Estado inova ao transformar pneus descartados em asfalto borracha. Com 2.400% de aumento no uso, o estado alia sustentabilidade e infraestrutura ao recuperar mais de 5,5 mil km de rodovias. A técnica evita lixo, reduz emissões e promove durabilidade.
Quando o assunto é inovação em infraestrutura, Minas Gerais está dando um show!
Uma solução inusitada, que reaproveita o que antes era lixo, tem transfomado as rodovias mineiras e chamando a atenção do Brasil inteiro. Mas o que está por trás dessa iniciativa?
Nos últimos cinco anos, o estado mineiro aumentou em impressionantes 2.400% o uso do chamado asfalto borracha, um material ecologicamente correto que vem ganhando destaque por sua eficiência e contribuição ambiental.
Segundo o governo do estado, dados da empresa fornecedora do produto ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) mostram que o volume utilizado saltou de 1.107 toneladas em 2020 para 40.115 toneladas em 2024, totalizando 80 mil toneladas no período.
Mas os números não param por aí. O uso desse material retirou impressionantes 1,6 milhão de pneus do meio ambiente, evitando o acúmulo de lixo e a proliferação de criadouros de mosquitos da dengue.
Como se não bastasse, o asfalto borracha também contribui indiretamente para a redução das emissões de carbono, um impacto equivalente à preservação de 40 mil árvores.
Além disso, os benefícios econômicos e ambientais têm atraído a atenção de outros estados, que estudam implementar soluções semelhantes.
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O programa que alavancou a iniciativa
Esse salto significativo é parte do programa Caminhos para Avançar, considerado o maior projeto de recuperação de rodovias das últimas décadas em Minas Gerais.
Desde sua implementação, mais de 5,5 mil quilômetros de vias foram contemplados com investimentos públicos e privados.
Entre as obras que utilizaram o asfalto borracha, destacam-se rodovias como a MGC-496, que conecta Corinto a Pirapora, e a MG-164, ligando Bom Despacho a Martinho Campos.
O programa também incluiu projetos de implantação e pavimentação, como o trecho da LMG-739 entre Congonhas do Norte, Ouro Fino e Conceição do Mato Dentro.
Para 2025, o DER-MG planeja recuperar mais 400 quilômetros de estradas estaduais utilizando esse material.
O diretor-geral do DER-MG, Rodrigo Tavares, destaca que a escolha do asfalto borracha está alinhada à Lei Estadual nº 18.719/2010 e oferece ganhos tanto ambientais quanto de manutenção.
Segundo ele, “a maior vida útil do pavimento reduz a necessidade de reparos frequentes, garantindo mais durabilidade”.
Além disso, o programa Caminhos para Avançar também prioriza a segurança das rodovias, com sinalizações renovadas e obras que visam facilitar o transporte de cargas e passageiros.
Essa combinação de tecnologia, sustentabilidade e planejamento reforça o compromisso de Minas Gerais com o desenvolvimento sustentável.
Minas Gerais lidera o uso no Brasil
Minas Gerais é o estado que mais utiliza asfalto borracha no Brasil.
Segundo o gerente comercial da empresa fornecedora, Roberto Perez, o consumo total — considerando tanto o setor público quanto o privado — ultrapassou 210 mil toneladas nos últimos cinco anos.
Perez explica que esse tipo de pavimento oferece vantagens significativas: “Uma via pavimentada com asfalto borracha está menos suscetível a deformar-se por excesso de peso e apresenta menor incidência de buracos, aumentando a vida útil da rodovia”, analisa ele.
Esse tipo de material também se mostra mais econômico a longo prazo, já que sua durabilidade reduz os custos com reparos constantes, beneficiando tanto o governo quanto os usuários das rodovias.
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O que é o asfalto borracha?
Esse material é produzido com cerca de 15% de pó de pneu moído, um subproduto da reciclagem de pneus descartados.
Quando misturado ao concreto asfáltico de petróleo (CAP) e aquecido em reatores específicos, ele gera uma mistura mais elástica, resistente e duradoura do que o asfalto convencional.
Além de ser sustentável, o asfalto borracha apresenta vantagens técnicas, como maior viscosidade e resistência a fissuras, o que contribui para a conservação das rodovias a longo prazo.
O processo de produção é minucioso, garantindo um produto de alta qualidade que se adapta às condições climáticas variadas do Brasil, desde o calor intenso até períodos de chuva prolongada.
Sustentabilidade em foco
O impacto ambiental positivo dessa técnica não se resume à retirada de pneus do meio ambiente.
Ao reduzir a necessidade de manutenção frequente, o asfalto borracha também diminui o consumo de recursos e a emissão de poluentes, reforçando seu papel como uma alternativa sustentável na infraestrutura.
Além disso, a reutilização de pneus descartados evita que esses materiais acabem em aterros sanitários ou sejam descartados de forma irregular, o que poderia causar sérios danos ao meio ambiente.
A proliferação de mosquitos transmissores de doenças como dengue, zika e chikungunya também é combatida com essa medida.
Minas Gerais está mostrando que é possível unir desenvolvimento e responsabilidade ambiental.
Essa iniciativa não apenas melhora as condições das rodovias, mas também serve de exemplo para outros estados brasileiros.
O impacto positivo desse modelo pode ser multiplicado, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a população que depende de estradas seguras e de qualidade.
E você, acredita que o uso do asfalto borracha deveria se tornar obrigatório em todo o país? Deixe sua opinião nos comentários!
FONTE: CLICK PETROLEO E GAS