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Com ares de paraíso, lugares em Minas Gerais para meditar, relaxar e renovar as energias em meio à natureza

Redutos de paz incluem Santuário do Caraça, fundado em 1774 para visitantes que quisessem mudar de vida, Ibitipoca, pinturas rupestres e cavernas

A Espanha inteira cabe em Minas Gerais e ainda sobra espaço. É também o estado com mais municípios do Brasil: 853 cidades espalhadas em 586.528 quilômetros quadrados. E nesse mundão todo de terra (e água) cabe um sem-fim de opções de viagem para quem quer descansar e dar um tempo no dia a dia. São muitos tipos de clima, paisagem, vegetação, sotaques, arquitetura. Em comum, sempre, a hospitalidade mineira e o pãozinho de queijo. Aqui vão algumas sugestões para quem quer começar — ou continuar — a conhecer os infindáveis recantos de Minas. Há dicas de passeios em parques como Ibitipoca e Caraça, com suas trilhas, cachoeiras, fauna, flora e paisagens surpreendentes. Boa viagem.

Ibitipoca

O parque mais visitado e famoso de Minas Gerais é o Parque Estadual do Ibitipoca. Localizado no município de Lima Duarte, em Minas Gerais, tem área de 1.488 hectares e está localizado a 3km do distrito de Conceição do Ibitipoca. Além de suas atrações naturais, o parque é um importante centro de pesquisa e preservação.

Para conhecer e aproveitar bem o lugar, o ideal é acordar cedo. O parque abre às 7h e alguns passeios duram quase o dia todo. É recomendável usar roupas e tênis (antiderrapante) confortáveis, protetor solar, traje de banho e levar um lanchinho para o caminho. As trilhas, as paisagens, a mata e as águas da região são o cenário perfeito para se reestabelecer o contato com a natureza e esquecer os problemas do dia a dia.

O Centro de Informações, na entrada do parque, ajuda os visitantes a saber como conhecer melhor a região, equipada com banheiros, loja de suvenir, restaurante e bebedouros. Painéis e maquetes mostram a história e dão dicas de localizações das atrações do lugar, que funciona de terça a domingo.

O ingresso custa R$ 32 (inteira) e a frequência está limitada a 300 visitantes por dia (durante a semana) e 800 (fins de semanas e feriados). É permitido o camping dentro do parque (R$ 40), mas limitado a 30 barracas e somente em área específica. A área de camping tem infraestrutura de restaurante, lanchonete e banheiros.

Há três roteiros de visitação. O Circuito das Águas é onde se encontram o Lago dos Espelhos, com faixa de areia, águas rasas e calmas próprias para visitantes de todas as idades, e a Cachoeira dos Macacos, também tranquila para banhos.

No Circuito do Pião, o trajeto longo e os muitos trechos de subida classificam esta opção com grau médio de dificuldade. Entre as recompensas, o Pico do Pião, com 1.700 metros de altura, tem uma vista que alcança 360° de toda a Serra da Mantiqueira.

Os 16km (somando-se ida e volta) do Circuito Janela do Céu compõem a opção que tem o maior grau de dificuldade das três. Ainda assim, é um dos preferidos dos visitantes, pela magnífica vista, uma das mais fotografadas do parque. No mesmo caminho, há também a Cachoeirinha, muito visitada.

Verão e primavera são os períodos ideais para quem quer curtir as cachoeiras. Mas é também a época de chuvas, com alta incidência de raios, principalmente entre dezembro e fevereiro. O período de outono e inverno é o melhor para se aproveitar as trilhas do parque, por causa do tempo mais seco e das temperaturas mais brandas. E há as baixas temperaturas das noites na serra.

Ingressos e mais informações estão disponíveis do site parquedoibitipoca.com.br.

Os visitantes podem se hospedar na charmosa e pequena vila de Ibitipoca, onde há construções históricas como a Matriz de Conceição de Ibitipoca e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, cujas visitas podem ser agendadas. O lugar tem uma boa oferta de restaurantes e bares.

Parque do Caraça

Santuário do Caraça foi fundado em 1774 como hospedagem para peregrinos e visitantes que quisessem se converter e mudar de vida — Foto: Divulgação/Setur

O que fazer no Parque Nacional do Caraça, localizado nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara? Descansar, passear, tomar banho de cachoeira, se deliciar com a culinária mineira e dormir ao som de grilos num dos lugares mais bonitos de Minas Gerais, a 120km de Belo Horizonte.

No parque (que tem 11.223 hectares de área total), encontramos vegetação típica do Cerrado e da Mata Atlântica. Há trilhas sinalizadas, com indicação de duração e nível de dificuldade, para orientar o caminho para as cachoeiras, grutas e piscinas naturais do lugar.

Uma delas, a Cascatinha, onde há uma piscina para banhos, fica a cerca de 2 km da sede do parque. Andando por 2,5 km chega-se ao Banho do Belchior. A 1,5 km da sede, há uma área aberta com lago, churrasqueiras e quiosques. E também a Cachoeira Taboões, a cerca de 3km de distância. Para se chegar à Cascatona, é necessária uma caminhada por trilha de dificuldade moderada de 6 km. A dica é sair de manhã, para não correr o risco de escurecer durante o trajeto — e sempre acompanhado.

Outra dica é se hospedar na Pousada do Caraça, na sede do parque. O Santuário do Caraça foi fundando em 1774 para funcionar como casa de hospedagem para peregrinos e visitantes, que quisessem se converter e mudar de vida. Foi também, posteriormente, escola da elite brasileira, e teve presidentes e figuras proeminentes da política entre seus alunos. Há 48 apartamentos simples e confortáveis e totalmente silenciosos. Pode-se optar também por ficar na Fazenda do Engenho e em casas e chalés no local. Nas diárias estão incluídas pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) e a entrada para o parque. Como a procura é grande, é imprescindível fazer reserva.

Os hóspedes podem conhecer o belo conjunto arquitetônico da sede do parque, onde se encontram a igreja neogótica, o prédio do antigo colégio (hoje museu e biblioteca) e a pousada. Na área de manejo estão localizadas a Fazenda do Engenho, o Buraco da Boiada, a Fazenda do Capivari.

Outra atração tradicional para quem se hospeda no lugar é a observação dos lobos-guará que habitam aquela região, quando eles “visitam” as escadas da Igreja do Caraça. Os padres deixam alimento nos degraus para atrair os animais, que não costumam decepcionar os visitantes e aparecem a noite para fazer uma boquinha.

Mais informações no site santuariodocaraca.com.br.

Cavernas do Peruaçu

Parque Nacional Cavernas do Peruaçu: sítios arqueológicos, pinturas rupestres e mais de 140 cavernas monumentais — Foto: Divulgação/Marco Paulo Bahia

Não muito conhecido pelos turistas, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (a 662km de Belo Horizonte, no norte de Minas Gerais) foi criado em 1999 e reúne mais de 80 sítios arqueológicos milenares, locais de apreciação de pinturas rupestres de até nove mil anos e mais de 140 cavernas monumentais.

O lugar fica numa área que tem vegetação de cerrado e caatinga. Uma de suas atrações é a Gruta do Janelão, com cerca de 100 metros de altura. Não à toa, os indígenas da etnia Xacriabás, que chegaram a essa região em meados do século XVI, lhe deram o nome Peru (buraco) Açu (grande).

O ponto de partida para a visita são os municípios de Januária e Itacarambi. É recomendado reservar quatro dias para percorrer o parque. No local há guias treinados e credenciados pelo ICMBio. Como é uma área endêmica do mosquito palha, é fundamental usar calça comprida, camisa de mangas também compridas e repelente.

Entre as várias atrações que o visitante pode encontrar está a Gruta do Janelão. O percurso de 4,8 quilômetros leva ao local onde está aquela que é considerada a maior estalactite do mundo, com 28 metros de comprimento. Há também sítios arqueológicos e pinturas rupestres em seus paredões.

Na Lapa do Rezar, a majestosa entrada é um salão com mais de 40 metros de altura e 90 metros de largura. Também abriga sítios arqueológicos e bem conservadas pinturas rupestres.

Já a Lapa do Boquete é um silo pré-histórico (um local onde se armazenava alimentos) e lugar onde habitantes enterravam os ancestrais. É o que mais atrai pesquisadores do mundo inteiro.

Na Lapa dos Desenhos, os magníficos painéis da pré-história, de pintura rupestres feitas com pigmentos extraídos de materiais do lugar, são uma das maiores atrações do parque.

Na Lapa do Caboclo e Carlúcio, além dos mirantes de observação, o visitante vai encontrar uma generosa amostra de pinturas do estilo caboclo, que só há naquela região.

E, na Lapa Bonita, o Salão Vermelho e a Lapa do Índio, com seus painéis de pinturas rupestres que chegam até o teto, fazem ela ser considerada uma das mais bonitas do parque.

Mais informações no site januaria.mg.gov.br/portal/turismo.

FONET O GLOBO

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