A arte como ferramenta de memória, identidade e resistência. Esse é o fio condutor da exposição “Oriará – Arte e Educação em Movimento”, que chega a Congonhas entre os dias 14 e 26 de fevereiro, na Praça Antônio Borges de Souza, no bairro Praia. Com entrada gratuita e visitação de terça a sexta, de 8h às 17h, e sábado e domingo, de 9h às 17h, a mostra faz parte de um projeto que percorrerá nove cidades mineiras levando não apenas arte, mas também atividades culturais e educativas.
A exibição itinerante é promovida pelo Memorial Minas Gerais Vale e convida o público a uma imersão nas heranças culturais indígenas e afro-brasileiras, trazendo obras de seis artistas negros e indígenas que dialogam com oralidade, território, linguagem e bem viver.
Mais do que contemplar obras de arte, “Oriará” propõe uma experiência sensorial e reflexiva sobre a presença ancestral na sociedade contemporânea. O nome da exposição une os significados de “Ori”, palavra de origem Yorubá que remete à cabeça e ao destino, e “Ará”, do Tupi-Guarani, que representa sol, tempo e todo ser vivente. Dessa fusão nasce o conceito central: abrir caminhos para o compartilhamento de saberes e a valorização das narrativas afro-indígenas no cenário artístico e educacional.
Com curadoria do Programa Educativo do Memorial Vale, a exibição estrutura-se em três eixos fundamentais: Cotidianos, que reflete sobre os modos de viver e os espaços de pertencimento; (Re)Existências, que aborda estratégias de resistência cultural; e Futuros, que projeta um amanhã enraizado na ancestralidade e no bem viver.
Artistas e obras em destaque
A exposição reúne um conjunto diversificado de obras que exploram diferentes linguagens artísticas, desde a fotografia até instalações interativas. Entre os destaques estão:
Edgar Kanaykõ Xakriabá – Mestre em Antropologia, utiliza a fotografia para retratar momentos de cuidado e cultos de seu povo. Sua obra “Hemba” tensiona preconceitos e valoriza a cultura indígena.
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Tikmũ’ũn (Maxakali) – Representantes da Aldeia Escola Floresta Maxakali, apresentam a animação “O Que Tem na Roça”, que denuncia a destruição da mata e resgata saberes ancestrais.
Froiid – Artista multidisciplinar, traz a obra “Os Petelecos”, inspirada em jogos de tabuleiro populares, resgatando a cultura periférica e afro-indígena.
Marcel Dyogo – Em “Já Quase Esqueci Seu Nome”, utiliza caixas de papelão para questionar o apagamento das comunidades indígenas em Minas Gerais.
Dayane Tropicaos – Sua instalação “Abre Caminho” reflete sobre raça, classe e gênero por meio de uniformes de trabalhadores onde se pode ler frases que acendem reflexões sobre igualdade racial e reparações históricas.