No contrafluxo das praias, busca por atividades esportivas de cunho ecológico têm crescido na última década entre os turistas pelo País
A cada final de semana ensolarado, feriado prolongado ou período de férias, é comum que muitos mineiros e turistas de diversas regiões do Brasil optem por deixar destinos agitados em busca da tranquilidade e calmaria do interior de Minas Gerais por meio do ecoturismo.
Nos últimos dez anos, atividades como o ecoturismo se consolidaram em várias cidades do Estado, promovendo um turismo por trilhas que valorizam e preservam tanto a ecologia nativa quanto o patrimônio cultural de inúmeras comunidades, do Norte ao Sul de Minas.
Para estimular o ecoturismo no Estado, em Serra das Araras, na Zona da Mata, a gestão das trilhas situadas no distrito articula a possibilidade de que as rotas locais, ganhem, em breve, sinalizações que sigam a padronização proposta pela Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, conforme explica o presidente do Instituto Rosáceas, Almir Paraca.
“Estamos tendo um cuidado muito grande na organização das comunidades para implantar realmente um turismo de base comunitária a altura ou digno desse nome que é o Sertão Veredas. Ainda não sinalizamos a rota, então só é possível fazer o percurso com guias turísticos”, adianta o presidente da entidade.
Segundo ele, a própria instituição e a comunidade mantém diálogo para viabilizar um interesse comunitário para a hospitalidade dos turistas que, segundo ele, é um fator necessário para que a cidade possa receber mais pessoas que desejam explorar as culturas da cidade e distritos do entorno. “Nesse aspecto de ser uma rota permanente e aberta estamos nos empenhando para dar o passo. No entanto, temos feito, de fato, um evento anual que é o Caminho do Sertão, quando é lançado um edital onde fazemos a seleção dos caminhantes”, explica Paraca.
“É um processo bem legal e tem um coletivo de ex-caminhantes que cuida e gerencia o caminho. Então, até aqui vem sendo feito assim e episodicamente um outro grupo que procura, muito interessado, grupos menores, e realizamos um prepara com um atendimento mais customizado, como é feito para grupos de idosos, escolas, ou grupos de teatro, como já vieram aqui pesquisadores da obra de Guimarães Rosa”, elenca o presidente do Instituto Rosáceas.
Conheça rotas para a prática do ecoturismo em Minas Gerais
Em Minas, uma das rotas mais conhecidas é o Caminho Saint Hilaire que tem 192 km de extensão, com duração estimada de nove dias. O percurso de quem opta traçar durante todos esses dias é formado por um corredor natural, histórico, religioso, cultural, gastronômico e medicinal de povos tradicionais.
Em uma das mais belas regiões da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço Meridional, o caminho conecta 11 comunidades e três cidades históricas do Estado: Diamantina, Serro e Conceição do Mato Dentro. O caminho proporciona cachoeiras, grutas, observação astronômica, da flora, experiências rurais e terapias integrativas.
O Ministério do Turismo, recentemente destacou no Boletim de Inteligência de Mercado no Turismo algumas das principais trilhas mineiras, adequadas para caminhadas guiadas, pedaladas e outras para rotas de mais adrenalina e desportivas, ideais para os amantes de motocross.
Confira a lista das melhores trilhas de ecoturismo de Minas Gerais:
Caminho do Sertão
Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Brasília – Juscelino Kubistchek a 245 km
Distância da trilha: 192 km
Duração do percurso: Sete dias
Bioma: Cerrado
Dificuldade da trilha: Moderado
Altitude máxima: 868 metros
Altimetria positiva: 1.083 metros
Altimetria negativa: 678 metros
Municípios abrangidos: Distrito de Sagarana (Arinos), Riachinho e Chapada Gaúcha, ao Noroeste do Estado.
Como chegar?
O “Caminho do Sertão” oferece uma experiência eco literária no universo do escritor mineiro João Guimarães Rosa, passando pelos Vales dos rios Urucuia, Pardo e Carinhanha. Durante os sete dias de caminhada, os participantes têm a oportunidade de se conectar com a terra, a geografia, a flora, a fauna e a cultura do Sertão.
O percurso começa no Parque Estadual de Sagarana, em Sagarana, e se estende até o Parque Estadual Grande Sertão Veredas, destacando aspectos históricos e experiências rurais.
Caminho de Graças e Prosas
- Distância da trilha: 123 km
- Duração do percurso: Seis dias
- Bioma: Mata Atlântica e Cerrado
- Dificuldade da Trilha: Moderado/Difícil
- Altitude máxima: 1.600 metros
- Altimetria positiva: 3.220 metros
- Altimetria negativa: 3.220 metros
- Municípios abrangidos: Inconfidentes, Bueno Brandão, Bom Repouso, Tocos do Moji, Borda da Mata e Ouro Fino, ao Sul de Minas
- Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Guarulhos a 187 km ou Aeroporto Internacional de Viracopos a 155 km.
Como chegar?
Vindo de São Paulo, é preciso trafegar pela rodovia Fernão Dias até a cidade de Bragança Paulista, no interior do estado de São Paulo e seguir para Socorro, também em São Paulo, até seguir para Bueno Brandão, ao Sul de Minas. Já vindo de Belo Horizonte, o caminho é pela rodovia MG-290.
Ao chegar ao Caminho de Graças e Prosas, a trilha busca incentivar caminhadas e pedaladas de longo curso, apoiar o turismo gastronômico e preservar áreas ao longo do trajeto, que inclui cachoeiras e aspectos históricos associados aos participantes da Inconfidência Mineira.
Rota das 10 Cachoeiras
- Distância da trilha: 91 km
- Duração do percurso: Oito dias
- Bioma: Mata Atlântica e Cerrado
- Dificuldade da Trilha: Moderado/Difícil
- Altitude máxima: 1.400 metros
- Altimetria positiva: 1.200 metros
- Altimetria negativa: 1.100 metros
- Municípios abrangidos: Conceição do Mato Dentro
- Aeroporto mais próximo: Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 157 km.
Como chegar?
Pela MG-10, no sentido Conceição do Mato Dentro, após a Serra do Cipó, o viajante encontra a melhor estrada rumo a Rota das 10 Cachoeiras. Já a Rota das 10 Cachoeiras é composta por diversos trechos que atravessam comunidades quilômbolas e paisagens cênicas constituídas de uma rica biodiversidade, na margem e interior do Parque Estadual Serra do Intendente e do Parque Natural Municipal do Tabuleiro.
Para diversificar a experiência a rota está dividida em quatro trechos. Pelo trajeto há cachoeiras, experiências rurais, aspectos históricos, cânions, mirante, pico para escalada, canionismo e turismo de base comunitária com áreas de banho.
Trilha Brigadeiro Caparaó
- Distância da trilha: 250 km
- Duração do percurso: 12 a 15 dias
- Bioma: Mata Atlântica
- Dificuldade da Trilha: Moderado
- Altitude máxima: 2.891 metros
- Altimetria positiva: 979 metros
- Altimetria negativa: 1.009 metros
- Municípios abrangidos: Fervedouro, Carangola, Espera Feliz, na Zona da Mata
- Aeroporto mais próximo (km): Aeroporto Regional do Vale do Aço a 223 km e o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 307 km.
Como chegar?
De carro, pela BR-116 vá até a cidade de Fervedouro, na Zona da Mata mineira. Depois pela BR-482 siga até a entrada do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, pela portaria identificada como Pedra do Pato.
Ao chegar no Brigadeiro Caparaó, a trilha é de longo curso que conecta duas importantes Unidades de Conservação da Zona da Mata Mineira, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro e o Parque Nacional do Caparaó e fecha a Trilha Transmantiqueira. As duas Unidades de Conservação pertencem ao braço norte desta importante cadeia de montanhas brasileiras.
O objetivo da trilha é ser uma ferramenta de conservação, através do corredor ecológico construindo, em conjunto, com os caminhantes, além de contribuir com o desenvolvimento econômico local, gerando emprego e renda na zona rural e ser uma ferramenta de saúde e lazer, estimulando o turismo de experiência e a sensibilização para a importância da Mata Atlântica e das Unidades de Conservação.
Circuito Ernestina
- Distância da trilha: 60 km
- Duração do percurso: 1 dia
- Dificuldade da trilha: Moderado
- Bioma: Mata Atlântica
- Altitude máxima: 861 metros
- Altimetria positiva: 1.071 metros
- Altimetria negativa: 1.071 metros
- Municípios abrangidos: Carangola, Caiana e Faria Lemos, na Zona da Mata
- Aeroporto mais próximo (km): Aeroporto Internacional de Vitória – Eurico de Aguiar Salles a 293 km ou pelo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport) a 368 km.
Como chegar?
Para chegar ao Circuito Ernestina, a chegada ocorre por Carangola, Faria Lemos ou Caiana, cidades mineiras da Zona da Mata, com viagem pelas rodovias BR-116, BR-482 ou pela MG-111. Na Zona da Mata Mineira, seguindo o antigo trajeto da estrada de ferro da Leopoldina Railway Company, cercado de bonitas paisagens, gastronomia, cultura e tradição, o Circuito Ernestina tem como objetivo conectar paisagens, reflorestar a Mata Atlântica, ser ferramenta de saúde e lazer, além de gerar emprego e renda na zona rural
FONTE DIÁRIO DO COMÉRCIO