no ano de lançamento e 150 mil no ano seguinte. O Corsa não era apenas mais um carro no mercado; ele revolucionou o conceito de design automotivo naquela época, competindo com modelos da Volkswagen, Fiat e Ford.

Colocando o Corsa lado a lado com seus concorrentes da época, como o Gol, Fiat Uno e Escort, fica claro o porquê de sua popularidade. Sob a batuta de Hideo Kodama, chefe de design da Opel, o Corsa inspirado pelo Peugeot 205, se destacava por suas linhas curvas, desenhadas para serem não apenas vistas, mas desejadas. Além disso, o mais novo queridinho dos brasileiros, contava com inovações como a injeção monoponto AC Rochester e um acabamento de qualidade superior, ele se diferenciava dos concorrentes, oferecendo um conforto de rodagem até então impensável para um carro popular.

O Chevrolet Corsa não apenas atendeu, mas superou as expectativas dos consumidores, oferecendo uma combinação única de estética, desempenho e conforto. Essa diferenciação foi crucial para estabelecer a Chevrolet como uma líder inovadora no mercado automotivo.

Chevrolet Corsa e seu impacto de mais de duas décadas: Um fenômeno de vendas com mais de 3 milhões de unidades produzidas

No Brasil, o Corsa se expandiu, gerando uma família de veículos que incluía sedã, perua, picape e a minivan Meriva. Ele permaneceu em linha até 2012, com mais de 3 milhões de unidades produzidas e duas gerações marcantes. André Beer, o visionário por trás desse sucesso, faleceu em 2019, deixando um legado inestimável no mundo automotivo.

Mesmo após sair de linha em 2012, o Corsa continua a ser um ícone. A Chevrolet conseguiu criar um carro que não era apenas um meio de transporte, mas uma parte integral da vida dos seus proprietários. Seu impacto no design automotivo e na cultura popular permanece evidente. O legado do Corsa, amplificado pela visão de André Beer e sua equipe, continua a influenciar o desenvolvimento de novos modelos e estratégias de mercado.

FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS

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