A PRF implementa novas tecnologias e técnicas avançadas para reforçar a fiscalização do uso do cinto de segurança e celulares nas estradas
Cada vez mais, a PRF vem aumentando o uso de drones e câmeras de videomonitoramento como ferramentas de fiscalização no trânsito brasileiro, elevando o nível de controle e tecnologia nas estradas brasileiras. O resultado é certo: aumento no número de multas de trânsito aplicadas.
O uso de equipamentos modernos não é novidade, mas sua evolução tem impressionado. Inicialmente, as câmeras monitoravam infrações como ultrapassagens irregulares ou uso do acostamento.
Agora, a alta resolução permite até flagrar condutas dentro do veículo, como o uso de celular ou o não uso do cinto de segurança.
Na Bahia, por exemplo, a BR-324 está testando câmeras com inteligência artificial capazes de identificar se motoristas ou passageiros estão sem cinto de segurança, ou utilizando o celular.
Esses equipamentos não geram multas automaticamente, mas alertam agentes de trânsito que, a partir das imagens, aplicam as autuações.
Crescimento em São Paulo
Em São Paulo, as câmeras modernas instaladas em rodovias sob concessão têm contribuído para um aumento significativo na fiscalização.
Dados do Comando da Polícia Rodoviária (CPRv) revelam que o número de multas aplicadas por videomonitoramento cresceu 10% em 2024 em relação ao ano anterior. Foram 68.078 infrações registradas até novembro, contra 61.911 no mesmo período de 2023.
As principais autuações em São Paulo por videomonitoramento incluem:
- Deixar de usar o cinto de segurança;
- Manusear o celular ao volante;
- Trafegar fora das faixas da direita por veículos lentos ou de grande porte;
- Transitar em locais proibidos, como calçadas, ciclovias ou jardins;
- Estacionar irregularmente em acostamentos ou passeios.
Apesar dos avanços, a aplicação de multas para passageiros no banco traseiro sem cinto ainda enfrenta dificuldades, como relata Borges Leite. Na dúvida, a infração não é registrada.
Drones em cena
Enquanto São Paulo ainda não usa drones na fiscalização, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já utiliza aeronaves não tripuladas em cinco estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Esses drones são empregados principalmente em locais onde viaturas não podem estacionar, como explica Jeferson Almeida, coordenador-geral de Segurança Viária da PRF.
“O drone funciona como um binóculo eletrônico, aumentando o campo de visão do policial”, diz Almeida.
Os aparelhos possuem zoom de até sete vezes e voam entre 10 e 20 metros de altura, oferecendo uma visão privilegiada.
Recentemente, a PRF concluiu um processo de licitação para aquisição de 80 drones até 2025, com um investimento de R$ 3,72 milhões.
No primeiro momento, serão adquiridas nove aeronaves. Além disso, agentes estão sendo treinados para operá-los, com destaque para Santa Catarina, onde o uso de drones é mais avançado nas BR-101 e 282.
Em Minas Gerais, uma publicação no Instagram da PRF mostrando flagrantes de ultrapassagens irregulares captadas por drones na BR-262 viralizou, alcançando quase um milhão de visualizações.
Regras para a fiscalização por câmeras
Desde 2013, a fiscalização por videomonitoramento é regulamentada no Brasil. Em 2022, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou novas normas consolidando as regras para o uso de câmeras de vídeo na aplicação de multas.
A fiscalização ampliada por tecnologia tem gerado muitas críticas. De um lado, há quem elogie a eficácia no combate às infrações e na prevenção de acidentes. De outro, motoristas criticam o que consideram um excesso de controle.
Embora eficiente, a tecnologia não substitui a abordagem presencial, especialmente em situações onde é necessária a interação direta com o condutor. Por isso, a PRF planeja combinar ambos os modelos de fiscalização para maximizar a segurança viária.
Avanços
A evolução tecnológica nas rodovias brasileiras representa uma mudança importante na maneira como a fiscalização de trânsito é conduzida. Com drones, câmeras inteligentes e sistemas de videomonitoramento, a tendência é que infrações se tornem cada vez mais visíveis, reduzindo a impunidade.
Enquanto isso, motoristas precisam estar atentos às mudanças e cientes de seus direitos, como a obrigatoriedade da sinalização das vias monitoradas.
Afinal, a tecnologia pode ser o “olho que tudo vê”, mas também precisa respeitar as normas e garantir transparência.
FONTE: CLICK PETROLEO E GAS