A estupenda vitória de Márcio Miranda (MDB) nas eleições de 6 de outubro, na acolhedora Rio Espera (MG), no Vale do Piranga, ao bater seu adversário, candidato a reeleição, Juliano Motorista (PL), por mais de 700 votos, margem bastante expressiva diante dos resultados anteriores, é alvo de questionamento e suspeita de abuso de poder econômico e suposta compra de voto.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), proposta pelo Ministério Público de Minas (MPMG) foi acatada pela Juíza Eleitoral, Naiara Leão Rodrigues Saldanha, da Comarca de Alto Rio Doce. Na representação do MP, houve um pedido de liminar para que fossem quebrados os sigilos fiscais dos candidatos que compõem a chapa vencedora e do coordenador de campanha, porém a Magistrada indeferiu o pedido. Cita a Juíza, que ao longo da investigação se a medida for necessária, ela tomará a decisão para comprovação das provas necessárias. Os citados têm até 5 dias para apresentação das suas defesas.
A Ação
A Ação foi aberta pelo Promotor Vinicius de Souza Chaves a partir de supostas denúncias de crime eleitoral na compra de votos, em especial através da modalidade de PIX, como também na suspeitas de transferência fraudulenta de títulos eleitorais de Ribeirão das Neves, até do Estado do Ceará. As provas “são dolosas, flagrantes, inequívocas e robustas”, cita o representante do MPMG.
No processo do MPMG, a que nossa reportagem teve acesso, diversos eleitores receberam mensagens de “WhatsApp” em que citam transferência de dinheiro com identificação da origem e valores de até R$500,00. Nas mensagens trocadas, há também compromissos firmados de manutenção de empregos na Prefeitura entre outras barganhas de votos. Cita o promotor que há uma “fala explícita de promessa de compra de voto, inclusive facultando ao eleitor escolher qual trabalho exercer, prometendo até passeio em praia”.
Mais a frente na narrativa de Vinicius de Souza Costa, ele fala de pessoas estranhas ao se referir aos votantes transferidos de outras regiões para Rio Espera. “As provas ora apresentadas, apenas representam a ponta da pirâmide, pois, existem muito mais casos como estes narrados, mas, devido ao medo de denunciar e sofrer represálias, principalmente, a população mais carente prefere o silêncio, porque depende da Prefeitura Municipal.”
Diferença