15 de setembro de 2024 00:06

DRAMA E DOR: ex-esposa de operador morto em trágico acidente diz que família está desamparada: PMOB informou que abriu sindicância

Um drama para Alexandra Adelina, de 43 anos, e sua família. Na tarde um sábado (29/8), Paulo Dimas Ferreira ( foto), de 65 anos, operava uma máquina compactadora, quando ela tombou sobre seu corpo, vindo subitamente a óbito no local.

No momento da tragédia, a vítima trabalhava em uma obra de uma empresa terceirizada da Prefeitura de Ouro Branco (MG) na construção de uma creche Alto do Chalé. Paulo, muito conhecido na cidade, foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Vale do Ipê, em Lafaiete sob a dor e a tristeza de amigos e familiares.

O drama

Depois de mais de 15 dias da morte de Paulo Dimas, sua ex-esposa, passa por um drama sem fim. Dois filhos, de 13 e 11 anos, um deles autista, foram frutos do relacionamento de mais de 13 anos.Alexandra contou a nossa reportagem o tormento que vem passando após a morte do ex-marido com o desamparo da prefeitura e empreiteira.

“Meus filhos lamentam sem parar pela morte do pai. Inclusive, tenho um filho autista que sofre demais e cobra a presença do pai. Não tivemos qualquer apoio ou suporte. Além do drama, estamos totalmente desamparados e negligenciados. Só Deus sabe o quando estamos sofrendo com toda esta situação”, disse emocionada Alexandra.

A perícia da Polícia Civil apura o caso, mas a família cobra explicações sobre o acidente, inclusive Paulo já era aposentado e estaria sem registro na carteira de trabalho, como também não teria passado por um curso para operação do equipamento. “O que sabemos é que ele nunca trabalhou até então com este tipo de equipamento. Isso nos causou estranheza já que estava na obra há menos de 20 dias”, disse a ex-esposa.

Alexandra cobra os direitos do ex-marido para resguardar a vida dos filhos menores. “Além do desamparado até agora não fomos chamados para qualquer acordo. O que vemos é uma negligência e eu preciso de apoio para minimizar a dor dos meus filhos inclusive para um tratamento adequado para eles”, cobrou. Alexandra já levou o caso à Justiça.

O outro lado

A Prefeitura Municipal de Ouro Branco lamentoui profundamente o acidente de trabalho ocorrido recentemente em uma obra pública na cidade. “Este incidente tem sido pauta de grande preocupação para a administração municipal, que prioriza a segurança e o bem-estar de todos os profissionais envolvidos nas obras e serviços públicos.

É, todavia, importante destacar que a responsabilidade do Poder Público em casos como o presente é subsidiária, uma vez que o trabalhador exercia suas funções junto à empresa contratada pelo Município para a realização da obra. A Prefeitura, por sua vez, mantém a rotina de fiscalização para garantir que todas as normas de segurança sejam seguidas durante a execução dos trabalhos. Ocorre que, no caso, os procedimentos, apesar de adequados à legislação, foram insuficientes a evitar o acidente.

Após o ocorrido, o Poder Público tomou as providências necessárias, acionando a empresa responsável para que apresente os relatórios pertinentes e esclareça o ocorrido. Além disso, informamos que a situação está sendo apurada pelo Ministério Público do Trabalho e demais órgãos competentes, que atuarão para esclarecer os fatos e garantir a responsabilização adequada.

Sobre o contato com a família da vítima do acidente, a empresa responsável pela obra foi indagada pela Prefeitura Municipal de Ouro Branco, oportunidade em que informou que prestou as assistências iniciais no momento da ocorrência, tendo mantido via de comunicação aberta desde então. No entanto, diante das informações trazidas à tona pela imprensa sobre uma suposta desassistência, o Município apurará o fato, e tomará as providências necessárias para esclarecer a situação e assegurar que a família seja devidamente amparada pelos responsáveis. Destacamos que não fomos procurados diretamente pela família sob a alegação de falta de assistência.

O caso é acompanhado internamente pelo órgão municipal responsável pela segurança do trabalho de seus colaboradores (SIASS), pela Secretaria Municipal gestora do contrato, pela Diretoria de Obras do Município e pela Procuradoria Jurídica. Paralelo à apuração das responsabilidades trabalhistas, o Município instalará sindicância para verificar a ocorrência de eventual descumprimento contratual pela empresa junto ao Município.

Reafirmamos nosso compromisso com a segurança no trabalho e a transparência nas ações do governo, colaborando com as investigações para que situações como esta sejam evitadas no futuro”.

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