Com marcas como Voge e Zontes crescendo mais de 120% na Espanha, a China já supera gigantes como KTM e ameaça o domínio europeu no setor.
Nos últimos anos, o mercado europeu de motocicletas tem enfrentado mudanças drásticas. Enquanto muitos esperavam que a eletrificação fosse o maior desafio, a realidade é outra: a China está reescrevendo as regras do jogo. Com marcas como Voge e Zontes ganhando destaque, os fabricantes tradicionais têm cada vez mais motivos para se preocupar.
Mas o que está por trás desse avanço? Será que as motocicletas chinesas são realmente uma ameaça tão grande? Vamos explorar como essas marcas estão conquistando terreno e o que isso significa para o futuro do setor.
O impacto das marcas da China no mercado europeu
As marcas da China não estão mais apenas testando o mercado europeu; elas estão dominando. Na Espanha, por exemplo, Voge e Zontes já estão entre as 10 primeiras em vendas, com a Voge apresentando um crescimento impressionante de 128,46% em 2024. Elas superaram até mesmo gigantes como a KTM, que enfrenta uma crise sem precedentes.
Essas marcas têm atraído consumidores com modelos como a Voge 900DSX, que combina motor de alta qualidade, produzido pela Loncin, com um preço altamente competitivo. É difícil ignorar a diferença: enquanto uma BMW F900GS pode ultrapassar os €15.000 com equipamento semelhante, a Voge chega ao mercado por menos de €10.000.
Estratégia competitiva: Preço e equipamento
O segredo para esse sucesso não é complicado: oferecer mais por menos. As motocicletas da China vêm equipadas com recursos que rivalizam com os das europeias, mas a um preço muito mais acessível. Essa estratégia tem como alvo o consumidor médio, que está cada vez mais atento ao custo-benefício.
Mesmo no segmento intermediário, marcas como Benelli e Moto Morini estão preenchendo uma lacuna significativa deixada por fabricantes tradicionais. Modelos como o Benelli TRK 702 oferecem uma alternativa acessível às opções de gama média, como a Yamaha Tracer 7.
A reação dos fabricantes tradicionais
A KTM, uma das maiores fabricantes europeias, está em apuros. Sua participação de mercado está diminuindo, enquanto marcas da China tomam espaço. A BMW, por outro lado, tenta resistir, mas enfrenta dificuldades para justificar preços tão elevados quando comparados aos concorrentes chineses.
Apesar das discussões sobre eletrificação, o setor ainda não encontrou soluções práticas para substituir motocicletas de alta cilindrada. Até agora, as scooters elétricas são as únicas que têm ganhado espaço significativo, mas não representam uma ameaça real às motocicletas tradicionais.
Fabricantes como Honda e Kawasaki têm explorado conceitos elétricos, mas as vendas ainda são marginais. Para muitos consumidores, a paixão pelo ronco dos motores a combustão ainda supera as promessas da eletrificação.
O que o futuro reserva para o mercado de motocicletas
Os consumidores europeus estão mudando, mas a paixão pelas motocicletas continua viva. Mesmo com intervalos de manutenção mais curtos e possíveis atrasos em peças de reposição, muitas pessoas optam por modelos chineses devido ao preço acessível e à qualidade satisfatória.
Com crescimento constante, as marcas da China estão longe de ser uma moda passageira. Elas continuam a expandir suas operações, oferecendo produtos que atendem às necessidades de um público diversificado. No ritmo atual, é apenas uma questão de tempo até que dominem ainda mais o mercado.
FONTE: CLICK PETROLEO E GAS