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Simões sobre construção da Cidade Administrativa: ‘Alguém tem de ser preso’

Vice-governador atribuiu problemas na sede do Governo de Minas Gerais às gestões passadas e defendeu a responsabilização dos envolvidos na construção

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), atribuiu às gestões passadas os problemas estruturais da Cidade Administrativa, sede do governo estadual, localizada no bairro Serra Verde, em Venda Nova. Em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (29/1), Simões defendeu a responsabilização dos envolvidos na construção dos edifícios.

As declarações foram dadas após uma janela do 12º andar de um dos prédios despencar durante a forte chuva que atingiu a região na tarde de ontem. Além do incidente, também foram registradas inundações no estacionamento e vazamentos de água.

À imprensa, Simões criticou a escolha do local para a obra, afirmando que o complexo foi erguido sobre um “brejo”. Segundo ele, há processos em andamento contra as construtoras responsáveis.

“Os governos do passado resolveram construir (a cidade administrativa) em cima de um brejo. Um ótimo lugar para construir uma edificação. Parabéns para aqueles que tiveram o conceito e aqueles que, muito porcamente, executaram essa obra causando prejuízo todos os anos para o governo”, ironizou.

O vice-governador disse ainda que espera um posicionamento da Justiça sobre a responsabilização dos responsáveis. “Temos ações contra as construtoras, esperamos que em algum momento a Justiça se sensibilize para a necessidade de prender os responsáveis políticos pela execução desse despautério que é a Cidade Administrativa. Mas a obra está aqui, é aqui que a gente trabalha, nós temos que conviver com isso”, completou.

Simões garantiu que ninguém se feriu com a queda da janela e que a empresa responsável pela manutenção do prédio foi acionada para apurar o ocorrido. “Pelas nossas medidas de segurança, todas as janelas dos prédios ficam fechadas. Então quando a janela do 12º andar se soltou, e há até vídeos mostrando que ela estava fechada, estava dentro do procedimento, é um problema construtivo como todos os outros que a gente tem aqui, ela não ofereceu nenhum risco para quem estava do lado de dentro, nem para quem estava lá embaixo”, disse.

O vice-governador também defendeu mais rigor no uso dos recursos públicos e na fiscalização de obras governamentais. “Volto a dizer, a gente precisa de um pouco mais de responsabilidade para tratar dinheiro público, inclusive na hora de escolher onde fazer o prédio, com a técnica construtiva empregada e a fiscalização das empresas que constroem o prédio”, concluiu o vice-governador.

A Cidade Administrativa foi construída durante a gestão de Aécio Neves (PSDB), hoje deputado federal, que foi governador do estado entre de janeiro de 2003 a 31 de março de 2010.

‘Cortina de fumaça’

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), sigla de Aécio Neves, rebateu as declarações do vice-governador Mateus Simões.

Em nota encaminhada à imprensa nessa quarta-feira (29/1), o partido classificou as falas de Simões como uma “cortina de fumaça” para ocultar a falta de manutenção dos prédios públicos sob responsabilidade do atual governo. Segundo o PSDB, cabe à gestão Zema garantir vistoria dos edifícios.

“A Cidade Administrativa foi inaugurada há 15 anos e, como quaisquer outros prédios públicos, precisa de uma correta manutenção, o que é responsabilidade das autoridades competentes”, disse. 

“O vice-governador, talvez por sua inexperiência política e de gestão, insiste em grosserias verbais para tentar desviar a atenção dos reais problemas de manutenção dos prédios públicos do Estado, como o Hospital do Ipsemg, cuja situação vem sendo amplamente demonstrada pela imprensa”, completou o partido, se referindo às denúncias de precarização feitas por servidores do Hospital Governador Israel Pinheiro, do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).

A sigla ainda criticou o uso da questão para fins políticos e cobrou soluções concretas. “Ele (Mateus Simões) faria melhor se cumprisse sua obrigação e resolvesse os problemas de manutenção que, eventualmente, possam existir em todas as edificações públicas sob sua responsabilidade, em vez de simplesmente transformar o tema em plataforma para discursos eleitorais. A atividade política exige, se não competência, pelo menos civilidade”, concluiu a nota.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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