Indústria de Minas vai precisar de 1,6 milhão profissionais até 2027; veja áreas mais demandadas

Logística, Construção, Manutenção e Metalmecânica serão os segmentos com maior necessidade de novos trabalhadores

A busca por profissionais qualificados para a indústria de Minas deve ser um desafio para o setor nos próximos anos. Conforme o Mapa do Trabalho Industrial, divulgado na última semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Estado precisará qualificar 1,6 milhão de profissionais entre 2025 e 2027. O número contempla a necessidade de formação de 257,3 mil novos trabalhadores e de requalificação de 1,3 milhão que já estão no mercado. Os segmentos de logística e construção lideram a demanda por profissionais.

O diretor regional do Senai Minas e superintendente regional do Sesi Minas, Christiano Leal, comentou sobre a demanda no Estado. “Precisamos preparar esses profissionais garantindo que eles adquiram as competências técnicas e acadêmicas necessárias para atuar em setores estratégicos como logística, construção e metalmecânica, que lideram a demanda por mão de obra qualificada”.

Conforme o diretor, essa atualização envolve o desenvolvimento de competências em dimensões como hard skills (habilidades técnicas como domínio de máquinas, equipamentos e softwares), soft skills (competências comportamentais como pensamento crítico, inteligência emocional, criatividade e inovação) e ações de saúde e segurança no trabalho (como inspeção de instalações, normas e regulamentos), para que os trabalhadores contem com as habilidades necessárias para desempenhar as funções de maneira eficaz e segura.

Confira as áreas com maior demanda por profissionais entre 2025 e 2027 em Minas:

Logística e Transporte (361,2 mil), com oportunidades para técnicos de controle da produção, motoristas de veículos de cargas, almoxarifes e armazenistas, entre outros;

Construção (205,5 mil), para atuar como profissionais na operação de máquinas de terraplanagem, ajudante de obras civis, trabalhadores de estruturas de alvenaria, fundações, entre outros;

Operação Industrial (134,2 mil), com vagas para alimentadores de linhas de produção, trabalhadores de embalagem e de etiquetagem, de cargas e descargas de mercadoria, gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública, entre outros; 

Manutenção e Reparação (129,7 mil), para mecânicos de manutenção de veículos automotores, trabalhadores operacionais de conversação de vias permanentes (exceto trilhos), eletricistas de manutenção eletroeletrônica, e muito mais;

Metalmecânica (126,6 mil), com necessidade de trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas, preparadores e operadores de máquinas-ferramenta convencionais, trabalhadores de caldeiraria e serralheria, entre outros.

 “Esse enfoque em toda a indústria, com a soma das ocupações estratégicas para os demais setores, possibilita uma abordagem integrada da promoção da formação profissional, refletindo a alta interdependência entre os setores”, explica a especialista em Mercado de Trabalho do Observatório Nacional da Indústria (ONI) e responsável pela elaboração do Mapa do Trabalho Industrial, Anaely Machado.

Preocupação 

A falta ou alto custo do trabalhador qualificado subiu para terceira posição na lista de preocupações do setor industrial, com 23% das citações. A Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (18/10) mostrou que esse problema antes ocupava o sexto lugar. No entanto, na passagem entre os segundo e terceiro trimestres deste ano, houve uma alta de 4,4 p.p no porcentual de empresas que consideram esse um dos três principais entraves do setor.

“Esse é um problema que vem crescendo há alguns trimestres. Isso tem a ver com questões ligadas ao mercado de trabalho aquecido e ao próprio aumento da produção. É uma questão que preocupa, pois pressiona os custos das empresas; consequentemente, pode prejudicar a avaliação da situação financeira e a recuperação da indústria no médio prazo”, avalia o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

FONTE O TEMPO

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