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Mulher espalha medo, ataca moradores, insulta pessoas, joga pedras em carros e transforma a vida de moradores em terror; “não sabemos mais a quem recorrer”, desabafam

Imagine uma rua sitiada pelo terror e pânico onde os moradores são obrigados a manter as portas e janelas totalmente fechadas e estão também privados de uma convivência social saudável por causa de apenas uma moradora. Assim é a Rua Antônio Reis, no Bairro São João, em Conselheiro Lafaiete (MG). Eles moram em meio uma violência latente que atinge diretamente o ambiente familiar e desencadeia problemas psicológicos e psiquiátricos.
Ao longo da semana nossa reportagem entrevistou mais de uma dúzia de moradores, tomados pelo medo por causa de uma mulher que promove uma verdadeira desordem na vida das pessoas, sejam de mulheres, homens e idosos. O impacto na saúde atinge as crianças com doenças como síndrome do pânico e ansiedade, pelas situações vividas diariamente. A situação se arrasta há mais de 10 anos.

A mulher insulta a todos, com ameaças de toda ordem, inclusive à vida das pessoas, invade casas, joga pedras nas janelas, picha muros, arranha carros e atira pedras em carros e ainda agride pessoas. As ameaças também avançam para injúria racial, preconceito, homofobia, atitudes ofensivas em uma série de aberrações, crimes, vandalismo e ofensas. “Ela chama as pessoas de macaca, perguntando se tem banana, e imitando macaco. Ela é terrível e é muita humilhação”, relatou uma das moradoras.
Ao longo da nossa reportagem, com diversos depoimentos, o anonimato dos entrevistados e vítimas da autora serão mantidos para evitar ainda mais novas agressões. A narrativa dos depoimentos mantém uma rotina de ataques e enviesados de várias formas idênticas e diária.

O comportamento dela é totalmente desconexo. “Ela bisbilhota a vida alheia e consegue nas redes sociais os números dos telefones para ficar enviando mensagens escabrosas e agressivas”, disse um morador. Ela já atacou um comércio no qual um dos donos mora perto da autora quando atirou fezes de galinha em toda a vitrine. O caso já está na justiça.

Moradores suspeitam que morte de gatos por envenenamento/DIVULGAÇÃO

Nossa reportagem teve acesso a diversos vídeos das câmeras e prints de conversa entre a agressora e as vítimas agindo de forma acintosa. Diversos boletins de ocorrência foram registrados, mas sem uma solução para ao menos para minimizar a situação ou impor limites sociais ou mesmo judiciais a autora. “A gente chama a PM, mas depois fica da mesma forma. A que vamos apelar? É muito sofrimento”, relatou um morador.

Além de manter as residências fechadas e as portas trancadas, agora quase todas as casas foram instaladas câmeras de segurança para vigiar a rua ou qualquer movimento da agressora. Citam os moradores que ela também colocou o equipamento e fica agora os atormentando, girando, apitando, piscando a luz dele e por ele fica gritando, agredindo e xingando os moradores através de áudio da câmera colocada à frente de sua casa. “É um tormento nossas vidas e não temos convivência entre os moradores da rua. Cada qual fica trancado em suas casas”, citaram.

Há dias atrás, a mulher foi flagrada subindo de madrugada a rua, pichando as casas. Em uma delas, escreveu: “assassina”. Em outro relato, a autora invadiu a área de uma casa, pulou o muro e jogou vela preta no quarto de um casal. Em outra casa ela colocou vela preta na escada pelo portão. Uma idosa contou a nossa reportagem que foi obrigada a levantar um muro na divisa já que ela jogava óleo nos vidros. Há suspeitas inclusive de morte de gato por envenenamento. Há depoimentos de ameaças a vida de vizinhos. “A situação passou do limite e precisamos da sociedade e das autoridades, porque mesmo diante de denúncias e registro de boletins, nada foi feito. A situação é humanamente insustentável na rua”, reclamou um jovem.

Mobilização

Nos últimos meses, os moradores se mobilizaram para buscar paz e tranquilidade em suas vidas com diversos registros de boletim, como também o acionamento de todas as autoridades, desde a promotoria, policia civil e militar. Nossa reportagem buscou informações junto ao Batalhão da PM que informou que os “fatos em que tivemos solicitações, houve registro e essas situações, dependem da representação da vítima para uma persecução penal efetiva. A apuração dos fatos não cabe à Polícia Militar. Os moradores são orientados no momento do registro, o procedimento correto. No caso, seria a referida representação na Delegacia, munidos da ocorrência”.

Depoimentos de ameaças, racismo, preconceito, calúnias e ofensas.

“Há anos sofremos, eu, vizinhos e até visitas, com atitudes ofensivas de uma pessoa que tem causado constrangimento e incômodos constantes. Além de ataques diretos a mim, ela já ofendeu minhas irmãs, minha mãe e até desrespeitou a memória do meu pai após seu falecimento. As agressões verbais são recorrentes e, no meu caso, frequentemente relacionadas à minha sexualidade. Também há relatos de injúria racial cometida por ela contra outras pessoas. Um dia em específico ilustra bem a gravidade da situação: estava em casa com cerca de seis amigos, sem música alta ou qualquer motivo para incômodo. Ao perceber nossa presença, ela começou a gritar da casa dela, usando termos pejorativos como: * “Que esse viadinho da frente” ou “cambada de bichinhas…” “transmissores de AIDS” e que estávamos “contaminando a rua”.


No dia 28 de janeiro deste ano, eu estava subindo o morro com minha filha e ela descia e começou a me filmar. Quando percebi mandei a apagar e ela veio pra cima de mim nos chamando de macaca, eu e minha filha de 11 anos, me ameaçando e rasgando até minha camiseta. Assim, eu fiquei só de sutiã no meio da rua. São vários casos de agressões. Ela não dá sossego pra gente, inclusive não pode ver minha mãe que chama ela de macaca. Meu filho fez 18 anos, arrumou serviço numa loja no centro ela já foi até lá para o atentar”.


“Eu moro em frente, não é de hoje que mexe comigo e meus filhos. A uns anos atrás minhas duas filhas conversando no quarto ela jogou tijolo e quase acerta elas. Isso porque elas estavam rindo e brincando no quarto, falando que elas estavam rindo dela. A pouco tempo ela gritava que eu fazia programa, que já tive caso com todos os homens da rua. Hoje em dia vivo com as janelas da frente da casa fechada porque se chego na janela já começa a mexer, vira a câmera pra gente, fica falando pela câmera, piscando, ela deixa a câmera virada pra dentro da casa de umas das vizinhas”.


“Eu sou morador da rua tem mais de 20 anos. E há pelo menos 10 a 15 anos atrás ela faz isso, mexe com as pessoas fazendo homofobia, racismo… eu mesmo já sofri ofensas dela como também outros moradores da rua. Porém chama a polícia e nada é feito. Isso pelo fato não ser em flagrante ou algo do tipo. Nesse dia do ocorrido da pedra, ela simplesmente jogou a pedra no carro, saiu pra pegar ela e voltou como se nada tivesse acontecido. Foi chamada a polícia, mas aí ela não atende a casa e fica por isso mesmo.”


“A anos atrás ela fez inferno nas nossas vidas, quando arranhou carro do meu irmão, já colocou fogo na janela onde o meu irmão morava com a irmã dela. Há tempos, meu irmão e o amigo dele trabalhavam na obra perto da casa dela e ela chamava eles de marginais, bandidos, usuários de drogas. Ela ligava pra casa da minha mãe no fixo e ficava ofendendo. Ligava a noite toda, depois começou criar contas falsas e mandava mensagens de ofensas e ameaças. Agora ela fica ligando nos nossos serviços incomodando denegrindo nossa imagem, fica chamando de pobre, vagabunda fala coisas absurdas de nossas mães. Isso é um resumo porque tem muitas coisas ainda.”

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