Em um movimento que pegou muitos de surpresa, a Volkswagen lançou a linha 2025 do Polo Track no mercado argentino, gerando um misto de curiosidade e polêmica.
Enquanto no Brasil o modelo mantém suas especificações mais básicas, nossos vizinhos do sul receberam algumas novidades que deixaram os entusiastas do automóvel com sentimentos mistos. Qual será o impacto dessa decisão da Volkswagen no mercado brasileiro e argentino?
A principal novidade no Polo Track 2025 argentino é a central multimídia VW Play. Este item, que no Brasil é oferecido como opcional por R$ 1.590, vem de série no modelo argentino e inclui uma tela maior de 10 polegadas, além de duas luzes de leitura no banco dianteiro.
Em contrapartida, no mercado brasileiro, apenas a edição especial Rock in Rio oferece essa tela maior como padrão. Essa atualização tecnológica promete melhorar a experiência do usuário, mas será que é suficiente para justificar a diferença de preço?
Motor 1.6 MSI: permitido na Argentina, proibido no Brasil
Uma das diferenças mais notáveis entre o Polo Track brasileiro e o argentino está sob o capô. O modelo lançado na Argentina vem equipado com o motor 1.6 16V MSI de quatro cilindros aspirado, que entrega 110 cv de potência e 15,7 kgfm de torque.
Este motor, que roda exclusivamente com gasolina na Argentina, foi proibido no Brasil devido às rígidas regras de emissões. Em comparação, o Polo Track brasileiro é equipado com um motor 1.0 três cilindros aspirado flex, que atinge 84 cv e 10,3 kgfm com etanol. Ambos os modelos possuem câmbio manual de 5 marchas, mas a diferença de potência é significativa.
Reclamações e expectativas dos consumidores
De acordo com o site Motor1 Argentina, os consumidores não ficaram totalmente satisfeitos com as poucas mudanças introduzidas. A frustração se reflete em comentários como: “Não queríamos uma nova tela. Queríamos a nova configuração ‘Robust’ do Polo Track, que é fabricado e vendido no Brasil para uso em estradas rurais”.
A versão Robust, com sua suspensão elevada e interior mais simples, seria uma opção interessante para as muitas estradas de cascalho e chão batido da Argentina.
Característica | Polo Track Brasil | Polo Track Argentina |
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Motor | 1.0 três cilindros aspirado flex | 1.6 16V MSI de quatro cilindros aspirado |
Potência | 84 cv (com etanol) | 110 cv |
Torque | 10,3 kgfm (com etanol) | 15,7 kgfm |
Combustível | Flex (gasolina e etanol) | Gasolina |
Central Multimídia | Opcional (R$ 1.590), tela menor | De série, tela de 10 polegadas |
Itens de Série | Rádio com Bluetooth, luzes de leitura adicionais | Tela maior de 10″, luzes de leitura |
Câmbio | Manual de 5 marchas | Manual de 5 marchas |
Preço | N/A (não especificado) | 24.367.850 pesos argentinos (R$ 149,7 mil) |
Versão Especial | Rock in Rio (tela maior de série) | N/A |
Regulamentações Ambientais | Atende normas brasileiras de emissões | Não aplicável (motor mais potente permitido) |
Comparação de preços: Polo Track versus Toyota Corolla
A maior polêmica, no entanto, reside no preço do Polo Track 2025 na Argentina. Com um valor anunciado de 24.367.850 pesos argentinos (R$ 149,7 mil), o modelo se posiciona em uma faixa de preço muito próxima ao Toyota Corolla XLi 2.0 CVT, a versão de entrada do sedã na Argentina, que custa 26.952.000 pesos (R$ 163,6 mil).
O Corolla oferece mais espaço, itens de série, equipamentos de segurança e performance, o que coloca o Polo Track em uma posição difícil no mercado.
Perspectivas para o futuro
A introdução da central multimídia VW Play e a manutenção do motor 1.6 MSI na Argentina levantam questões importantes sobre as estratégias da Volkswagen para diferentes mercados.
Conforme o site Motor1, a decisão de manter o motor mais potente na Argentina, apesar das proibições ambientais no Brasil, reflete as diferentes prioridades e regulamentações de cada país.
A discrepância de preços e especificações entre os dois países pode influenciar futuras decisões de compra dos consumidores, bem como a percepção da marca Volkswagen em cada mercado. Será que a introdução dessas mudanças tecnológicas e de motorização será suficiente para manter a competitividade do Polo Track na Argentina?
FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS