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Nove diretrizes foram aprovadas no Fórum do Patrimônio Cultural de Ouro Branco  

Por Érvelan Stutz

Em 24 de setembro foi realizado na Câmara Municipal de Ouro Branco, de 9h às 18h, o II Fórum do Patrimônio Cultural: política e cidadania. A iniciativa contou com o apoio do Ministério Público de Minas Gerais. Nove diretrizes foram avaliadas, debatidas e aprovadas durante a realização do evento que foi realizado durante o pleito eleitoral. Três candidatos a prefeito assinaram o Termo de Compromisso Público com a Preservação do Patrimônio Cultural de Ouro Branco. O documento foi protocolado na Promotoria de Justiça em 11 de outubro. O evento foi organizado pelo professor e jornalista Éverlan Stutz. De acordo com o promotor de justiça Edvaldo Alves dos Santos Júnior, trata-se de uma iniciativa de interesse público e difuso. “Éverlan é engajado com a causa preservacionista e tem um histórico de lutas e conquistas na restauração e na preservação dos bens culturais de Ouro Branco”,  afirma o promotor, que à época, era o curador do patrimônio histórico da cidade.  

O prefeito eleito Sávio Fontes assinou o Termo de Compromisso Público com a Preservação do Patrimônio Cultural de Ouro Branco. Segundo Sávio, o diálogo com a comunidade será um procedimento pautado em sua gestão. “Vamos dialogar com a população e com os defensores da cultura local porque sabemos da importância de preservar o patrimônio cultural de Ouro Branco que tem preciosidades como a Matriz de Santo Antônio, o Conjunto Histórico de Itatiaia, a Capela Nossa Senhora Mãe dos Homens e a Casa de Tiradentes. Vamos dialogar muito para que possamos preservar os bens culturais do município com a colaboração da comunidade”, ressalta Fontes.  

O consultor da Organização Neurodiversa pelos Direitos dos Autistas (a ONDA-Autismos), Matheus Serafim, participou das duas edições do fórum: em 2016 e neste ano. Para ele, houve avanços significativos na consolidação de políticas públicas de preservação do patrimônio cultural da cidade. Matheus propôs o desenvolvimento de práticas inclusivas que possibilitem a acessibilidade e a inclusão de informações históricas, patrimoniais e culturais para as pessoas com algum grau de deficiência. A diretriz foi avaliada e aprovada por todos os participantes. “Como uma pessoa atípica não poderia deixar de contribuir com a inclusão e a acessibilidade”, relata  

O arquiteto e urbanista Deusdedit Santos, mestre em Geografia pela UFMG, participou do II Fórum do Patrimônio Cultural de Ouro Branco. Para o arquiteto, o fórum foi realizado em um período apropriado, próximo às eleições municipais. “Uma decisão muito acertada de buscar o envolvimento dos candidatos a prefeito na defesa dos bens culturais do município, que corre o risco de descaracterização em decorrência de uma industrialização e mineração descontroladas com impactos negativos sobre o patrimônio histórico do município”, argumenta Deusdedit. 

Grande defensora da Cerâmica Saramenha, patrimônio imaterial de Ouro Branco, Flávia Torquato enfatiza a viabilidade das nove diretrizes aprovadas no fórum. “As propostas vão contribuir bastante para preservar o patrimônio cultural da cidade. Foi um evento muito relevante para os artistas locais e para os defensores dos bens culturais do município.”  

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