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CRISE NA REGIÃO: Prefeito estima perda de R$ 5 milhões em receita por demissões em massa da JMN; sindicato promove assembleia nesta tarde (16)

As demissões em massa da mineradora JMN devem afetar uma perda em torno de R$ 5 milhões por ano a partir de 2025, oriunda da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), mais conhecido como imposto do minério. A previsão foi informada a nossa reportagem pelo Prefeito de Desterro de Entre Rios (MG), Wagner Duarte (PRD), o “Waguinho”, com a retratação da produção de minério de ferro e a demissão de 234 trabalhadores na planta, de 359 para 125 pessoas, da unidade entre Piracema e Desterro de Entre Rios, na região Central de Minas Gerais. A decisão é acompanhada de ajustes operacionais necessários, incluindo a implementação de um novo plano de produção que será executado a partir da segunda quinzena deste mês pela mineradora, segundo informou.

Segundo Waguinho, a prefeitura prepara um plano de adequação a nova realidade financeira, sem comprometer os serviços e obras. “Precisamos entender que não somos mais um município minerador. Vamos nos adaptar a esta nova realidade equilibrando ainda mais receitas e despesas. O que gente espera que nos próximos meses a empresa possa rever seu plano de investimentos”, salientou Waguinho, reconhecendo que haverá impactos na economia local e regional.

Ele espera que os desempregos possam ser absorvidos pela expansão da CSN. “Já estamos sabendo que uma empreiteira estará contratando muitos de nossos trabalhadores para atuar em Congonhas”, salientou.

Mesmo com a demissão em massa, a JMN manterá um contingente de trabalhadores em um turno único. “A gente fica na perspectiva da manutenção das atividades e que nos próximos anos ser inverta este quadro”, analisou.

Empresa

Em nota, a mineradora afirmou que iniciou o processo de reestruturação do complexo “para enfrentar os desafios impostos ao setor minerário brasileiro nos últimos anos e assegurar a sustentabilidade de suas operações”. E que a definição de diminuir o efetivo ocorreu “após esgotar todas as possibilidades e esforços para preservar os postos de trabalhos”.

A empresa do grupo J.Mendes ainda ressalta que “o diálogo com os representantes sindicais já foi iniciado para garantir que todos os direitos dos trabalhadores sejam rigorosamente preservados, reforçando a condução responsável e alinhada aos valores da empresa”.

Sindicato promove assembleia e critica mineradora

O Sindicato Metabase Inconfidentes, que representa os colaboradores da indústria de extração de ferro e metais básicos de Congonhas, Belo Vale, Ouro Preto e região, organiza hoje (16), uma assembleia contra as demissões na JMN no Ginásio Poliesportivo, em Desterro, a partir das 17:00 horas. O Diretor, Rafael Ávila, disse a nossa reportagem que a entidade foi tomada pela surpresa com as demissões, já que o grupo é formado por um conglomerado de empresas e atuação em diversas cidades de Minas na área da mineração, como em Congonhas e Ouro Preto.

“A empresa poderia ter absorvidos os trabalhadores em outras empresas do grupo, ou ainda ‘layoff’ ou férias coletivas. Nossa intenção é mobilizar os trabalhadores, buscar um diálogo, e caso, contrário a judicialização para proteger os empregos”, salientou.

De acordo com ele, a JMN Mineração disse que demitirá, ao todo, 204 funcionários, e realocará os outros 30 para o complexo da Ferro + Mineração, que também pertence ao conglomerado J.Mendes, localizado entre os municípios de Ouro Preto e Congonhas. Segundo Ávila, até 26 de janeiro, os funcionários estarão de licença remunerada.

A justificativa dada pela companhia ao sindicato, conforme o diretor, foi de que o teor de minério da unidade é baixo e que o ativo tem baixa disponibilidade do insumo siderúrgico.

“Ao invés de aumentar o quadro de investimentos, poderiam ter valores inferiores e ir transferindo aos poucos os trabalhadores. Eles estão fazendo uma expansão de pilha de rejeitos em Congonhas, que já está em processo de licenciamento ambiental, para garantir o processamento dos finos, e precisam de mão de obra. Por que não pensaram nisso?”, questiona.

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